Tão exposto está o meu coração nativo
Que muito sente o pesar ao seu redor
Mas ele não se queda covarde ou cativo
Não, sem ao menos lutar pela causa mor

Desistir, nem pensar, eis a convicção vital
Para reunir forças na batalha descomunal
Contra a desesperança e a rude teimosia
Avançando lento, passo a passo, dia a dia

E se o combate é ferrenho, por vezes atroz
Quem de nós, mesmo abatido por dentro
Não se põe altivo e então faz uso da voz
Propagando desafio e humanitário alento

Lembro-me sempre, de forma apaixonada
Que apesar dos obstáculos permanentes
E na travessia, os muitos erros frequentes
Na contramão das esperanças ambicionadas
Revela-se um obstinado Brasil resistente
Cuja sorte, sem nunca lhe faltar ao convívio
Fez-se suporte de grande e humilde terra
Estendendo-lhe a generosa mão do alívio
Para suavizar a aflição que não se encerra

Mas há um lugar de honra para o trabalho
Do qual não se esquivam alguns visionários
Que enxergam a rota do Brasil, sem atalho
Salve! Pois da evolução eles são partidários

Porém, se nem sempre é verde o caminho
E o céu não é tomado pelo imponente azul
Não fuja à trajetória, seja ela norte ou sul
Mantém-se fiel, mesmo andando sozinho

Brasil, meu país, saiba que te quero bem
E revelo ambicioso o que te estimo agora
Ah!  Se muitos outros enxergassem também
Como eu o vejo no romper da merecida aurora

 

Armando Correa de Siqueira Neto, 42, é psicólogo (CRP 06/69637) e mestre em Liderança. Coautor dos livros Gigantes da Liderança, Gigantes da Motivação e Educação 2006.