A vitória de Luiz Inácio Lula da Silva, em 2002, alicerçada por uma coligação de partidos democráticos e progressistas, respaldada pelos movimentos sociais, com relevante papel político da esquerda, representou uma tomada de posição do povo, para barrar essa avalanche neoliberal.

Efetivamente, os dois governos do presidente Lula desencadearam, numa dinâmica gradativa e dual, uma transição dos ditames do neoliberalismo para uma nova etapa do desenvolvimento nacional. O legado da presidência de Luiz Inácio Lula da Silva, mesmo sob os impactos do conflito entre a mudança e o continuísmo, é significativo: a democracia vicejou, a soberania foi fortalecida e o povo obteve conquistas. O governo soube levantar o país do chão e colocá-lo da rota do desenvolvimento. O Brasil se viu livre da tutela do FMI e do projeto neocolonial da Alca. Sua política externa passou a ser afirmativa, fortaleceu a soberania nacional e, ao mesmo tempo, reforçou o processo de integração latino-americana e elevou o papel do Brasil nos fóruns internacionais. Milhões de brasileiros até então condenados – a prisão perpetua – nas grades da miséria ganharam vida nova, com apoio de ousados programas sociais e beneficiados pelo empuxo do crescimento e do aumento real do salário mínimo.

A presidenta Dilma Rousseff prossegue a obra do ex-presidente Lula, no contexto, do agravamento da grande crise mundial do capitalismo e dos desafios da luta política nacional que se acirra com aproximação da sucessão presidencial e, também, da imperativa necessidade de se superar obstáculos históricos ao desenvolvimento nacional. A presidenta Dilma deu passos importantes na direção de uma nova política macroeconômica. Reduziu os juros, procura estabelecer uma taxa de câmbio favorável à economia nacional e estabeleceu novos parâmetros para o superávit primário. Por isto, momentaneamente, a grande mídia empreende tendenciosa campanha para o aumento dos juros. Uma elite “viciada” em ganhar fabulosas fortunas na especulação, sem produzir, sem trabalhar, joga tudo para que a política monetária de viés neoliberal, de um modo ou de outro, tenha sobrevida.

Transição, conceitualmente, encerra movimento, luta e disputa. No caso concreto, entre a velha ordem neoliberal que foi derrotada, mas que teima em retornar e um novo projeto nacional que se gesta e progressivamente ergue suas pilastras. Todavia quem vencerá quem só um tempo histórico mais largo dirá.

Princípios, no front da batalha de ideias, participou ao longo das últimas duas décadas desse grande confronto por um novo caminho para o Brasil. Um caminho que o fortaleça como nação próspera, soberana, democrática e cuja riqueza seja canalizada ao bem estar de seu povo. Nação que cultive uma convivência solidária com os povos do mundo, em especial, seus vizinhos. Na ótica de Princípios o decênio 2003-2013, os governos de Luiz Inácio Lula da Silva e, agora, de Dilma Rousseff desbravaram, apesar de limitações e problemas que persistem, esse caminho. O desafio agora é avançar com mais desenvolvimento e democracia para que a transição se complete dando vida a um Novo Projeto Nacional de desenvolvimento.