"A expressão mais diplomática é que falta ao Brasil uma estratégia de desenvolvimento. E, ao discutir a necessidade de mudanças estruturais, não se pode deixar de dizer que políticas cosméticas não adiantam. O câmbio, de fato, é um elemento decisivo para uma política industrial ativa. E, pelo visto, o novo governo insistirá no modelo econômico vigente (baseado no tripé câmbio flutuante, superávit primário e metas de inflação)."

Para uma política industrial eficiente, Albuquerque defende a articulação entre a estratégia de comércio exterior e uma reforma do sistema financeiro: "Isso é fundamental para financiar o investimento inovador", afirma.

Para o economista, a reprimarização da pauta de exportações é um problema muito grave. "Tem de tudo na Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP, a política industrial do governo). Se tem de tudo, não há prioridade e os setores já consolidados e organizados, que têm mais poder de barganha e pressão, se sobressaem às áreas que ainda precisam ser construídas. Então, a PDP acaba, no máximo, reforçando os setores que já estão bem", avalia.

Para os demais setores, como a nanotecnologia, sobra o que Albuquerque chama de "maldição da Rainha Vermelha" – o Brasil tem avançado, tanto na área científica, como na tecnológica, mas esse avanço serve apenas para manter o país na mesma posição relativa, na medida em que os países mais desenvolvidos também se movimentam.

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A informação é do Monitor Mercantil