Desde que João Goulart morreu em 6 de dezembro de 1976 de um ataque cardíaco em sua estância de Las Mercedes, na província de Corrientes, na Argentina, existiam dúvidas e suspeitas sobre se sua morte foi por causas naturais (ele sofria do coração) ou se havia sido vítima de um atentado, similar ao sofrido por outros políticos opositores das ditadura do Cone Sul.

As autoridades argentinas não permitiram que o corpo de Goulart fosse submetido a uma autopsia, seus restos foram trasladados rapidamente à sua cidade natal, São Borja (Rio Grande do Sul), sem pompa nem grandes cortejos. O enterro demorou apenas o suficiente para que se pudesse aguardar a chegada de seu filho João Vicente, que se encontrava radicado em Londres. Somente seus familiares e alguns políticos estiveram presentes.

Dúvidas vieram à tona com relação a Goulart. As suspeitas, entre elas a de seu cunhado Leonel Brizola, resultaram anos mais tarde na criação de uma Comissão Especial Investigadora sobre a morte do ex-presidente, de seu antecessor, Juscelino Juscelino Kubitschek e do opositor Carlos Lacerda, que também faleceram em um pequeno espaço de tempo.

Em 1982, o uruguaio Enrique Foch Díaz – amigo de Goulart a quem vendeu sua estância El Milagro, em Maldonado – tentou recolher dados para fazer um livro em que contaria sua relação com Jango. Iniciou, então, um trabalho com os jornalistas Luis e Marta Viale que derivou em um imprevisto inquérito e em um livro nunca editado que poderia se constituir em uma importante denúncia.

Durante vários meses, os jornalistas e Foch Díaz entrevistaram pessoas próximas a Goulart e levantaram suspeitas que não puderam confirmar com provas. Até que em sua viagem a Corrientes, na Argentina, foram detidos por agentes da ditadura e viveram um momento de grande tensão. Foch chegou a denunciar a morte de Goulart para a justiça de Corrientes.

Os Viale finalmente escreveram um livro intitulado João Goulart, morte duvidosa, baseado nas horas de gravação que haviam recolhido, mas a publicação, que inicialmente havia interessado ao grupo Manchete, do Brasil, disposto a comprar o texto e as gravações, por fim não foi publicado. Os Viale e Foch, então, se desentenderam e se separaram.

O livro também foi enviado à Argentina através do então representante da editora Planeta no Uruguai, Enrique Piquet, mas nesses tempos explodiu o escândalo da “Propaganda Due” que comprometia vários altos hierarcas da ditadura militar e as editoras consideraram que não era o momento de publicar um livro que levantava suspeitas sobre a morte de Goulart.

“O crime perfeito”

No ano de 2000, Foch Díaz publicou (pela editora Arca) o livro João Goulart, o crime perfeito, em que – sem o apoio das gravações realizadas pelos Viale – relata sua versão da investigação efetuada nos anos 1980 e inclui a suspeita de que a morte poderia fazer parte da Operação Condor, cuja existência era denunciada nos finais dos anos 1990.

Junto com a publicação, Foch fez uma denúncia penal contra pessoas próximas a Goulart a quem acusou de malversar fundos e bens da família. Como resposta, recebeu um processo por difamação e injúria. Sua principal testemunha, o piloto Ruben Rivero, faleceu de um ataque de coração quando viajava ao Uruguai. Nunca se recuperaram os documentos que tinha como prova.

Em 2002, numa prisão em Porto Alegre, o ex-agente uruguaio Mario Barreiro Neira confessou que havia participado de uma “Operação Escorpião” pela qual se provocou a morte de Goulart ao colocar em sua medicação para o coração pastilhas que provocavam o efeito contrário. Ele teria passado meses tomando a pílula envenenada.

Desde o ano de 2005, quando começaram a desclassificar documentos secretos da ditadura uruguaia, apareceram dados que tornaram relevantes as suspeitas sobre a morte de Jango, que faleceu quando pretendia regressar a seu país e que efetivamente era vigiado de perto pelos serviços de inteligência do Uruguai a pedido do Brasil.

