A relva

 

Empilhem cadáveres em Austerlitz e Waterloo
Minem a terra por baixo e deixem-me trabalhar…
Eu sou a relva; eu cubro tudo.

 

 

Ergam montanhas de corpos em Gettysburg
Elevem aos céus altas pilhas em Ypres e Verdun.
Façam a terra ceder e deixam-me trabalhar.

 

 

Dois anos, dez anos, e o forasteiro pergunta ao guia:
Que lugar é este?
Onde estamos agora?

 

 

Eu sou a relva.
Deixem-me trabalhar.

 

 


Carl Sandburg –  Videntes e Sonâmbulos  – Coletânea de poemas norte-americanos
Trad. de  Oswaldino Marques