O evento foi promovido pelo Partido dos Trabalhadores (PT), pelo Partido Comunista do Brasil (PCdoB), Fundação Maurício Grabois, Fundação Perseu Abramo e Rede Ipes/ Corint. O presidente do PCdoB, Renato Rabelo, disse que uma grande crise do capitalismo, como a atual, não é suficiente para pôr as idéias socialistas em uma trajetória de ascensão. “Em termos de correlação de forças, não alcançamos uma fase ofensiva no sentido transformador — uma ofensiva revolucionária. Ainda prevalece um quadro de defensiva”, disse.

Sua opinião foi compartilhada por Roberto Amaral, vicepresidente do PSB. Segundo ele, “não estão dadas as condições objetivas — nem as subjetivas, que podemos até criar — para a construção de uma alternativa socialista a médio prazo”. Grave também, disse Amaral, é a perspectiva para o mundo do trabalho. Ele apontou que, com a crise da produção industrial em todo o mundo, “há uma tendência mundial ao desemprego e ao enfraquecimento do proletariado”. O cientista político e professor universitário Emir Sader disse que apesar de sua natureza e profundidade, a crise do capitalismo não é suficiente para derrubar o sistema, sepultar o neoliberalismo ou mesmo pôr em xeque o posto dos Estados Unidos como única potência da atualidade. José Reinaldo Carvalho, secretário de Relações Internacionais do PCdoB, afirmou que a batalha das ideias é uma das lutas mais importantes para a esquerda mundial e também para a esquerda brasileira.Para Adalberto Monteiro, presidente da Fundação Maurício Grabois, o seminário teve o objetivo de “alimentar com a seiva das ideias a luta que a esquerda, que o campo democrático, patriótico e popular, trava em todos os continentes – a luta contra a velha receita das grandes potências capitalistas de jogar sobre os ombros dos trabalhadores e dos povos os prejuízos da crise”.