O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aldo Rebelo, recebeu na manhã da quarta-feira (14) o presidente da Academia Brasileira de Ciências (ABC), Jacob Palis, o vice-presidente da ABC, Hernan Chaimovich Guralnik, e o diretor da entidade João Fernando Gomes. Nesta quinta, foi a vez da diretoria executiva da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) e do comando da Marinha e da direçãod a Coppe, que convidaram o ministro a conhecer seus projetos mais inovadores.

No encontro, ocorrido em Brasília, eles debateram questões relativas ao fortalecimento da ciência, da tecnologia e da inovação (CT&I) nos próximos anos. “O ministro nos fez esse convite e temos as portas abertas para fazer sugestões e propostas com o mesmo objetivo de aumentar a importância da CT&I no País”, disse Palis.

Na avaliação dele, um dos maiores desafios do setor é fazer crescer o “engajamento” da comunidade científica nas conquistas socioeconômicas do Brasil. “Um País que não tem uma estrutura forte de CT&I não consegue avançar em termos econômicos e sociais. Precisamos de apoio para cumprir as nossas metas”, avaliou o presidente da ABC.

SBPC
À tarde, Aldo recebeu a presidenta da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Helena Nader. Entre os vários assuntos abordados na audiência, mereceram destaque as matérias de interesse do setor que tramitam no Congresso Nacional.

Dentre elas, o Projeto de Lei (PL) 7735/2014, que trata do acesso ao patrimônio genético, e a mudança na Constituição Federal com a aprovação, em dezembro do ano passado, da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 12 e o Projeto de Lei (PL) 2177/2011, que trata de aperfeiçoamentos do marco regulatório de Ciência, Tecnologia e Inovação.

Helena Nader, que considerou a reunião “muito produtiva”, disse que a expectativa é a de que o ministro contribua para fortalecer o setor. “Esperamos que ele, que conhece o Congresso Nacional como poucos e tem um diálogo muito presente com a presidenta Dilma, possa trazer uma força política para o ministério”, disse, ao apontar o MCTI e o Ministério da Educação (MEC) como pastas-chave para o desenvolvimento do País. “São aqueles [ministérios] do investimento, da aposta de para aonde o Brasil quer ir. É o que queremos que aconteça e acredito que ele vá lutar por isso”.

O ministro e a presidenta da SBPC também conversaram sobre a transversalidade do MCTI e a necessidade de ampliar a interação com outras pastas, com os estados brasileiros e com outros países.

Reforçando parcerias

O ministro Rebelo também recebeu, nesta quinta-feira (15), a diretoria executiva da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), que se dispôs a dar continuidade à parceria com o governo federal para a expansão do sistema universitário brasileiro e a recomposição orçamentária da pasta.

Segundo o presidente da Andifes, Targino de Araújo Filho, reitor da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), a ampliação e o aperfeiçoamento das instituições de ensino federais nos últimos anos são frutos da parceria do setor com MCTI e o Ministério da Educação (MEC), “principalmente no que diz respeito às obras de infraestrutura de pesquisa” apoiadas pelo programa Proinfra, que financia projetos de implantação, modernização e recuperação, com dois editais abertos desde novembro.

Targino ainda afirmou que a Andifes se coloca “na luta pela recomposição orçamentária do ministério” e do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), de onde saem os recursos para o próprio Proinfra. “O ministro nos ouviu muito atentamente e se colocou à disposição para essa parceria”, disse o presidente da associação, após o encontro com Aldo.

Também compareceram à reunião os reitores das universidades federais do Paraná (UFPR), Zaki Akel Sobrinho, do Maranhão (UFMA), Natalino Salgado Filho, e do Amazonas (UFAM), Márcia Perales, além dos secretários executivos da Andifes, Gustavo Balduino, e do MCTI, Alvaro Prata.

Marinha e Coppe

Rebelo foi convidado a conhecer projetos inovadores desenvolvidos pela Marinha do Brasil e pelo Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Os convites foram feitos pelo Comandante de Marinha, almirante Júlio Moura Neto e pelo diretor da Coppe, Luiz Pinguelli Rosa, em audiências realizadas nesta quinta-feira (15), em Brasília.

Moura Neto, que veio ao MCTI acompanhado do diretor do Departamento de Ciência e Tecnologia da Marinha, almirante Sérgio Roberto Fernandes, reforçou a parceria entre a pasta e o órgão federal e convidou o ministro para uma visita aos projetos que envolvem ciência, tecnologia e inovação, a exemplo do Estaleiro de Construção de Submarinos, onde está sendo desenvolvido o Programa de Submarinos (Prosub), localizado em Itaguaí (RJ).

O diretor da Coppe, Luiz Pinguelli Rosa, apresentou ao titular do MCTI os trabalhos de ponta desenvolvidos pelo instituto. Criado em 1963, a Coppe ajudou a criar o sistema de pós-graduação do Brasil e, ao longo de quatro décadas, tornou-se um dos maiores centros de ensino e pesquisa em engenharia da América Latina, além de uma referência internacional.

Entre as iniciativas mostradas por Pinguelli estão um trem urbano de levitação magnética, um gerador de energia elétrica que funciona a partir da movimentação das ondas do mar – já testado e instalado no Ceará – e um ônibus movido a hidrogênio.

Pinguelli estava acompanhado do vice-diretor Edson Hirokazo Watanabe e do professor titular de estruturas oceânicas do instituto, Segen Stefen. “Foi uma reunião muito produtiva, tivemos uma perfeita sintonia com o ministro”, disse o diretor da Coppe.