A Noruega, país com um dos maiores índices de desenvolvimento humano e com uma das mais elevadas rendas per capita do planeta, é reconhecida, mundialmente, por duas das suas principais riquezas: a exploração de petróleo e gás e a pesca. A pesca é um segmento econômico que, historicamente, tem como carro-chefe o bacalhau e, mais recentemente, a aquicultura, criação em cativeiro de espécies nobres no mercado, como o salmão.

Vale destacar: a atividade aquícola norueguesa ganhou impulso, bem como a pesca industrial, com incentivos das riquezas energéticas do petróleo e gás.

A Noruega escolheu o Brasil como parceiro estratégico. Contou para isso o fato de o país possuir uma exuberante biodiversidade, como é o caso da Amazônia, a recente descoberta de petróleo no pré-sal e o seu extraordinário potencial para a produção de pescado, atividade tradicional na Noruega.

Também pesou o fato de o Brasil ser comercialmente o maior comprador de bacalhau em termos de volume. Apesar da distância e das diferenças culturais, Brasil e Noruega têm em comum ideal e valores democráticos: atuam em parceria nos organismos internacionais, na reconstrução do Haiti e em projetos de cooperação na África.

Na elaboração da estratégia de exploração das reservas de petróleo da camada pré-sal, o Brasil analisou o modelo norueguês para chegar ao seu próprio modelo.

Em recente visita ao Brasil, o chanceler norueguês, Jonas Gahr Store, lançou a "Estratégia Brasil", iniciativa de longo prazo que reconhece o Brasil como um ator global de grande importância para os interesses da Noruega.

O Brasil recepcionou há pouco mais de um mês a maior delegação de empresários noruegueses de sua história. Ao mesmo tempo, dirigentes e especialistas do Ministério da Pesca e Aquicultura se reuniram, em Manaus, com a delegação norueguesa e estabeleceram um plano de ação de cooperação específico para a área de pesca e aquicultura: atividades em que a Noruega conta com vasta experiência, em termos de boas práticas de manejo, tecnologia e equipamentos.

Foi nesse cenário que deparamos com a capa da publicação do plano "Estratégia Brasil", que me surpreendeu e que, creio, surpreendeu a própria presidenta Dilma, por interpretar de forma criativa e significativa as cores da bandeira nacional: o azul do céu agora é também o azul do mar e da plataforma de petróleo; o verde continua a ser o da floresta amazônica, pelo interesse de que ela se mantenha; o amarelo, além de ouro, passou a representar uma grande quantidade de peixes.

O "olhar" que a Noruega tem sobre o Brasil, portanto, abrange o potencial econômico das imensas reservas de petróleo, a rica biodiversidade existente e a extraordinária riqueza que o pescado pode representar para o país, inclusive como alternativa econômica sustentável e compatível com a preservação da Amazônia.

Por tudo isso, a parceria entre o Brasil e a Noruega tem tudo para se mostrar útil e de grande relevância para os brasileiros.

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Ministra da Pesca e Aquicultura