Chipre recorre a ajuda, mas foge de acordo severo

Requerimento aos países integrantes da Zona do Euro foi apresentado pelo Governo da República de Chipre no sentido de obter apoio econômico do Fundo Europeu de Estabilidade (Feef) e do Mecanismo Europeu de Apoio.

O objetivo do requerimento – segundo o Banco Central do país – é a restrição dos riscos que enfrenta a economia cipriota, “particularmente das consequência negativas provenientes do setor bancário do país, por causa de sua excessiva exposição à economia da Grécia”.

Pouco antes, a agência internacional de rating Fitch reclassificou o país para baixo, de BBB- para BB+, com perspectivas negativas. A reclassificação é consequência da exposição dos três maiores bancos do país – Bank of Cyprus, Popular Bank of Cyprus e Hellenic Bank – ao mercado da Grécia.

“Mesmo supondo que a Grécia permaneça na Zona do Euro, os bancos cipriotas deverão sofrer consideráveis prejuízos por causa de empréstimos não resgatados, enquanto a economia grega continuará contraindo-se a médio prazo e, ainda, por causa do recrudescimento da qualidade de seus ativos patrimoniais locais”, anunciou a Fitch.

De acordo ainda com a agência de classificação, “existe possibilidade crescente de o país precisar dirigir-se ao Feef, a fim de recapitalizar seus bancos e, ainda, contrair empréstimos bilaterais da Rússia para cobrir as necessidades de financiamento de seu orçamento até o final do ano que vem”.

Acordo severo

Enquanto o governo de Nicosia anunciou que informou a respeito as autoridades européias sobre sua decisão de solicitar apoio econômico do Fundo de Estabilidade, informações de fontes oficiais de Bruxelas (sede da União Européia), garantem que “já está preparado o acordo para Chipre relativo a um empréstimos de 10 bilhões de euros, sob severíssimas condições”. Ainda, as mesmas fontes informaram que “a República de Chipre entrará no Feef em condições severíssimas e premissas que serão descritas com exatidão no memorando, a fim de garantir os recursos necessários para a recapitalização de seus bancos e o atendimento de serviço de suas dívidas”.

Fonte do governo alemão informou que “o acordo não se refere, somente, aos recursos para a recapitalização dos bancos cipriotas, mas prevê a liberação de outros recursos para fortalecer a economia da República de Chipre”. E deixou claro que, “apesar do reduzido – em comparação com outros países – volume de empréstimo, o Governo da República de Chipre será submetido à permanente fiscalização de uma tróica, semelhante àquela que atua na Grécia, considerando que os recursos do empréstimo serão fornecidos pelo Banco Central Europeu, Fundo Monetário Internacional e União Européia”.

O governo cipriota avalia que “tendo garantido um empréstimo do Governo da Rússia e outro que está negociando com o Governo da China, não será obrigado a adotar todas as condições da Comissão Européia (órgão executivo da União Européia) que definem a tomada de caráter corretivo de medidas, como relativas com as aposentadorias e pensões, aumento do limite para concessão de aposentadoria e outras medias sobre as telecomunicações e a energia.

Sabe-se que a União Européia não tem como objetivo eliminar a vantagem comparativa da República de Chipre em relação à tributação das empresas. Idêntica postura assumiu a União Européia quando formulou o acordo com a Irlanda.

 

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Fonte: Monitor Mercantil