Figuras do Movimento Operário
Enver Hoxha, o organizador e o dirigente máximo do nosso Exército e do nosso Estado, é a mais eminente personalidade política surgida da grande guerra do povo albanês.
O povo albanês, terrivelmente oprimido e traído pelo regime de Zogú, teve a infelicidade de ser uma das primeiras, vítimas da agressão fascista na Europa. Contudo, jamais se submeteu à escravidão. Ele iniciou a luta e dela saiu vitorioso porque de seu seio surgiram jovens dirigentes que souberam guiá-lo através do caminho difícil da libertação, como Enver Hoxha, que é a figura mais destacada entre os dirigentes da Albânia.
Hoxha nasceu em Gjinokaster, a 3 de fevereiro de 1908. Terminou o curso primário na sua cidade natal e o secundário em Korçe. Mais tarde, prosseguiu os estudos universitários na França, na Faculdade de Filosofia. Dificuldades econômicas impediram-no de terminar seus estudos e obrigaram-no a empregar-se no consulado da Albânia, na Bélgica. Em 1936 voltou à Albânia, tendo sido nomeado professor do Liceu de Korçe.
Voltou à Albânia no momento em que o regime opressor de Zogú preparava cuidadosamente o caminho para a invasão do fascismo italiano. Juntou-se, então, aos primeiros grupos anti-Zoguistas que já se dedicavam a uma vasta atividade de mobilização das massas populares contra o perigo da ocupação fascista. Graças à atividade daqueles grupos as amplas massas do povo se levantavam em bloco e, por meio de protestos e de demonstrações, exigiam armas para combater o invasor.
Naqueles momentos tão difíceis para o povo albanês, Enver Hoxha estava sempre na primeira linha das manifestações. Com seus outros camaradas, era ele um dos mais ardentes promotores da resistência contra os fascistas invasores, que tão brutalmente calcavam sob os pés a liberdade e a independência da pátria.
O povo albanês, traído por Zogú e sua camarilha, caiu sob a escravização do imperialismo italiano. Contudo, pelas demonstrações dos primeiros dias de abril de 1939, provou que estava resolvido a não se submeter jamais ao inimigo, que possuía grandes energias revolucionárias e que tinha apenas necessidade de um chefe a seu serviço, capaz de conduzi-lo fielmente até a vitória.
A união dos grupos anti-fascistas era então uma questão vital para o futuro do povo albanês e para a organização da resistência contra os ocupantes. Nesse tempo, Enver Hoxha dedicava toda a sua atividade ao trabalho de levantar o povo contra o inimigo e de realizar a união desses grupos. Ele foi um dos organizadores e um dos principais dirigentes das primeiras demonstrações de massa contra o fascismo italiano. Seu trabalho infatigável e sua resolução motivaram-lhe perseguições da polícia fascista, obrigando-o a ingressar na vida ilegal. Mas sua coragem e energia colocaram-no, finalmente, à frente desses grupos.
A 8 de novembro de 1941, os mais resolutos filhos do povo, que tinham todas as suas forças votadas à causa da libertação nacional, fundaram o Partido Comunista Albanês, que lançou um apelo à luta e conclamou as massas populares e todos os patriotas à unirem suas forças em um bloco único pela libertação do país.
Nesta época, Enver Hoxha, embora acuado pelos agentes do fascismo, estava à frente da luta do Partido Comunista Albanês pela concretização da unidade do povo.
A 15 de setembro de 1942, graças à iniciativa do Partido Comunista Albanês reuniu-se a Conferência de Peze. Hoxha foi um dos principais dirigentes dessa Conferência, na qual se apresentou armado de uma absoluta confiança na vitória das massas e munido da experiência que havia adquirido na luta junto ao povo. Explicou então o justo significado da união nacional do povo albanês, união que somente poderia realizar-se ao fogo da luta anti-fascista, união que criaria um bloco único de forças, com um único objetivo: a libertação da Albânia do jugo dos ocupantes. Ele mostrou claramente que, para atingir esse objetivo, era necessária a formação de um novo Exército popular, era preciso criar sólidas organizações que agrupassem as massas da Juventude e das Mulheres albanesas e, mais particularmente, que era imprescindível combater e destruir o antigo aparelho do Estado que havia capitulado, e instaurar o novo poder do povo.
