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    Comunicação

    O milho

    Nega-se e nem é pó. O milho, em seu grão, nega a si próprio e cai na fértil tarde do fero céu para brotar noutro que não ele a fim de negar-se milho novamente até ser milharal, mar de verde corrente de verde que rebenta, depois de germinar, num solo que o nega fértil para […]

    Nega-se
    e nem é pó.
    O milho, em seu grão,
    nega a si próprio e cai
    na fértil tarde
    do fero céu
    para brotar
    noutro que não ele
    a fim de negar-se milho
    novamente
    até ser milharal,
    mar de
    verde corrente de verde
    que rebenta, depois de germinar,
    num solo que o nega
    fértil para fertilizar outros grãos
    que não ele, mar.
    E que traça nos campos
    e na cósmica das coisas
    dos homens
    das casas
    o perfil dos montes
    e dos olhos que se perdem
    num mastigar de gengivas
    que esfolam os grãos
    para depois os negar grãos
    para que outros também sejam negados
    e postos à frente
    até voltarem
    ao prumo dos homens
    e tornarem-se fruto, milho
    pombo de mecha cósmica
    a mirar sua própria negação
    no afã de afirmar-se milho
    e depois negar-se.

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