Isto revelaram os resultados das urnas do primeiro turno das relações parlamentares húngaras, que distribuíram 265 cadeiras de um total de 386 do Parlamento (as restantes 121 serão decididas no próximo domingo). E já foram confirmadas as mais pessimistas previsões para os socialistas que governarão o país até domingo. Seu percentual, de 44% registrado nas eleições parlamentares de 2006, foi derrubado para 19,3%.

As cadeiras socialistas, que no total das 386 foram 190 em 2006, enquanto outras 20 ganharam os liberais que eram aliados dos socalistas, foram reduzidas a 28 nas 265 cadeiras postas em jogo, enquanto seus aliados liberais conseguiram apenas 2,7% dos votos, perdendo suas 20 cadeiras, considerando que fracassaram em superar o limite de 5% para terem acesso ao Parlamento.

Em outras palavras, das 210 cadeiras que tinha a aliança governamental de socialistas e liberais, conseguiu apenas 28 no primeiro turno e é óbvio que não conseguirá sequer a metade das cadeiras que possuía.

Verdadeira catástrofe eleitoral no limite, talvez, da dissolução política do Partido Socialista. O aspecto cômico-trágico é que o principal slogan pré-eleitoral dos socialistas era: “O nosso gerenciamento da crise foi bem sucedido”. É óbvio que a liderança socialista havia perdido qualquer contato com a realidade da sociedade húngara.

Recessão e desemprego

Os líderes socialistas húngaros se auto-admiravam porque reduziram o déficit do orçamento de 9,3% do Produto Interno Bruto (PIB), em 2006, para 3,9% ano passado. Mas foram incapazes de se conscientizar das extremamente dolorosas e perigosas consequências que teria sobre a população húngara a queda do PIB em 6,3% durante o ano passado por causa da política do governo socialista húngaro, e da explosão do desemprego para 11,2%.

É característico que Viktor Orban, o carismático líder da aliança Direita Conservadora Nacionalista, que arrasou no primeiro turno das eleições, tem como seu objetivo básico o aumento do déficit e a criação de 1 milhão de postos de trabalho ao longo dos próximos dez anos.

“A Hungria está guinando, os conservadores enterram os socialistas em eleições quando a extrema-direita invade com violência”, foi este longo título do editorial do filo-socialista jornal espanhol El País

De fato, não resta a menor dúvida. A extrema-direita ganhou com maioria absoluta de 52,8% dos votos – um aumento da ordem de 10 pontos percentuais em relação ao que registrou em 2006. E, em nível de cadeiras, o triunfo da extrema-direita é ainda maior, por causa do sistema eleitoral misto.

O Partido Fascista, o qual está estruturado como organização paramilitar, a exemplo das SS nazistas, cujo nome é Guarda Húngara, aproveitou-se ao máximo a miserabilidade e da humilhação do povo húngaro que resultou da aceitação das desumanas condições impostas pelo FMI e pelo governo socialista que aceitou suas ordens.

Pela primeira vez após 70 anos desde o regime fascista que colaborou com Hitler, as forças filonazistas húngaras voltaram ao Parlamento graças ao voto popular. Gelaram todos os empoados líderes europeus com o surpreendente percentual que registrou o partido (fascista) de extrema direita da Hungria: de 2,2%, em 2006, isto é, muito abaixo do limite necessário de 5%, explodiu para 16,7%, tornando-se o terceiro partido da Hungria, com diferença inferior a três pontos ao resultado obtido pelos socialistas, que governarão até domingo. O pânico político dos jornais conservadores europeus é visível e a Internacional Socialista se mantém – prudentemente – silenciosa.

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Fonte: Monitor Mercantil