Conquistado esse direito, com a promulgação da Constituição de 1988, não sem luta e luto, eis que milhões, a cada eleição deixam de votar para viajar e curtir o feriado prolongado, como foi o caso desta votação, em segundo turno, no dia 31 de outubro.

E o pior, é que seria plenamente possível votar cedo e viajar, depois de o direito cívico-político ter sido exercido plenamente.

Mas por que quase 30 milhões de brasileiros deixaram de votar neste segundo turno? É preciso investigar esse fenômeno, que levou 21% dos eleitores a não votarem para presidente da República, por exemplo.

Para se ter uma ideia da grandeza deste número, Collor foi eleito presidente da República, em 1989, em segundo turno, com 35.089.998 votos contra 31.076.364 votos dados a Lula.

A democracia representativa, como é o caso da brasileira, para se consolidar e se fortalecer, precisa da participação efetiva do povo. E as eleições são o momento de coroação desse processo político, que é diuturno.

Passado o momento de confrontos, paixões e polarizações normais à disputa eleitoral é preciso agora discutir os reais problemas brasileiros sociais, econômicos e políticos. Mãos à obra.

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Jornalista, analista político, é assessor parlamentar do Diap