– Genival, você gosta de mim?

      – Gosto.

      – Pois eu acho que esse seu gostamento tá pouco.

      – Mas toda vez que eu lhe vejo ele cresce um bocadinho, gostosa.

      – Eu sei o que é que cresce um bocadinho, viu?

      – Ô, Zizinha, o que cê tá querendo dizer com isso?

      – Que quando tu me vê só pensa em bestêra.

      – Ô, pensei fosse outra coisa.

      – O quê?

      – Nada não.

      – …

      – Nêga!

      – Hum.

      – Chegue aqui.

      – Ih, lai vem.

      – Oxen’! Deixe de história. Chegue aqui pra eu lhe dizer uma coisa.

      – Diga daí. Não sou môca!

      – Então eu vou aí.

      – Nem vem, Genival!

      – Ô, minha preta, só quero conversar!

      – Sei.

      – Acho que é você que não gosta de mim, sabe?

      – E eu disse que você não gostava, por um acauso? Disse que gostava pouco.

      – E isso aqui armado é o quê?

      – Você só pensa nisso, Genival?!

      – E você queria que eu pensasse, é? Vem cá, vem!

      – Me larga! Home, viu!

      – …

      – Tô na casa de Dinalva. Quando se acalmar… Amanhã a gente se fala, é melhor.

      – Ô mulher desalmada!…