Trinta e uma acusações foram feitas pelo Estado da Pensilvânia contra Wang Dong, Sun Kailiang y Wen Xinyu, por responsabilidade material, e contra Huang Zhenyu e Gu Chunhui, pela manutenção da infraestrutura usada nas operações de infiltração. Eles podem ser condenados à revelia, de  dez a quinze anos de prisão.

Entre as empresas e instituições norte-americanas supostamente prejudicadas, citam a Westinghouse, a filial da alemã Solarworld, a U.S. Steel, a Alcoa, a Allegheny Technologies, e a United Steel Workers, que congrega empregados do setor siderúrgico. Os dados desviados teriam a ver com o desenho de uma usina nuclear; com  disputas comerciais com a China, nas áreas de produção de aço e células solares. E também com o roubo de credenciais de acesso de funcionários à empresa Allegheny Technologies.

Em rematado exercício de cinismo – considerando-se a lisura dos Estados Unidos na matéria – John Carlin, o diretor do FBI encarregado da Divisão de Segurança Nacional da instituição, afirmou: “que fique claro, que essa conduta é criminal e que não é a que se espera de uma nação responsável e nem que seja tolerada pela comunidade econômica global”, e, também, que os EUA “não exercem atividades de espionagem em benefício de suas empresas.”

O Sr. Carlin poderia, explicar, então, junto às outras autoridades norte-americanas, encarregadas do caso, em benefício de quem foi espionada a Petrobrás, além do próprio governo brasileiro,  e cidadãos de todo o mundo.

Ou responder o que ocorreria, se, em resposta às atividades de espionagem eletrônica em massa das agências norte-americanas de informações, o governo chinês, o brasileiro, e tantos outros, decidissem levar aos tribunais os milhares de funcionários que trabalham espionando para o governo dos Estados Unidos, todos os dias, apenas na NSA.   

Chumbo trocado não dói. Se os EUA estão preocupados com a espionagem chinesa – embora do ponto de vista moral não tenham  nenhuma condição para isso – os chineses agem, também,  da mesma forma,  ao proibir, como fizeram, também ontem, a utilização do Windows 8 como sistema operacional em computadores de sua administração pública.

Quanto aos acusados, a China já disse que não vai extraditar os seus soldados. E declarou que vai romper, a partir de agora, a tênue cooperação que tinha, com os Estados Unidos, no campo da segurança cibernética.

 

Fonte: Mauro Santayana