Em seu prontuário no Departamento Nacional de Informação e Inteligência, consta que em 9 de novembro de 1976 havia renunciado ao asilo político que o Uruguai lhe outorgou ao ser derrubado em 1964. Essa renúncia, requerida pela ditadura uruguaia para lhe dar a radicação o deixou indocumentado e o obrigou a viajar a Corrientes, onde um mês e três dias mais tarde faleceria.

A indocumentação também havia sido uma das características que antecederam as mortes de Zelmar Michelini e Héctor Gutierrez Ruiz, cujos passaportes foram anulados pouco antes de serem assassinados. O mesmo ocorreu ao ex-ministro da Defesa do governo de Salvador Allende, general Carlos Prats, assassinado juntamente com sua esposa em 30 de setembro de 1974 em Buenos Aires.

Nos últimos anos, a família Goulart convenceu-se de que existia elementos que os faziam presumir que Jango foi, na realidade, assassinado, e obrigaram a reabrir investigação parlamentar em Brasília, na qual se concluiu que existem evidências fortes para se suspeitar do magnicídio ainda que não se tenha conseguido provas conclusivas a respeito.

A gravação de Foch

Em agosto de 2006, Enrique Foch Díaz decide fazer uma gravação na qual registra – com perspicácia e preocupação – os nomes de 15 pessoas que faleceram por ataques cardíacos (salvo uma) e que estavam estreitamente ligados à sua investigação sobre a morte de João Goulart. Com esses falecimentos, considerava perdidos definitivamente os testemunhos (e as suspeitas) a que havia recorrido durante meses de trabalho no começo dos anos 80, quando as ditaduras ainda regiam a região.

Em seu testemunho, Foch Díaz recorda que entre 1975 e 1976 ocorreram na Argentina os assassinatos dos legisladores uruguaios Héctor Gutiérrez Ruiz e Zelmar Michelini, este residente no mesmo Hotel Liberty onde havia se hospedado o derrocado presidente do Brasil, e que paralelamente se sucederam as mortes suspeitas dos ex-presidentes brasileiros Juscelino Kubitschek (em acidente de carro) e João Goulart, bem como do ex-candidato Carlos Lacerda (depois de uma simples intervenção cirúrgica).

De forma paralela aos antecedentes que hoje se confirmaram – como a coordenação repressiva das ditaduras do Cone Sul com a Operação Condor –, Foch Díaz deixou registrado em áudio a curiosa sucessão de mortes de pessoas próximas a Goulart e a sua indagação sobre a semelhança entre a lista de vítimas e uma sorte de “maldição faraônica”:

“1) Cayetano Fior Del Mondo Goulart, ‘Tito’, brasileiro, cozinheiro durante dez anos da família do presidente. Morador de Artigas, Uruguai, morre de um ataque de coração, (…) integrava o grupo que prestou declarações gravadas sobre os fatos que rondaram a morte de seu patrão e amigo”;

“2) João Alonso Minteguy, brasileiro, ex-diplomata no Uruguai, morador de Montevidéu. Atuava como mediador com o governo militar do Brasil a fim de concretizar um eventual regresso de Jango ao seu país (…) Negou-se a gravar entrevista, sem dar explicações, e (…) ao fechar a porta, disse textualmente: “O doutor foi morto”. Morre pouco depois de um ataque do coração”.

“3) A esposa de Minteguy, brasileira, presente à entrevista, morre também do coração sem que eu pudesse precisar se foi antes ou depois de seu marido”.

“4) Jack Bloch, Jakito, brasileiro, proprietário da revista Manchete. Comprou (…) os direitos do livro João Goulart, morte duvidosa e as fitas contendo as gravações das entrevistas. O livro nunca foi publicado. Bloch morreu do coração”.

“5) Luis Viale, uruguaio, jornalista. Foi autor, com sua irmã Marta, e assinou o livro. É de se fazer notar que três cópias desse livro foram depositadas na Biblioteca Nacional uruguaia. Essas três cópias desapareceram. (…) Viale morreu do coração”.

