Na sede do Instituto Lula, em São Paulo, o ex-presidente reuniu-se por cerca de duas horas com o relator do projeto de reforma política na Câmara, Henrique Fontana (PT-RS), e lideranças do PT. Segundo o presidente da Fundação Perseu Abramo, Nilmário Miranda, Lula busca convergência em temas polêmicos. "Quando Lula era presidente, tinha limitações para discutir sobre a reforma política porque havia posições antagônicas na base governista. Ele não queria afetar a governabilidade. Dilma agora tem os mesmos constrangimentos e fala genericamente sobre essa reforma. Lula não. Ele não tem que gerenciar a governabilidade", comentou Miranda, ex-ministro de Lula. "Ele é um agente político".

Participaram do encontro os deputados Ricardo Berzoini (SP) e Érika Kokay (DF), que integram a comissão temática na Câmara, o vice-presidente da Perseu Abramo, Elói Pietá, e os ex-ministros Paulo Vanucchi e Luiz Dulci. Lula falou sobre o financiamento público de campanha e o voto em lista ordenada pelos partidos. Sobre este tema, elogiou o sistema proporcional mistro proposto pelo relator, que mescla o voto em lista com o voto direto.

Durante a reunião, Lula informou os petistas sobre a convocação de um encontro com os presidentes do PSB, PCdoB e PDT em um hotel de São Paulo.

Nos oito meses que se passaram desde o fim de seu mandato, o ex-presidente tem demonstrado influência no Congresso, em decisões do governo e no PT. Um dos exemplos recente se deu no fim do mês passado, quando o petista reuniu-se na sede de seu instituto com o advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, e o ministro da Educação, Fernando Haddad para debater a implementação do piso nacional do magistério. Na conversa, pediu informações sobre o motivo de o piso ainda não ter entrado em vigor. Naquele dia, Lula conversou também com quatro pré-candidatos à Prefeitura de São Paulo, na tentativa de emplacar a candidatura de Haddad em 2012.

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Fonte: Valor Econômico