O Programa de Aceleração do Crescimento 2 (PAC 2) investiu R$ 557,4 bilhões em infra-estrutura logística, social e urbana até junho deste ano. Esse valor corresponde a 56,3% do total previsto até 2014.

No período, foram concluídas 54,9% das obras previstas até 2014, o que corresponde a R$ 388,7 bilhões, resultado 18,4% superior ao apresentado no último balanço de (R$ 328,2 bilhões). No início do ano, o governo informara que 47,8% de R$ 1 trilhão previstos em investimentos no PAC 2 até 2014 haviam sido feitos.

Para Eliana Graça, a assessora de Política Fiscal e Orçamentária do Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc), enquanto o PAC tem cronograma com razoável nível de execução, em outras áreas, o governo não tem a mesma eficiência para investir.

“É uma evolução, mas, até abril, cerca de 90% do investimento público ainda eram provenientes dos restos a pagar de 2012. E houve uma inversão injustificada na política monetária (alta de juros), aparentemente uma concessão ao mercado financeiro, acostumado a ganhar muito no Brasil”, compara.

O saldo dos restos a pagar  para o Orçamento de 2013 soma R$ 178 bilhões. Em 2003, era de R$ 18,75 bilhões. Eliana acrescenta que o contingenciamento menor deste ano (R$ 28 bilhões, ante R$ 55 bilhões, em 2102) tem, como contrapartida, porém, uma diminuição da receita tributária: “Isso ocorre por causa dos incentivos concedidos, como a desoneração da folha de pagamentos, que tira receita da Previdência”, alerta.

A pesquisadora destaca que há rubricas com redução da dotação orçamentária. “Em 2012, até 80% do fundo soberano viraram pó para cumprir o superávit primário. Já neste ano, o Ministério das Cidades sofreu o maior corte entre todos os ministérios, de R$ 5 bilhões. Parte desses recursos poderá afetar projetos de saneamento e do setor urbano que estão fora dos programas prioritários do governo”, alerta.