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Justiça condena ex-delegado do antigo Dops por crimes na Ditadura

13 de junho de 2023

Cláudio Antônio Guerra confessou ter levado os corpos de 12 pessoas para serem incinerados em Campos entre 1973 e 1975. Os corpos foram retirados de locais como a ‘Casa da Morte’, em Petrópolis, na Região Serrana do Rio.

Cláudio Antônio Guerra confessou ter levado os corpos de 12 pessoas para serem incinerados em Campos entre 1973 e 1975. Os corpos foram retirados de locais como a ‘Casa da Morte’, em Petrópolis, na Região Serrana do Rio. Deputada do PCdoB, Dani Balbi propõe que casa seja transformada em Museu da Memória e da Verdade.

Com informações da Agência Brasil

A Justiça Federal de Campos dos Goytacazes, no norte do estado do Rio de Janeiro, condenou o ex-delegado do antigo Dops (Departamento de Ordem Política e Social) do Espírito Santo, Cláudio Antônio Guerra, a sete anos de prisão, em regime semiaberto, pelo crime de ocultação de cadáver. A decisão da semana passada foi divulgada nessa segunda-feira pelo Ministério Público Federal.

A ação penal ajuizada pelo MPF está relacionada ao desaparecimento de 12 militantes políticos durante o regime autoritário.

Na sentença, a Justiça Federal reconheceu que os crimes não prescreveram, pois são considerados crimes contra a humanidade, em atenção à Constituição da República, às normas internacionais de direitos humanos e à jurisprudência sedimentada no âmbito dos sistemas global e interamericano de proteção aos direitos humanos.

A denúncia contra Guerra foi apresentada, em julho de 2019, pelo procurador da República Guilherme Garcia Virgílio, do MPF em Campos dos Goytacazes. O réu foi acusado de destruição e ocultação de cadáveres. Segundo o procurador, as ações criminosas de Guerra são graves e não devem ser toleradas em uma sociedade democrática.

Ao aceitar os argumentos apresentados pelo Ministério Público Federal, a Justiça Federal rejeitou a aplicação da Lei de Anistia,

O procurador Guilherme Virgílio enfatizou que a Justiça concluiu que a Lei de Anistia, nesse caso, não é compatível com a Convenção Interamericana de Direitos Humanos e com a jurisprudência consolidada em cortes internacionais.

A condenação cabe recurso. A Justiça Federal concedeu a Cláudio Guerra o direito de recorrer em liberdade.

A Casa da Morte em Petrópolis-RJ

Em Petrópolis, cidade na região serrana do Rio de Janeiro, a chamada Casa da Morte foi um dos locais que funcionaram como centro de tortura durante a ditadura militar.

Para que essa história não seja esquecida, a deputada estadual Dani Balbi (PCdoB) propôs em fevereiro de 2023 um projeto de lei na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (ALERJ) para que a casa seja transformada em um Museu da Memória e da Verdade.