“Não há paralelo com o protecionismo dos anos 30, o que acontece agora é uma resposta à crise”, disse Mesquita. Algumas das medidas anunciadas pelo governo foram consideradas protecionistas, como o privilégio na compra de produtos nacionais nas aquisições governamentais, entre outros.

Mesquita reproduziu uma frase da presidente Dilma Rousseff, de que o isolamento não é alternativa viável no médio e longo prazo. “No curto prazo, porém, pode ser necessário tomar medidas que não serão mantidas no longo prazo. Não se pode ficar de braços cruzados, esperando a indústria fechar”, disse o diplomata, durante seminário sobre oportunidades nas relações comerciais do Brasil, realizado na Câmara Americana de Comércio (Amcham), em São Paulo.

Mesquita lembrou que nos últimos quatro ou cinco anos, houve melhoria de 30% nos termos de troca do Brasil. Parte disso resultou da política monetária dos países desenvolvidos.

Na avaliação dele, o dólar fraco contribuiu para a alta das commodities, mas prejudicou a indústria brasileira. O saldo da balança da indústria de transformação passou de superávit de US$ 9 bilhões, em 2005, para déficit de US$ 60 bilhões em 2010.

_________

Fonte: Valor