“Com o desmatamento estamos eliminando nossas fontes de pesquisa”, reforçou. “Só no cerrado são 50 milhões de pastagens devastadas, não precisamos desmatar mais!” disse Rollemberg, que defendeu ainda a instituição de zoneamento econômico-ecológico, a transferência de tecnologia para os pequenos agricultores e um projeto de desenvolvimento que norteie as ações ligadas ao meio ambiente.

Em seguida falou o deputado Dr. Rosinha (PT/PR). Ele acredita que a crise econômica é na verdade uma crise do modelo de desenvolvimento consumista e que o momento é propício para discutir esse modelo, pelo menos do ponto de vista ambiental.

Constatando que há degradação ambiental em todo o país, o parlamentar lembrou que boa parte da área desmatada não produz. Falou sobre a importância de o Estado garantir essa produção, e que sem educação dificilmente seria possível implantar um novo modelo. Disse ainda que, mesmo com todo o debate, é improvável que essa legislação contemple todas as questões relacionadas à temática.

Dr. Rosinha defendeu o esforço para criar leis justas que apesar de centrada no homem, observem as composições do meio ambiente e da natureza. Ele usou uma frase do ministro Eros Grau para ilustrar seu pensamento sobre a situação atual da legislação brasileira: “As leis do Brasil não são para fazer justiça, são para manter a ordem”.

Último palestrante da primeira mesa, o Dr. Roberto Pini, engenheiro agrônomo representante do PDT, lembrou que durante a política de interiorização do país houve incentivo ao desmatamento e muitas pessoas migraram para o norte em busca de um sonho que ficou um tanto distante da realidade. Ele falou sobre a situação dos pioneiros, lembrou que a maioria não tem acesso à educação e desconhece as leis. “Muitos produtores têm medo de regularizar seus cadastros para não sofrerem sanções.”, salientou.

Pini falou também sobre os perigos do que chamou de “falso ambientalismo internacional”, e disse que é preciso coragem para enfrentar esse problema que constitui verdadeira afronta aos pioneiros e à soberania nacional.

Após as exposições da mesa foi destinado um tempo às considerações do público. No total 10 pessoas fizeram uso da palavra, entre elas a deputada Perpétua Almeida (PCdoB/AC), o deputado Paulo Piau (PMDB/MG), e representantes do IBAMA e CRBio.