O PCdoB disputa prá valer 6 capitais, algumas das mais importantes. Hoje encabeça a disputa em quatro: em Manaus e Floripa, tem apoio do PT e não tem apoio do PSB; em Porto Alegre tem apoio do PSB e não tem o do PT; em, Fortaleza, lidera com a chapa Inácio-Chico Lopes. Nas outras duas, Macapá e Goiânia, tem uma estrada aberta para a disputa.

Nas demais capitais, em cinco apoia candidatos do PT, todas para vencer. Em três delas a vice é do PCdoB: São Paulo, Salvador e Rio Branco, sendo as demais Belo Horizonte e Vitória. Em outras 4, apoia candidato do PSB, todos para vencer, ocupando a vice em Recife e Teresina, as demais sendo as demais João Pessoa e Aracaju. Em três apoia o PDT, para vencer em Maceió e Natal e disputar em Boa Vista. Demais apoios são distribuídos com um partido cada, destacando-se para vencer em Belém, com PSOL e vice do PCdoB.

Um dado de grande significado: nas dez capitais onde disputa a prefeitura ou a vice-prefeitura, sete são candidatas mulheres! Colhe-se o que vem sendo plantado com vigor no fortalecimento do papel das mulheres com consequência.

Somadas as capitais entre as 85 cidades com 2º turno eleitoral, o PCdoB disputa 14 delas, destacando-se as possibilidades de vitória em Olinda, Foz do Iguaçu, Jundiaí, Contagem e Belford Roxo, grandes polos nacionais. Em três delas disputa diretamente com o PT e nas demais tem o apoio do PT; em quatro delas não tem o apoio do PSB.

Há mais oito cidades onde encabeça a disputa dentre as que tem mais que 100 mil eleitores e não há 2º turno, importantes polos regionais. Destacam-se as reeleições em Juazeiro (BA) e Maranguape (CE), as grandes chances em Barra Mansa (RJ) e Coronel Fabriciano (MG). A única que tem apoio de PT e PSB é Juazeiro. Destacam-se também N. Sra. Socorro (SE), S. J. Ribamar (MA) e Suzano (SP).

Portanto, são 22 cidades entre as 300 maiores do país onde o PCdoB disputa prá valer. A elas se somam outras nove acima de 50 mil eleitores, com chances reais de vitória: Abreu e Lima (PE), Itacoatiara e Tabatinga (AM), Ijuí (RS), Guanambi (BA), Crateús e Aquiraz (CE), Bezerros (PE), Sapé (PB). No total, serão 225 candidatos a prefeituras e 180 a vice. Destaca-se ainda as chapas próprias de vereadores, refletindo acúmulos de forças próprias que descondicionam alianças e abrem caminhos de afirmação do partido; serão 16 capitais com chapas próprias. No total serão próximos de 11 mil os candidatos a vereador pelo país inteiro, indicados em algo como 2100 convenções.

Isso se refletirá em outubro, mas abre caminho também para 2014 para as eleições ao governo, senado e deputados. O crescimento do PCdoB pode ser exponencial.

Em 2008 o PCdoB alcançou 40 prefeituras, a maior delas na capital Aracaju e em Olinda; elegeu 608 vereadores. O crescimento esperado é bastante substancioso. Mas destaca-se a qualidade desse processo, que está concentrado em torno de grandes nomes de lideranças partidárias e em grandes cidades, de importância estratégica no país, como são por exemplo Manaus, Porto Alegre e Fortaleza, além de outras capitais e cidades médias já indicadas.

O arco de alianças gerais se deu no âmbito da base do governo, com amplitude e flexibilidade. Como boa parte das disputas se dá entre a própria base – dada a fragilidade da oposição – o PCdoB manteve essa coerência. Desse modo, está na linha de frente para derrotar as três principais lideranças restantes da oposição: José Serra em São Paulo, ACM Neto em Salvador, e Arthur Virgílio em Manaus. Ao mesmo tempo, soube manter firme o propósito de abrir caminho próprio, mesmo quando forças aliadas procuraram isolá-lo – como em Fortaleza – ou negaram incoerentemente o apoio, como em Porto Alegre.

Até outubro o caminho é longo, embora concentrado em 90 dias. Mas a safra será mais que boa.

* Walter Sorrentino é secretário nacional de Organização do PCdoB