Empréstimos da China aos EUA chegam a US$ 739,6 bilhões
Os recursos emprestados pelos chineses aos Estados Unidos até o fim de janeiro superam em mais de US$ 100 bilhões os US$ 634,8 bilhões em títulos do Tesouro comprados pelo Japão, o segundo colocado no ranking. Detentora de reservas internacionais de US$ 2 trilhões, a China se tornou no ano passado o principal financiador do déficit dos Estados Unidos com o restante do mundo. Quando comparado ao estoque de janeiro de 2008, os US$ 739,6 bilhões representam um aumento de 50% no valor destinado por Pequim à compra de títulos norte-americanos.
Com um pacote de estímulo de quase US$ 800 bilhões e um déficit na conta corrente que ronda os 10% do PIB, os Estados Unidos precisarão mais do que nunca dos recursos chineses neste ano. E nada indica que Pequim irá reduzir suas compras de títulos do Tesouro norte-americano. Estima-se que a China terá um superávit em conta corrente de US$ 409 bilhões, o equivalente a 8,2% do PIB. Esses recursos precisam ser investidos e não há nada mais líquido e, em tese, mais seguro, que os títulos do Tesouro dos EUA.
Opções viáveis
O primeiro-ministro da China, Wen Jiabao, começou a manifestar preocupação com a segurança dos ativos chineses em dólares em outubro do ano passado. O premiê reiterou sua apreensão na entrevista coletiva que concedeu no encerramento do encontro anual do Congresso Nacional do Povo, na semana passada. “Nós emprestamos uma enorme quantidade de recursos para os Estados Unidos e é claro que estamos apreensivos com a segurança dos nossos ativos e, para falar francamente, eu estou um pouco preocupado”, declarou o premiê.
Apesar da preocupação, a China não desenvolveu até agora opções viáveis para o investimento de quantidades expressivas de suas reservas internacionais. Wen Jiabao defende que parte das reservas seja utilizada em investimentos produtivos no exterior e na compra de ativos estratégicos para a China, como companhias fornecedoras de commodities, petróleo ou detentoras de alta tecnologia. Mesmo que isso ocorra, ainda sobrarão muitos recursos para compra de títulos norte-americanos.
Com agências