No especial, constata-se que passados 100 anos desde a formalização desta data como um marco crucial da luta da humanidade por justiça, igualdade e democracia, é possível olhar para trás e ver a estatura notável de gerações de mulheres que combateram com abnegação a opressão e a discriminação de gênero. Não são raros os casos de repressão violenta. Mas, tudo somado, pode-se dizer que os avanços são significativos.

Seguindo a máxima dialética de que os problemas velhos precisam ser resolvidos para que outros novos surjam, os movimentos que lutam pela igualdade de gênero abrem caminho para uma compreensão mais aprofundada das causas da opressão de gênero. Mostram que temos um caminho percorrido com êxitos, mas indicam que foram rompidos apenas alguns metros de sua longa trajetória até chegar a um patamar de efetivo exercício de igualdade e solidariedade entre homens e mulheres.

No Brasil, a análise dos fatos mostra conquistas extraordinárias — como o direito ao voto, a inserção com força no mercado de trabalho e o combate abnegado ao arbítrio imposto pelos generais que usurparam o poder em 1964 (as ações pela conquista da anistia, que ganharam força na segunda metade de década de 70 foram desenvolvidas essencialmente pelas mulheres). As intensas lutas populares desde aquele período contaram sempre com a presença das bandeiras femininas exigindo direitos e dignidade.

Merece menção, como resultado dessa verdadeira batalha, a conquista da ampliação da licença maternidade, a proibição da discriminação sexual no trabalho, o direito à posse da terra em nome da mulher rural, a lei Maria da Penha e a reforma no Código Civil — como lembra Abgail Pereira, secretária da Mulher da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), em artigo que consta do especial aqui publicado.

Ela lembra que merece destaque o fato de que o “Dia Internacional da Mulher”, proposto por Clara Zetkin, em 1910, foi instituído dentro da perspectiva da luta pela construção do socialismo. “Hoje, passados cem anos, essa perspectiva continua viva, no coração e nas mentes das mulheres que buscam a igualdade”, escreve ela. A Fundação Maurício Grabois assina embaixo.

Como organização voltada para o estudo e a pesquisas das questões sociais do nosso povo, nada poderia ser mais oportuno para a Fundação Maurício Grabois do que dar esse primeiro passo do nosso Portal abordando tema tão pertinente. Impossível, portanto, terminar sem a tão cara e significativa saudação:

Viva o Dia Internacional das Mulheres!

Veja o especial fmauriciograbois.org.br/portal/revista.php