Os pilotos de Jango

“6) Marcelino Garcia Castro, Loyo, primeiro piloto uruguaio empregado de Goulart. Estando detido por integrar as fileiras tupamaras no cárcere de Liberdade, morre do coração (N. de R.: infarto do miocárdio em 24 de julho de 1977)”.

“7) Hugo Wilkie, terceiro piloto uruguaio empregado por Goulart. Contava com boas referências por parte da Força Aérea. Tem importante informação gravada nos cassetes sobre o entorno de Goulart, em especial de seu secretário Ivo Magalhães e Cláudio Braga. Morreu do coração”.

“8) Francisco Perossio, Pinocho, quarto e último piloto empregado por Goulart. Testemunha dos últimos momentos de Jango. Portador do aviso do coronel Davalos, chefe da polícia militar brasileira em Porto Alegre sobre o perigo de vida que corria o doutor tanto no Uruguai como na Argentina, sugerindo que devia regressar ao Brasil ou viajar à Europa. (…) Ao receber este aviso, Goulart mandou que seus filhos viajassem à Europa. (…) Perossio participava ativamente das gravações das fitas dando testemunho e apoio econômico. Também morreu do coração”.

“9) Ruben Rivero, segundo piloto uruguaio empregado por Goulart. (…) Pouco antes do golpe de Estado, Rivero foi detido pela Sifa (Serviço de Inteligência da Força Aérea) e processado por sua vinculação ao Movimento Tupamaró (…). Quando saiu em liberdade, retomamos os contatos em Punta del Este onde eu me encontrava à espera de realizar um negócio. (…) Foi o primeiro que me falou de sua certeza de que o doutor fora assassinado e da passividade de seus parentes diante do flagrante delito de roubo e apropriações por gente próxima a Goulart.

A partir desse momento realizou uma séria investigação a respeito, contatando com todas as pessoas do círculo de amizade e colaboradores de Goulart. No ano de 2000, iniciou ações legais no tribunal de Maldonado. Por estas ações, Ruben Rivero devia comparecer na qualidade de testemunha. Tinha que trasladar-se desde a cidade de Buenos Aires, lugar de sua residência. Na viagem, a apenas seis horas de seu comparecimento no tribunal, a bordo de um aerobarco, morreu de ataque de coração. A documentação referente ao caso, que ele portava durante a viagem frustrada, desapareceu”.

“10) Maneco Soares Leais, brasileiro, piloto em Porto Alegre, empregado de Goulart desde sua presidência (…) fazia as entregas de dinheiro que os diferentes negócios rurais geravam (…). Na oportunidade de um encontro casual na confeitaria La Fragata, de Punta del Este, contou-me que também sabia que o doutor havia sido assassinado. Morreu do coração”.

Próximos a Goulart

“11) Carlos de León, uruguaio, administrador da estância El Milagro. (…) Poucos dias antes de sua morte, ocorrida em 30 de abril de 2000, me procurou com a notícia de que estava em formação uma comissão investigadora na Câmara dos Deputados brasileira sobre os fatos a respeito da morte do doutor Goulart. (…) Morreu de um ataque fulminante de coração”.

“12) Percy Penalvo, brasileiro. Fiel administrador da Estância Rincón de Tacuarembó. É a primeira pessoa que comenta junto com Rivero as ameaças de morte que Goulart recebeu. Estas ameaças chegaram transmitidas por Claudio Braga, ex-deputado em Pernambuco, asilado político no Uruguai, que dependia da ajuda econômica do doutor e trabalhava como seu secretário. (…) Morreu do coração”.

“13) Richard Rafael Ferrari, argentino, médico pedriatra residente em Mercedes, província de Corrientes. Procurado em sua casa na madrugada do dia 6 de dezembro de 1976 atende ao doutor Goulart e certifica sua morte. Vai até a delegacia de Mercedes, onde denuncia o fato, pede a realização da autopsia e que seja registrada a sua solicitação. Na oportunidade da visita que lhe realizamos com Marta Viale e Juca Shepard, gravamos suas declarações. A comissão investigadora brasileira o visitou em Mercedes. Não morreu do coração, sua morte ocorre em um estranho acidente automobilístico, que solicitei investigação”.

