Um país democrático, com uma economia complexa, estável, diverso culturalmente, que reduz desigualdades, avança na ciência e tecnologia, preocupa-se com o meio ambiente, oferece cada vez mais direitos ao seu povo e se integra ao mundo de modo soberano.

A Copa tem lugar, dia e hora marcados. Investimentos em infraestrutura e serviços, iniciativas que o país teria de fazer mais cedo ou mais tarde, agora passam a ter um horizonte definitivo. Mais que estádios, o evento estimula os países a preparar suas cidades para receber os visitantes durante a competição.

São muitos os desafios brasileiros. Pensando em São Paulo, é preciso melhorar os aeroportos. A mobilidade urbana também pode ser aprimorada. Aliás, a cidade ofereceu ao governo federal um grande projeto de parceria com esse objetivo, um monotrilho que articula aeroporto, trem e metrô e representa importante conquista para o transporte coletivo na capital.

São Paulo é a maior cidade brasileira, é um lugar do mundo. Considerando experiências anteriores, podemos esperar que o Brasil receba mais de 600 mil visitantes internacionais e que mais de 3 milhões de brasileiros circulem pelo país.

Sabemos como o turismo gera desenvolvimento e conhecemos a vocação de São Paulo para grandes realizações, que produzem impostos, empregos e oportunidades.

Muitas cidades brasileiras desejariam receber jogos da Copa. A Fifa escolheu 12 delas. Felizmente, temos cidades-sede em todas as regiões do país, o que poderá induzir o desenvolvimento nacional.

A escolha das cidades determinou compromissos de todos os agentes públicos envolvidos e produziu uma matriz de responsabilidades, assinada em janeiro de 2010, que estabeleceu projetos, orçamentos e cronogramas -informações já disponíveis no Portal da Transparência, para que a sociedade acompanhe os gastos públicos na preparação do Mundial.

A Fifa solicita que o país-sede da Copa ofereça garantias governamentais, iniciativas públicas em apoio ao evento. O governo federal assumiu 11 compromissos sobre vários temas. Importa dizer que arena esportiva é um tema local, e quem indica o estádio da Copa é a prefeitura de uma cidade e seu governo estadual, quase sempre em comitês conjuntos, como o comitê paulista.

Muitas cidades pediram ajuda à União para que cumprissem sua obrigação, e o auxílio federal veio na forma de uma linha de financiamento do BNDES.

É preocupante a polêmica em torno do estádio paulista que receberá os jogos da Copa.

São Paulo agora precisa agir rápido, decidir onde pretende organizar sua participação no Mundial em 2014. A decisão sobre o estádio é o ponto de partida para muitos outros investimentos e temos alertado quanto aos riscos na demora das decisões, principalmente pelo aumento de custos que tal atraso gera. São Paulo precisa andar rápido.

Sabemos dos compromissos dos governos paulista e paulistano. É o que espera a população desse Estado, é no que confia o governo do Brasil.

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Ministro do Esporte e coordenador do Comitê Gestor de Ações do Governo Brasileiro para realização da Copa do Mundo da Fifa 2014

Fonte: jornal Folha de S. Paulo