A placa à memória de Paulo Freire foi entregue à sua viúva, Ana Maria Araújo Freire, a Nita, e se refere ao educador pernambucano como “um dos pensadores mais notáveis da pedagogia mundial”, com uma “luta incansável e corajosa pela superação da opressão”, Nita fez um breve discurso de agradecimento, a exemplo de Lutsgard Freire, filho do educador. Eles acusaram o governo Bolsonaro de desconhecer as ideias de Paulo Freire. 

Autor do clássico Pedagogia do Oprimido (1969), o educador foi preso por 70 dias na ditadura militar e depois se exilou. Voltou ao Brasil em 1980, ano em que se filiou ao PT. De 1989 a 1991, durante a gestão de Luiza Erundina à frente da Prefeitura de São Paulo, Freire foi secretário municipal de Educação. Ele também foi professor da PUC-SP, instituição que abriga o Tuca e o Tucarena.

Já o anúncio da condecoração à Editora Anita Garibaldi foi feito por Fernando Garcia, da Fundação Maurício Grabois. “Há 40 anos, durante os estertores da ditadura militar e ascensão dos movimentos de massas, greves operárias e mobilizações estudantis, nascia uma editora que homenageia uma mulher de grande vigor combativo, símbolo da luta pela independência, pela soberania nacional. Há 40 anos, nascia a Editora Anita Garibaldi”, afirmou Fernando.

O jornal Tribuna da Luta Operária (que circulou de 1979 a 1989) e a revista Princípios (que já publicou textos de mais de 800 articulistas desde a década de 1980) foram algumas das publicações da editora. “Em seu catálogo de livros, temas como a ditadura militar, a violência no campo, a crise teórica do marxismo, filosofia política e formação social do Brasil se fizeram presentes em edições bem avaliadas. Com o mesmo afinco, editou centenas de documentos do movimento comunista – sobretudo do PCdoB –, além de clássicos da tradição marxista, romances e poesias”, completou Fernando.

Cláudio Gonzalez, responsável pela Editora Anita Garibaldi, recebeu uma placa que enfatiza as “publicações em prol da resistência e do socialismo”. Ele ressaltou a importância de lermos os “teóricos de ontem e de hoje” – um ideal partilhado pelo Salão do Livro Político. “Estendo essa homenagem a todas as editoras que resistem e lutam com a gente”, concluiu Cláudio.