No que diz respeito a dor que sofrerão os investidores particulares, Faber diz que ele mesmo sendo investidor particular e conhecendo muitos grandes investidores no mundo, não conhece, contudo, sequer um que possua, neste momento, bônus gregos. Os portadores destes papéis são o Banco Central Europeu (BCE) e os bancos privados europeus.

Faber prossegue destacando que "os bancos na Europa e nos EUA faliram, essencialmente, em 2008, quando foram obrigados a serem salvos pelos governos, como o UBS. E qual foi a lição final que receberam? Absolutamente, nenhuma. Faliram por causa dos empréstimos que possuíam no mercado de imóveis, seu envolvimento no mercado subprime, e, agora, enfrentam novamente problemas por estarem abarrotados de bônus gregos, portugueses, italianos e espanhóis".

Em sua opinião, a Grécia irá declarar moratória e deve declarar falência. Assim, será uma solução "amigável" para os mercados. "A Grécia já está falida e, a exemplo de como aconteceria também, com uma empresa, deverão deixá-la anunciar sua falência oficialmente. E assim, todos aqueles que emprestaram capitais à Grécia serão submetidos ao haircut."

"Todos aqueles que emprestaram capitais, por exemplo, à Argentina no passado foram obrigados a sofrer grandes cortes. Portanto, não é nada curioso ou novo. Aquilo que não é habitual é que existe este persistente ponto de vista de que os governos deverão intervir para salvá-la."

O megaguru afirma que "os gregos deverão viver com dignidade. E a única forma para que possam sobreviver economica e condignamente é sair da Zona do Euro. Naturalmente, a Alemanha e, muito menos, os demais países integrantes da Zona do Euro desejarão isto, não porque desejam salvar o povo grego, mas porque desejam salvar o sistema bancário da Europa. Aqui está o "X" da questão: salvar a si próprios, não os gregos".

Finalmente, Faber avalia que, em cinco anos a partir de hoje, o euro existirá, mas países como a Grécia e, talvez também, Portugal não estarão na Zona do Euro. Países fortes como a Alemanha abandonarão o euro. Assim, embora o euro continue existindo, existirão também a dracma grega e o marco alemão, e todos os demais países aceitarão em suas transações, além sua moeda comum, outras moedas européias.

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Fonte: Monitor Mercantil