As locomotivas do crescimento econômico mundial
Os economistas são convencidos de que os mercados emergentes continuarão também na próxima década conduzindo a economia mundial, por já ser seu consumo privado maior do correspondente das economias desenvolvidas, o ritmo de aumento dos salários permanece elevado, enquanto a composição etária e o nível de educação da população evoluem favoravelmente.
Olhando ao futuro, prevêem até que o ritmo de crescimento nos mercados emergentes será baseado, cada vez mais, na demanda interna ao invés das exportações. De acordo com dados constantes em análise da PricewaterhouseCoopers, até 2050 as sete maiores economias (Brasil, Rússia, Índia, China – Bric – mais México, Indonésia e Turquia) serão quase 50% maiores do que as economias dos países do Grupo G7 (EUA, Japão, Alemanha, Grã-Bretanha, França, Canadá e Itália).
A mesma análise mostra que em torno de 2025 a China superará os EUA, tornando-se a maior economia do mundo, enquanto a Índia também tem a possibilidade de superar o nível dos EUA até 2050.
Enquanto os mercados emergentes adquirem cada vez mais maior importância para a economia mundial, suas respectivas fatias aumentam também nos mercados internacionais de capitais.
Em 1989, por exemplo, apenas oito mercados emergentes eram incluídos no indicador mundial MSCI/All Country World Index, da MSCI, com peso especial menor do que 2%. Hoje, o indicador inclui 22 mercados emergentes, com peso total 12%, uma tendência que, espera-se, será mantida, também, durante a próxima década.
Algumas recomendações
Neste âmbito, o aumento de posições nos mercados emergentes – particularmente, em períodos descendentes que já recomendam grandes bancos de investimentos, considerando que as atraentes desvalorizações e os fundamentos melhorados apoiam suas previsões por margens de alta de dois dígitos no próximo período – mostram-se lógicas.
O risco básico refere-se à possibilidade de uma “queda dupla” no mundo desenvolvido e na eventualidade de uma considerável desaceleração da China, cenários que não são considerados hoje prováveis.
Dos mercados de ações, o Citigroup recomenda posições maiores na Rússia, Coréia do Sul, Taiwan, Polônia, República Checa, Egito, Peru e Turquia. O HSBC recomenda Hungria, Rússia, Turquia, Indonésia, Coréia do Sul, Brasil e países do Golfo Pérsico.
(Analistas conceituados consultados a respeito das recomendações dos Citigroup e HSBC consideraram a maioria, “no mínimo, duvidosa”).
Assim, ainda que os mercados emergentes permaneçam vulneráveis a mudanças do clima econômico internacional, embora continuem se constituindo as “locomotivas” da economia do planeta, continuarão aumentando, também, seu peso especial no mapa mundial de investimentos.
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Fonte: Monitor Mercantil