A Foxconn, que tem suas principal fábrica na China, pretende passar a produzir, já em julho, no Brasil, os iPads, tablets da Apple. A notícia de um investimento de até US$ 12 bilhões e da criação de 100 mil empregos foi recebida com desconfiança por empresas nacionais. Diante de rumores de que as vagas pudessem ser ocupadas por chineses, Mercadante descarta:

– Esses empregos são para brasileiros e para produzir no Brasil. O Brasil não concederá visto de entrada para uma indústria que não seja formada basicamente por trabalhadores brasileiros. E mesmo eles da Foxconn não pensam de outra forma – declarou o ministro.

O número de vagas anunciado significa praticamente dobrar a capacidade de emprego do setor. Segundo a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), o conjunto das fábricas brasileiras de eletrônicos empregou apenas 175 mil pessoas durante todo o ano de 2010.

Para Mercadante, não há exagero nas previsões:
– A fábrica que nós fomos visitar na China tinha 400 mil trabalhadores. A escala para essa indústria é essa. Para poder entrar nesse mercado, é por aí. Tem que ter volume e tamanho.

Outras duas empresas chinesas de eletrônicos estão aumentando investimentos no Brasil, segundo o ministro. A estatal ZTE monta uma fábrica em Hortolândia, em São Paulo, prevê a criação de 2 mil empregos e um investimento de US$ 200 milhões. Já a Huawei anunciou um investimento de US$ 300 milhões num centro tecnológico em Campinas, também em São Paulo.

Uma preocupação dos empresários de eletrônicos é a falta de mão de obra qualificada na área. A Abinee calcula que atualmente já existe um déficit de 90 mil engenheiros e profissionais de Tecnologia da Informação no país. "Nós podemos ter estrangeiros em alguns cargos chaves, em áreas específicas e técnicas, como todos os profissionais em todas as áreas", diz Mercadante. Ele ainda responde que 200 profissionais brasileiros farão treinamento na China para trabalhar na produção dos iPads.

____________

Fonte: Terra Magazine