A mais importante delas foi o Seminário Internacional Mudanças Climáticas, que aconteceu nos dias 11 e 12 de novembro, em Brasília. O evento, que contou com o apoio de Petrobras, Agência Nacional do Petróleo e Ministério do Meio Ambiente, preparou fundações, partidos e movimentos sociais para os debates da 16º Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP-16), que ocorreria dias depois na cidade de Cancun, México.

O Seminário tratou o tema das mudanças climáticas sob óticas variadas, abordando os fundamentos científicos, as políticas públicas e governamentais e a visão dos movimentos sociais sobre o assunto. Proferiram exposições nomes como Samuel Pinheiro Guimarães, da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República; Jiang Tong, do Centro Nacional de Mudanças Climáticas da China; Bilal Haq, especialista paquistanês-estadunidense em mudanças climáticas; Carlos Nobre, coordenador do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas; Luiz Carlos Molion, membro do Grupo Gestor da Comissão de Climatologia da Organização Meteorológica Mundial; Luis Fernandes, presidente da Finep; Luiz Pinguelli Rosa, do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas, e Miguel Rossetto, da Petrobras Biocombustível, dentre outros. Para a grande maioria dos expositores, a mudança do clima motivada por causas antrópicas (devidas à ação humana) coloca a humanidade diante de grandes desafios, pondo em risco o equilíbrio ecológico e a diversidade biológica. Os participantes do seminário também concordaram em que os países desenvolvidos são os grandes responsáveis pelo aquecimento global. Como afirmou Adalberto Monteiro em seu discurso na abertura do evento, “as nações poderosas – onde estão sediados os grandes grupos econômicos – se recusam a tomar medidas que possam prejudicar seus interesses. E tentam de todas as formas fazer com que os países em desenvolvimento paguem a conta do aquecimento global”.

O presidente nacional do PCdoB, Renato Rabelo, destacou que a questão ambiental deve ser vista como estratégica para o desenvolvimento do país, e explicou que os comunistas não defendem o desenvolvimento a qualquer custo, “mas o desenvolvimento sustentável”. O dirigente comunista destacou “o direito dos países ditos periféricos ao desenvolvimento” e lembrou que, enquanto a primeira e a segunda revolução industrial tiveram em seu centro a questão da energia, a terceira será pautada pela lenta substituição de energias fósseis por energias limpas. Ao final do Seminário realizouse o lançamento do novo Instituto Nacional de Pesquisas e Defesa do Meio Ambiente – INMA. O Instituto tem por objetivo combinar a defesa do meio ambiente com o desenvolvimento, as conquistas sociais e a soberania nacional através do desenvolvimento sustentável.