As recentes tensões nas relações entre a Rússia e o Ocidente podem estimular o desenvolvimento da cooperação no interior dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), defendeu Dmitri Beskournikov, da Câmara de Comércio e Indústria da Rússia. “A situação pode acelerar a criação de um banco dos BRICS ou de uma zona de livre comércio”, indicou Beskournikov, em Washington, durante uma conferência intitulada ‘Negócios com os países os BRICS’.

“Na minha avaliação, não somente os BRICS, mas também muitos outros países em desenvolvimento entendem que um Estado não tem o direito de decretar sanções capazes de repercutir sobre sua economia, de onde a necessidade de elaborar medidas de proteção”, acrescentou. Segundo Beskournikov, as sanções norte-americanas e europeias, na situação atual, podem “disciplinar” a Rússia e favorecer a reorganização de sua economia. Como exemplo, ele citou o projeto de criação de um sistema de pagamento nacional.

“Parece-me que todas as sanções decretadas até aqui reforçam a economia russa. O que acontecerá amanhã será uma outra história”, concluiu.

Após o resultado do plebiscito de 18 de março deste ano, favorável ao ingresso da República da Crimeia na Federação Russa (e também da cidade de Sebastopol), denunciado como uma anexação pelas autoridades de Kiev, Estados Unidos, Canadá, Japão e União Europeia adotaram uma série de medidas políticas e econômicas contra a Rússia.

Os países o G7 ameaçaram também decretar sanções setoriais contra vários setores da economia russa em caso de escalada da situação em torno da Ucrânia. Na última segunda-feira, a União Europeia e o Canadá ampliaram sua lista de sanções em razão da situação na Ucrânia.

Tradução: Louise Antônia León para Carta Maior