“Sou acima de tudo brasileiro. Um caipira do vale do Paraíba, que não dispensa virado de feijão, angu e cambuquira. Mas com o curso completo da Praça Onze, Lapa, Catete e arredores. Impregnei-me do sentimento nacional desta nossa querida cidade de São Sebastião. Como Manuel Bandeira, carioca do Recife. Eneida, carioca de Belém do Pará. Silva Melo, carioca de Juiz de Fora. José Olympio, carioca de Batatais. O Rio dilui todos os bairrismos e querências”, trecho do discurso de posse de Francisco de Assis Barbosa à cadeira número 13, da Academia Brasileira de Letras.

Paulista de Guaratinguetá, o autor de A vida de Lima Barreto, que a José Olympio Editora volta a publicar após dez anos, deixou contribuição fundamental para historiadores e amantes do Rio de Janeiro, cidade que veio a adotar em 1931 quando ingressou nos bancos da Faculdade Nacional de Direito. Sua biografia de Afonso Henriques de Lima Barreto, além de mergulhar na vida e na obra do genial escritor que morreu há 90 anos, é indispensável à compreensão da mobilidade dos gêneros e da mutação dos estilos na transição da Belle Époque para o modernismo.