“Enquanto aumenta sua presença militar na região da Ásia-Pacífico, os Estados Unidos devem se abster de flexionar seus músculos, porque isso não vai ajudar a resolver disputas regionais”, afirmou um editorial da Xinhua.  “Se os Estados Unidos utilizarem seu militarismo na região de forma indiscreta, será como um touro numa loja de porcelana — e vai pôr em perigo a paz, em vez de aumentar a estabilidade regional”, acrescentou o texto.

Os ministérios da Defesa e Relações Exteriores não se pronunciaram sobre a nova política estratégica dos Estados Unidos. Já o jornal chinês “Global Times” afirmou que a China não deve se intimidar com a maior presença militar americana na Ásia, embora analistas e o próprio governo norte-americano digam que Pequim não tem nada a temer.

A nova estratégia de defesa dos Estados Unidos, anunciada oficialmente na quinta-feira por Obama, prevê uma redução no tamanho e no orçamento das suas forças militares, mas uma maior presença na Ásia. Ao apresentar a sua nova política militar — que reflete uma menor ênfase nos conflitos do Iraque e Afeganistão —, Obama disse que “a maré da guerra está recuando”, e o secretário norte-americano de Defesa, Leon Panetta, afirmou que as Forças Armadas precisam ser “menores e mais enxutas”.

Oficialmente, os Estados dizem que pretendem colaborar com a China na busca por prosperidade e segurança na região, mas que continuarão tratando de questões de segurança, como o controle do mar do Sul da China, por onde circula um comércio anual de 5 trilhões de dólares. Há disputas territoriais envolvendo China, Taiwan, Filipinas, Malásia, Vietnã e Brunei na região. Pequim teme que, no fundo, o objetivo de Washington seja cercar a China e conter seu crescente poderio.

“É claro que queremos evitar uma nova Guerra Fria com os Estados Unidos, mas ao mesmo tempo devemos evitar abrir mão da presença de segurança da China na região vizinha”, disse o “Global Times”. Pertencente ao Diário do Povo — órgão oficial do Partido Comunista chinês —, o “Global Times” tem uma inclinação nacionalista, e seus comentários não necessariamente refletem as posições do governo.

Com agências