Comemoramos neste 10 de novembro de 2013, os cem anos de nascimento de Álvaro Cunhal. Como bem lembrou em artigo recente a combatente comunista Zillah Branco, o “camarada Álvaro Cunhal defendeu sempre a necessidade de ‘ouvir o outro’, dialogar, compreender as diferenças, procurar o caminho para promover as ‘alianças’, com o objetivo de ampliar as bases de apoio ao caminho revolucionário e conquistar as massas trabalhadoras”. Foi assim, dizia ela, que na década de 40 do século passado, diante do fascismo e da ditadura que se instalara em Portugal tendo à frente o salazarismo, o jovem dirigente do Partido Comunista Português orientava seus companheiros e setores democráticos não comunistas a desencadearem lutas contra o fascismo e a opressão ditatorial.

Intenso trabalho resultou, quase meio século depois, no vigoroso movimento revolucionário de 25 de abril, com o êxito da ação do Movimento das Forças Armadas (MFA), o fortalecimento do movimento sindical, o fim da guerra colonial e a queda do regime ditatorial em Portugal, com apoio da população e de organizações internacionais em defesa da Paz.
Sua luta continuou com as idas e vindas do movimento de massas procurando descortinar novos horizontes para a luta emancipadora. Cada país, cada nação vai forjando seus caminhos, de acordo com suas próprias realidades concretas. Em documento enviado por Álvaro Cunhal, em 2003, para o Encontro Internacional sobre “America Latina: sua potencialidade transformadora no mundo de hoje”, ele analisa as diferentes culturas que seguem cursos históricos específicos, alternativos às experiências europeias, recomendando que “os trabalhadores, os povos e as nações não podem aceitar” a ofensiva global como irreversível, e que “deverão organizar forças capazes de impedir que o imperialismo alcance seu supremo objetivo”.
Esta bandeira continua verdadeira hoje em um mundo marcado pela instabilidade e por intensa atividade guerreira e intervencionista do imperialismo na América Latina e nos outros continentes. Homens e mulheres como Cunhal e a luta pela alternativa socialista nunca foram tão necessários à Humanidade.
Viva os cem anos de nascimento de Álvaro Cunhal e a atualidade de suas ideias!

RENATO RABELO
Presidente do Partido Comunista do Brasil
RICARDO ALEMÃO ABREU
Secretário de Relações Internacionais do PCdoB