A exposição apresenta documentos do Arquivo Nacional e de instituições parceiras do Centro de Referência das Lutas Políticas no Brasil (1964-1985) – Memórias Reveladas, criado pelo governo federal, sob a coordenação do Arquivo Nacional. O objetivo geral é ser um polo difusor de informações contidas nos registros documentais sobre as lutas políticas no Brasil nas décadas de 1960 a 1980. Nele, fontes primárias e secundárias são gerenciadas e colocadas à disposição do público, incentivando a realização de estudos, pesquisas e reflexões sobre o período.

Hoje, esta documentação encontra-se sob a guarda do Arquivo Nacional e dos demais parceiros da Rede Memórias Reveladas, composta por instituições públicas e privadas. Nos arquivos públicos estaduais, as ações de preservação e difusão de acervos de interesse do Memórias Reveladas foram patrocinadas pela Petrobras, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, BNDES e Eletrobrás.

Cerca de 400 mil registros documentais já estão disponíveis para consulta no Banco de Dados do Memórias Reveladas, através do Portal do Memórias Reveladas no endereço www.memoriasreveladas.gov.br.

Antes da abertura da exposição, entre 30 de março e 1º de abril, será realizado o 2º Seminário Internacional O Mundo dos Trabalhadores e seus Arquivos – Memória e Resistência, promoção conjunta do Arquivo Nacional, do projeto Memórias Reveladas e da CUT – Central Única dos Trabalhadores.

História

Entre 1964 e 1985, o Brasil viveu sob um regime de exceção, durante o qual se articulou um aparato repressor que incluiu as ações do Conselho de Segurança Nacional, a criação do SNI (Serviço Nacional de Informações), passando pela implantação do sistema DOI-CODI (Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna) e de outros órgãos responsáveis pela censura à imprensa e às artes.

Durante este período, uma grande quantidade de documentos foi produzida por estes órgãos, como sumários informativos, fichas de polícia técnica, relatórios de atividades dos considerados “subversivos”, fotos de atividades “suspeitas” e pareceres da censura. São os registros da opressão e também da resistência, mostrando a realidade das prisões, o funcionamento dos órgãos de informação como o SNI, organizações da luta armada, passeatas, além de exibir o início do processo de abertura, a volta dos exilados e a campanha pelas eleições diretas.

Dentre os destaques da exposição, composta por cinco módulos temáticos, pode-se citar filmes com depoimentos inéditos de sobreviventes dos conflitos na região do Araguaia, produzidos pelo Arquivo Nacional, em 2009, com o apoio do Instituto de Ajuda aos Povos do Araguaia. Músicas censuradas, com os respectivos pareceres, como a letra da música Bolsa de Amores, de Chico Buarque de Holanda também estarão entre os cerca de 200 documentos que farão parte da exposição.

Esta Exposição é uma amostra não apenas da documentação oficial, mas também daquilo que foi produzido pelos órgãos de imprensa e organizações que se dedicavam a combater o regime. Além da exposição e do seminário, o evento incluirá uma mostra paralela de filmes: às quintas-feiras, serão exibidos filmes enfocando regimes autoritários no Brasil e em outros países, no auditório do Arquivo Nacional. Já às segundas e quartas, serão exibidos curtas-metragens e imagens de arquivo com a mesma temática.

"Registros de uma Guerra Surda" permanece em exposição de 04 de abril a 26 de agosto de 2011, no Arquivo Nacional, com entrada franca, de 8h30m às 18h, de segunda a sexta-feira. Visitas guiadas serão oferecidas aos alunos das redes municipal e estadual do Rio de Janeiro, com agendamento através do e-mail: [email protected]

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Fonte: Jornal do Brasil