Entre Rita e meus olhos, existe um fuzil.

      Assim começa um poema de Mahmud Darwish, poeta Palestino que teve a família expulsa do seu território por tropas israelenses. Segundo a afirmação de outro Palestino, o intelectual Edward Said, Não é possível enxergar uma cultura com os olhos de outra, a par disso, os conceitos de Justiça e Liberdade parecem estar mais ou menos definido em todas as culturas como um bem universal, próprio do gênero humano.

      Nestes últimos dias, os olhos do mundo estão voltados para brutal ofensiva israelense, olhos que também se voltam para o posicionamento da ONU, que parece não ter olhos para o sofrimento do povo Palestino. Olho por olhos, durante algum tempo, o culto do holocausto permitiu aos israelenses, uma campanha em escala mundial que rotulava de Nazista todos os que discordavam da sua luta de tanques e fuzis contra paus e pedras. O tempo passa e os olhos que foram inebriados começam a enxergar um novo Davi e um novo Golias. A ONU que olha para o oriente com olhos da política externa Norte Americana, passa olhos rasos no conflito. Enquanto os olhos da opinião pública mundial assistem a um fragrante total de incoerência. A organização que fora tão solícita a aprovar resoluções contra o Iraque e o Afeganistão, permitindo o trânsito livre da máquina de guerra dos EUA, mostra-se omissa quando se trata de garantir o mínimo de liberdade aos cidadãos comuns que vêem seus domicílios invadidos pelo exercito israelense.

      Onde está a máquina de guerra de Bush, disposta a lutar pela Liberdade em todo o planeta?

      O desmonte dessa farsa vai fortalecendo a causa Palestina e a figura do seu líder Yasser Arafat, e ainda, os milhões de olhos de oriente a ocidente, que desvelados, aparecem revestidos de dignidade.

      Fim.