Eles já eram casados há 15 anos, tinham dois filhos, dois empregos cada um, feito vários passeios e feito tudo o que achavam normal a respeito de sexo. Com tantos anos de casados a relação não estava assim tão quente, na realidade estava um tanto morna, não, fria, estava realmente fria.

      O medo da separação já batia a porta da frente, quando ela lhe chamou para uma conversa sobre a relação. Era uma noite de calor, os dois deitados na cama, o livro na frente dos olhos dela e dele, ele de cueca, ela só de calcinha – ele lendo um livro de auto-ajuda e ela um livro psicografado por um tal Aldebaran Andrade de um espírito chamado Agamenon Ferreira da Cruz sobre duas pessoas que se amavam e nunca conseguiam ficar juntas.

      – Benhiê! Precisamos apimentar um pouco mais nossa relação, não dá mais ficar só no…

      Neste momento um dos filhos grita do quarto.

      – Papai, mamãe!

      Ela olhou os filhos, ele ficou no quarto com aquele olhar distante pensando no que poderia fazer para resolver esta situação. Quando ela voltou ele disse que sabia como poderiam consertar aquilo.

      – Precisamos fazer diferente, sabe? Colocar uns óleos, uma margarina, procurar auxílio de consolos, enfeitar, entende? Como fazem aquele povo de filmes eróticos.

      Ela foi se animando, o sorriso atravessava o rosto, os biquinhos dos peitos já estavam empinadinhos, o brinquedinho dele também, menor que os biquinhos dela, mas estava começando a ficar duro.

      Ligaram a tv para ver se passava alguma coisa que os excitassem. Depois de quinze anos e uma trepada aqui e outra ali, com intervalos de meses, simples palavras não levantam muito. Não tinham tv a cabo, por isso acabaram ficando com um programinha barato que uma vez ou outra passava uma cena mais ou menos erótica. Ficaram por ali, olhavam o programa e se apertavam um pouco, com o que tinha guardado na memória decidiram partir para o ataque.

      Ela colocou uma perna por cima das costas dele, ele colocou uma mão em um dos mamilos dela enquanto tentava penetrá-la com aquilo meio duro meio mole, puxou ela pelos cabelos para ficar mais selvagem, ela não gostou, achou que doía e não contribuía. Ele parou e optou por arranhá-la, ela quis retribuir e ele preferiu que tentassem outro tipo de selvageria pois as unhas dela eram maiores do que as dele.

      Estavam no sofá quando, de tanto tentarem novas formas, caíram no chão da sala. Ela se saiu melhor pois caiu sobre os cento e dez quilos do robusto marido. No chão continuaram as tentativas, a perna dela já estava em baixo dele, suas mãos tentavam apertar a bunda dela, enquanto ela, com toda a dificuldade do mundo e espichando bem o pescoço, tentava passar a língua nas orelhas mal lavadas do marido. Foi exatamente neste momento que os dois ouviram um duplo "trec". Foi um mau jeito na coluna despreparada dos dois que os fez ficar ali naquela posição, gemendo e travados, sem possibilidades de qualquer movimento.

      De manhã, a prima solteirona dela, que fazia a limpeza do apartamento e que chegava bem cedo, abriu a porta e gritou: "Virgem santa!".

      Jogou um balde de água fria nos dois e ligou para os bombeiros.