“14) General Antonio Cirilo, uruguaio, presidente de UTE e da represa de Palmar. Na oportunidade da visita que lhe realizei (…) em seu domicílio, comentei como seria possível que o engenheiro Ivo Magalhães, refugiado político, secretário de Goulart, estivesse à frente da construção da represa de Palmar, empreendimento mais importante do governo uruguaio, realizado com crédito do Banco do Brasil. Cirilo me contestou: foi-me enviado pelo general Aguerrondo. (…) O general Antonio Cirilo morreu do coração algum tempo depois.

“16) Leonel Brizola, ex-governador do Rio Grande do Sul, primeiro, e logo do Rio de Janeiro, cunhado de Goulart. Foi alertado em 1977 pelo general (Abdond) Raimundez, presidente do Brou (Banco da República Oriental do Uruguai) , de que sua vida corria perigo e se asilou na Europa. Foi o principal impulsor das investigações brasileiras sobre a morte de Goulart, propiciando a criação da comissão parlamentar de inquérito em 2000. Morre no elevador saindo do consultório médico em que acabava de ser atendido”.

Ali finaliza o testemunho gravado de Enrique Foch Díaz, que também faleceu de um ataque no coração no ano de 2007, constituindo-se no 16ª testemunha morta que não poderá prestar declaração diante de um juiz que indague se no Uruguai, efetivamente, existiu uma conspiração para assassinar João Goulart.

Foch Díaz

Enrique Foch Díaz, nascido em Bella Unión (1918), estudou na Escola Militar e realizou cursos de piloto-aviador. Durante a segunda guerra mundial, se alista como voluntário e é designado à África Equatorial Francesa (hoje Camarões) onde exerce a função de piloto de provas. Durante uma missão foi derrubado e resgatado por uma patrulha. Ao regressar ao Uruguai, ingressa na Direção da Aeronáutica como instrutor. Compra um avião e investe em terras.
Conhece João Goulart ao vender-lhe em 1996 a estância El Milagro em Maldonado. Em 1982 pretendeu fazer um relato de sua relação com Jango e iniciou uma investigação junto aos jornalistas Marta e Luis Viale, que escreveram o livro Goulart, morte duvidosa, que nunca chegou a editar. Finalmente, escreveu o livro João Goulart, o crime perfeito (Arca, 2000). Nesse ano denunciou a pessoas próximas a Goulart a apropriação e malversação de seus bens e terminou sendo processado por difamação.

Barreiro Neira

Desde o ano de 2002, o ex-agente uruguaio Mario Ronald Barreiro Neira sustenta que João Goulart foi assassinado nos marcos da Operação Condor, dentro de uma “Operação Escorpião”, pela qual se realizaram acompanhamentos, escutas telefônicas e, finalmente, foi feita uma mudança na medicação que Jango tomava para provocar o infarto que o matou em 1976.

Em seu testemunho, realizado pela primeira vez a este cronista no cárcere em Porto Alegre, Barreiro Neira sustentou que a medicação mortal foi preparada pelo médico forense uruguaio Carlos Milies, ligado a um grupo repressivo chamado Gamma. Millies havia preparado os vinhos envenenados que em 1978 provocaram a morte de Cecília Fontana de Heber.

Barreiro Neira afirma que a morte de Goulart foi decidida em Montevidéu em uma reunião entre o repressor brasileiro Sérgio Paranhos Fleury, do Dops (que trazia o pedido de assassinato por parte do presidente brasileiro general Ernesto Geisel), o general uruguaio Luis Vicente Queirolo e o agente norte-americano Frederik Latrash, chefe da seção da CIA em Montevidéu.
Barreiro Neira disse que colocaram pastilhas falsas em vários frascos da medicação que Goulart usava. Um deles no Hotel Liberty, onde se hospedava e onde estava radicado Zelmar Michelini. Um agente argentino que vigiava o legislador uruguaio teria realizado a substituição do medicamento.

