Desaba a confiança de todos quase os cidadãos europeus e, primeiramente, dos cidadãos gregos para com a União Européia (UE) por causa, certamente, da feição repelida que revelaram os empoados líderes dos 27 países-membros da UE e os órgãos institucionais da complementação européia por ocasião do gerenciamento da crise econômica.

Isto revelam os resultados da pesquisa de primavera da Agência Européia de Estatística (Eurostat), divulgados neste fim-de-semana. As mudanças negativas em relação aos resultados anteriores, de outono do ano passado (esta gigantesca pesquisa realiza-se duas vezes por ano)são impressionantes em determinados setores.

Pela primeira vez os gregos dispõem da maioria dos europeus questionados e declararam não confiar na UE, especificamente, 47% contra apenas 42% que continua confiando. Há seis meses, 48% dos gregos confiavam na UE e 40% não confiavam.

O clima filo-UE da população grega já pertence ao passado – algo muito natural, por causa da posição extremamente hostil que sustentaram contra a Grécia os países-líderes da UE e seus empoados presidentes e primeiros-ministros – assim como o humilhante regime de submissão que impuseram à força contra a Grécia e os gregos.

No outono do ano passado, 61% dos gregos questionados haviam declarado que a integração da Grécia à UE havia sido “uma coisa boa”, conforme estipulava textualmente o questionário. Porém, em seis meses, este percentual despencou para 44%, enquanto medidas especiais foram tomadas a fim de ajudarem a estabilização da posição fiscal da Grécia.

Antes da imposição

A pesquisa – realizada quando estas medidas não haviam sido postas ainda em vigor – constata a maior redução do apoio à integração da Grécia à UE (menos 17 unidades). O percentual de cidadãos gregos que sentem que seu país foi favorecido pela sua participação na UE, igualmente, despencou repentinamente (menos dez unidades), destacam com visível surpresa os analistas da Eurostat, no relatório anexado aos resultados da pesquisa.

Os analistas, provavelmente, estão impossibilitados de saber os sentimentos que tem provocado a posição da empoada UE aos cidadãos gregos. Porque, anotem, as medidas de frugalidade não haviam sido divulgadas ainda em maio deste ano – quando foi realizada a pesquisa – sendo assim interessante verificar o que responderão os cidadãos gregos por ocasião de realização da próxima pesquisa, no outono do Hemisfério Norte.

Destaque interessante apresenta o fato de que apenas 50% dos cidadãos alemães questionados declarou que considera “uma decisão acertada” a integração da Alemanha à UE.

Mas entre os cipriotas – que estão puxando seus cabelos por causa da integração de Chipre à UE – 33% dos entrevistados declararam considerar “coisa boa” a integração do país à UE, enquanto apenas 42% considera que o país foi beneficiado com sua integração à união continental.

Islândia fora

Pela primeira vez o eurobarômetro incluiu dados de pesquisa sobre a Islândia, cujo governo social-democrata busca integrá-la à UE e, aliás, em menos de um ano e meio a partir de agora.

Os resultados da pesquisa apurados são explosivos: apenas 19% dos islandeses entrevistados considera que a integração de seu país à UE é uma “coisa boa” e, consequentemente, é extremamente improvável sob estas condições prevalecer o “Sim” no plebiscito que será realizado obrigatoriamente na Islândia para que a integração possa ser aprovada.

Os islandeses que responderam são, por enquanto, totalmente, contrários à sua integração à UE, segundo comentam, diplomaticamente, no relatório os analistas da pesquisa.

Espetacular é o crescimento do percentual de cidadãos gregos que declara não confiar mais na UE: atingiu 56%, o segundo percentual mais alto entre os 27 países-membros da UE, com os cidadãos britânicos ostentando a primazia, com 68%, enquanto apenas 20% dos cidadãos britânicos declarou que confia na UE.

E ouve-se como anedota o resultado da pesquisa em Luxemburgo, o menor país-membro da UE, onde apenas 52% dos cidadãos declarou confiar na UE.

Problema sério enfrenta a UE. Mais sério do que o quase total descontentamento dos cidadãos da Europa. O mais importante é que a crise de confiança atinge já os alicerces da União e suas potências hegemônicas: 54% dos cidadãos alemães não confiam na UE e apenas 37% confiam. O percentual de 51% dos cidadãos franceses não confia na UE, contra apenas 39% que confia. Os cidadãos britânicos mantêm o primeiro lugar: 68% não confiam e 20% confiam.

Assim, sob estas condições, quando não confiam na UE os cidadãos alemães e os cidadãos franceses, sobre qual núcleo de liderança da complementação européia podemos nos referir?

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Fonte: Monitor Mercantil