Como notou o diário grego, To Ethnos, «não se trata de um suicídio, mas de um homicídio». Assim o pensaram também milhares de pessoas que deixaram velas e mensagens junto à árvore onde o idoso se matou. Nessas mensagens, refere aEfe, liam-se frases como «não é um suicídio, é um assassínio» ou «governo assassino» e «memorando assassino».

Na carta que deixou, Dimitris Christoulas acusa o governo de o ter privado de meios de sobrevivência, que se resumiam a uma pensão fortemente reduzida por sucessivos cortes.

«Dado que a minha idade avançada não me permite reagir de outra forma (mas se um companheiro grego pegasse numaKalachnikov, teria o meu apoio), não vejo outra solução senão este fim digno da minha vida, de modo a não ter de vasculhar os caixotes do lixo para poder subsistir. Acredito que os jovens sem futuro um dia pegarão em armas e abaterão os traidores deste país na Praça Sintagama, como os italianos fizeram a Mussolini em 1945», (na Praça Loreto em Milão).

Estas foram as palavras deixadas pelo ancião, que compara o actual executivo de Lucas Papademos, ao governo de Tsolakoglou, primeiro-ministro colaboracionista no poder durante a ocupação nazi.

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Fonte: Avante!