Barreiro Neira cumpriu recentemente sua condenação no Brasil (foi preso pelo roubo de um caminhão) e será extraditado em pouco tempo para o Uruguai, onde era requerido desde o ano de 2001 por sua suposta participação em ações da chamada “polibanda” durante os anos 90.

“Subversivos”

Os arquivos desclassificados da Direção Nacional de Informação e Inteligência (DNII), a pedido do ativista brasileiro Jair Krischke, do Movimento Justiça e Direitos Humanos de Porto Alegre, dão conta de que em 1974 a ditadura uruguaia seguiu Goulart e pessoas próximas a ele, ao suspeitar que havia contatado com o “subversivo” brasileiro Fernando Soares, a quem cabia intermediar o asilo de opositores para a Suécia.

Os documentos “Parte Especial de Informação nº28/974”, do Estado Maior do Exército, firmado pelo então coronel Ángel D. Barrios e o “Diligenciado nº233” da DNII, subscrito pelo então subcomissário Mario E. Fernandez Fleitas dão conta da investigação realizada em fevereiro de 1974 sobre cidadãos brasileiros que se encontravam radicados no Uruguai.

Entre os “subversivos” se incluem Dagoberto Rodriguez, Edmundo Ferrão Moniz de Aragón, Ivo de Magalhães, João Alonso Minteguy, Juan Carlos Parodi Minteguy, Jose Guimarães Neiva Moreira, Carlos Olavo da Cunha Pereira e o próprio ex-presidente João Melchor Marquez Goulart.

O documento do Exército registra que durante sua visita à Argentina, Goulart se reuniu com Zelmar Michelini, Enrique Erro e o ex-presidente boliviano Juan Jose Torres. Também se indica que torres – a quem acusam de ter contato com Montoneros – havia se reunido com Perón.
Perón morreu em 1º de julho de 1974 de parada cardíaca. Zelmar Michelini foi assassinado em Buenos Aires em 18 de maio de 1976. Juan José Torres foi assassinado em Buenos Aires em 2 de junho de 1976. João Goulart morreu de um ataque de coração em sua estância de Corrientes em 6 de dezembro de 1976.

“Tenho as fitas”

A jornalista Marta Viale confirmou à revista Caras&Caretas que nos anos 80, junto com seu irmão Luis e seu marido Juca Sheppard, realizou com Foch Díaz aquele trabalho de investigação sobre a morte de Goulart, mas sustenta que nunca puderam vender o livro, já que nada de conclusivo foi conseguido.

Viale se indigna quando lhe é colocado que existe uma gravação do falecido Foch Díaz, que lhe acusa de haver vendido ao grupo Manchete o livro original João Goulart, morte duvidosa sem compartilhar com ele os direitos. “Era um delirante que nos custou tempo e dinheiro a mim, meu irmão e meu marido”, afirma ao negar a denúncia.

Enrique Piquet também confirmou a existência daquele livro que não pode ser vendido na Argentina pela situação política que se vivia e que havia interessado a Jakito Bloch, da Manchete. Piquet diz que nunca pode confirmar por que esse negócio não se finalizou com a publicação do trabalho.

Viale também afirma que em sua casa de Punta del Este se encontram (“em uma caixa de sapatos”) aquelas gravações realizadas a 28 anos (“se Juca não gravou música em cima”) e se comprometeu em buscar esses testemunhos que se constituiriam em prova perante a Justiça.

Membros da família Goulart sinalizaram que analisa concretizar uma denúncia penal para que finalmente se questione na justiça uruguaia se existiu efetivamente em Montevidéu uma conspiração entre Brasil, Uruguai e Estados Unidos que provocou a morte de Jango.

* jornalista uruguaio, se dedica há anos ao assunto; foi repórter do jornal La República

(Tradução: Priscila Lobregatte)