Quero advertir-te aqui: foge da moça amável!
Elas as almas atrai com força incontrolável.
Incauto amigo, ante ela – insisto em te avisar –,
Não se pode outra ver, nem buscar outro olhar.
Ida a esperança e, assim, o mel da leviandade,
Queda triste, ao pé dela, a arder, a mocidade;
Os que o acaso escolheu e os que a dita animou
Lhe vêm, dóceis, rogar pelo ardor que os tomou;
Mas pela moça altiva o amor é detestado,
E ela, sem nada ouvir, o olhar mantém baixado.

(1821)


Poesia de todos os tempos – Puchkin
Poesias escolhidas edição bilíngüe
Organização e tradução José Casado
Editora Nova Fronteira