“É preciso que a Comissão da Verdade, instituída para esclarecer fatos obscuros daquele período, em que foram cometidas graves violências institucionais, perseguições, torturas e assassinatos, tenha plenas condições e apoio da sociedade brasileira para realizar essa tarefa histórica”, afirma o texto.

Entre os profissionais que assinam o manifesto a favor da comissão estão Laís Bodansky, Walter Carvalho e Luiz Carlos Barreto. Eles dizem repudiar ainda “os ataques desses setores minoritários das Forças Armadas brasileiras, que de forma alguma irão obstruir as investigações que devem ser iniciadas o quanto antes”.

Em nota divulgada recentemente, militares afirmaram que a Comissão da Verdade é um “ato inconsequente de revanchismo explícito e de afronta à Lei da Anistia com o beneplácito, inaceitável, do atual governo”. A Comissão da Verdade foi aprovada no final do ano passado, com o objetivo de refazer a narrativa sobre as violações aos direitos humanos ocorridas entre 1946 e 1988.

O principal tema de controvérsia serão as mortes, as torturas e os desaparecimentos ocorridos durante a ditadura militar, de 1964 a 1985. O grupo governamental deverá identificar os responsáveis por essas violações, mas não terá o poder de puni-los.

O órgão será formado por sete conselheiros, todos indicados pela presidente Dilma Rousseff. Ela até agora deu poucos sinais de quem serão os escolhidos. A presidente já disse que não nomeará militantes de esquerda perseguidos pela ditadura nem integrantes identificados com os militares. O texto veda a participação de pessoas que “não tenham condições de atuar com imparcialidade no exercício das competências da comissão”.

Com informações da Folha de S.Paulo