Os senadores aprovaram nesta quinta-feira (6) a inclusão em ata de voto de pesar pelo falecimento do físico e engenheiro José Walter Bautista Vidal, um dos idealizadores do Programa Nacional do Álcool (Proálcool), lançado na década de 70. Bautista Vital morreu no último sábado (1º), aos 78 anos, em Brasília.
Na sessão da quarta-feira (5), os senadores Inácio Arruda (PCdoB-CE), Cristovam Buarque (PDT-DF) e Eduardo Suplicy (PT-SP) homenagearam em Plenário, o ex-professor da Universidade de Brasília (UnB). Na sessão plenária de terça-feira (4) , o senador Roberto Requião (PMDB-PR) já havia mencionado o falecimento de Bautista Vidal.
O requerimento, assinado por todos os senadores presentes e lido pelo senador Eduardo Suplicy (PT-SP), que presidia a sessão, lembra a trajetória profissional e acadêmica do ex-pesquisador do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF). O texto também destaca a participação do professor em movimentos de reforma universitária e seu reconhecimento no meio acadêmico.
Contra a corrente
“Vidal Bautista foi um dos grandes nomes do pensamento brasileiro. Ele teve a coragem de lutar contra a corrente do pensamento tradicional. Ele foi um dos mais importantes pais do mais importante programa energético brasileiro no setor de biocombustíveis que foi  o Proálcool”, disse Buarque.
“Sob quase completo silêncio, morreu Bautista Vidal”, lamentou o senador Roberto Requião (PMDB-PR). “Um homem que qualquer nação do mundo, qualquer universidade ou centro de pesquisas orgulhar-se-ia de tê-lo como seu filho, professor e cientista”, lamentou o senador, criticando o silêncio do Governo. O senador disse ainda que o silêncio em relação a Bautista Vidal pode ter razões nas posições nacionalistas extremadas do pesquisador.
Requião disse que a biografia de Bautista Vidal não pode ser resumida ao Proálcool. O programa, ressaltou o senador, é resultado do pensamento do pesquisador sobre energia e desenvolvimento. “Impressionava o seu entusiasmo pelo Brasil, por nossas infinitas potencialidades tropicais, por nossas energias ilimitadamente renováveis contrapondo-se à ditadura do petróleo”, afirmou.

Com informações da Agência Senado.