“O capitalismo não compra o abraço entre pessoas com o mesmo sonho”
Os assuntos foram muitos, mas sempre permeados da tonalidade poética do amazonense, que pensa com imagens e sutilezas para dizer o que sente na epiderme. Foi assim, por exemplo, que ele destacou a importância de sonhar com um mundo melhor, falando de coisas que o cartão de crédito não compra, como a ternura. “Você se prolonga no gesto de dar, na alegria de quem recebeu”, resume ele, o modo como se satisfaz quando alguém fica feliz com um poema seu.
Como no poema Os Estatutos do Homem, de 1964, Thiago pensa que o dinheiro não pode comprar “o sol das manhãs vindouras”, mas pode ser uma espada na defesa da “festa do dia que chegou”. Nessa ânsia de tudo consumir e poder ser consumido, Thiago diz que “o capitalismo ameaça, mas não vence, aquilo que não se pode comprar, (…) o encontro e o abraço entre pessoas que têm o mesmo sonho”.
O poeta está sempre atento às palavras que lhe chegam à ponta da língua, pedindo até permissão para dizê-las. Sonho é uma delas. Segundo ele, essa palavra lhe sai sempre com o cuidado de não parecer algo utópico, mas algo que se realiza “com os pés plantados no chão da realidade”.
Assista aqui a entrevista editada por Paulo Celestino e Ana Petta, para o programa Disputa de Pensamento.