O problema iraniano entra em uma fase importante, com a disputa permeando diálogo, sanção e guerra. O Irã quer evitar uma possível guerra aproveitando da negociação, mas tem espaço limitado de cessão; os Estados Unidos esperam ver o efeito causado pelas sanções; enquanto Israel pretende inflar os norte-americanos a tomarem uma uma atitude militar o mais rápido possível.

Por isso, a possibilidade de sucesso do diálogo em Istambul é muito pequena.
Antes da negociação, propagam-se muitas notícias nos Estados Unidos e no Irã, tanto otimistas como pessimistas. Segundo informações das agências internacionais, no encontro com o presidente turco Redzep Tajip Erdogan, na cúpula nuclear em Seul, o presidente norte-americano, Barack Obama, o pediu que transmitisse um recado ao líder iraniano, Ali Khamenei: caso o Irã se prometa a não desenvolver armas nucleares, os Estados Unidos aceitarão seu plano nuclear com objetivo pacífico. Ao mesmo tempo, a Casa Branca exige que o Irã desative as instalações nucleares em Fordo, para cessar a produção de urânio enriquecido a 20%. Por outro lado, a autoridade iraniana diz que não aceita nenhuma pré-condição.

Na verdade, a chave da questão nuclear é a disputa pelo domínio do Oriente Médio entre EUA e Irã. A transformação dos países árabes em 2011 mudou a geopolítica da região. Com a queda da influência, os norte-americanos temem que o Irã substitua a posição dos Estados Unidos depois da retirada de sua força, além de aliar-se com o regime de Bashar al-Assad. Por isso, Washington volta sua atenção ao Irã depois da guerra na Líbia.

A questão da proliferação nuclear é considerada um pretexto para os norte-americanos pressionarem o Irã. No entanto, pela alta dívida e taxa de desemprego, o governo Obama tem que pensar nas consequências de uma eventual guerra contra o Irã, para não repetir os erros cometidos no Afeganistão e Iraque.

Descartando a solução militar, EUA e Israel só podem usar de sanção e negociação. Essa é a razão pela qual os dois países podem ficar sentados na mesa de negociação. Antes do diálogo, Obama destacou que “essa é a última oportunidade de negociação” para o Irã. A secretária de Estado, Hilarry Clinton, afirmou que “a janela para equacionar o problema nuclear iraniano por meio pacífico está se reduzindo”, um claro sinal para iniciar um ataque militar.

No entanto, o ataque contra instalações nucleares do Irã depende do resultado da interação entre EUA e Israel, além da situação política no país.

Israel está fazendo preparativos para a ofensiva. Como mostra, o país obteve uma base militar no Azerbaijão, vizinho ao Irã, e realizou um exercício militar na Romênia, onde há um relevo semelhante. Mas a guerra contra o Irã não tem o apoio de toda a população, que teme que Israel seja cercado novamente pelo fogo.

Por isso, uma solução pacífica da questão nuclear iraniana é a vontade comum do mundo inteiro. Espera-se que os EUA, Irã e Israel encontrem um caminho para sair do impasse e dificuldade atual.

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Fonte: Rádio Internacional da China