A Conferência de Peze constitui uma das mais importantes etapas da história de nosso país, não só porque em Peze foram bem definidos, de uma maneira bastante justa, os deveres do povo albanês, mas também porque esta era a primeira vez em nossa história que novos homens estavam à frente das massas trabalhadoras, que lutavam com abnegação e faziam grandes sacrifícios pela causa do povo e pela concretização de seus ideais.
Em seguida à Conferência de Peze, Enver Hoxha consagrou todas as suas energias à aplicação das resoluções desta Conferência. Lutando duramente contra a demagogia do inimigo, resistindo ante o terror mais selvagem, trabalhando nas mais difíceis condições, Enver Hoxha tornou-se a expressão da principal força dirigente das massas populares.
Este período marca os primeiros golpes assestados ao antigo Poder — que se havia colocado inteiramente a serviço dos ocupantes — e a instauração, numa parte da Albânia, dos primeiros Conselhos de Libertação Nacional. Disso resultou, claramente, o fato de que a Organização da Juventude Anti-fascista tenha se transformado numa força decisiva na luta do povo albanês e foi, propriamente, então, que o Exército Nacional de Libertação começou a consolidar-se, uma vez que a fase da guerra por pequenas unidades havia terminado e, em todas as partes da Albânia, constituíam-se e organizavam-se Companhias e Batalhões de resistentes.
A extensão e o rigor da luta requeriam um Conselho forte e centralizado, capaz de encontrar novos métodos de organização aplicáveis ao nosso Exército, de educar nossas unidades nascidas ao fogo da luta e sob a inspiração dos princípios revolucionários da guerra pela liberdade, de educá-las no espírito de uma disciplina de ferro, de inculcar-lhe o ódio profundo ao inimigo e um amor sem imites ao povo; um comando, enfim, que pudesse no futuro, conduzir nosso Exército com segurança, através dos rudes embates que a libertação de nossa Pátria do jugo do inimigo iria exigir.
A 10 de julho de 1943, em Labinot, foi constituído o Estado Maior do Exército Nacional de Libertação. Enver Hoxha, que se encontrava à frente da resistência de nosso povo, que havia organizado e formado os primeiros combatentes da liberdade, que era um dos mais capazes realizadores da linha do Partido Comunista Albanês, e que havia — juntamente com outros camaradas — mobilizado as massas mais esclarecidas do povo para as fileiras do Exército, Enver Hoxha foi designado em Labinot, para o alto posto de Comissário Geral do Exército de Libertação Nacional.
Enver Hoxha representava, então, a força principal e a mais segura garantia da plena realização das tarefas incumbidas ao Estado Maior Geral. A Albânia do Sul, naquela ocasião, era o lugar onde a luta contra os ocupantes e o crescimento do Exército assumiam proporções mais vastas e onde o inimigo organizava os mais fortes ataques. Ali era o lugar onde mais do que nunca, havia necessidade da direção pessoal de Enver Hoxha. Era ali, então, que deviam ser concretizadas as tarefas que o Estado Maior Geral do Exército Nacional de Libertação estava encarregado de levar a bom termo.
A fusão das diversas unidades em um Exército era uma das questões mais importantes. Em estreita cooperação com seus companheiros de armas, Koçi Xoxe e Nako Spiru, Enver Hoxha elaborou os planos para a organização das brigadas. A I Brigada de Assalto foi formada em Vithkuq (Korçe), a 15 de agosto de 1943. As II e III Brigadas de Assalto foram completadas alguns meses mais tarde, na Albânia Central.
Outro importante problema, que preocupava então a Direção do Movimento Nacional de Libertação, era a atitude negativa da “Balli Kambetar” (Frente Nacional que se havia constituído em adversária do Movimento Nacional de Libertação, imediatamente “após a Conferência de Peze, e que visava, pela sua propaganda contra o Movimento Nacional de Libertação, levar a efeito uma política de compromisso com os ocupantes, com o objetivo de assegurar a dominação das camarilhas feudais, dos “bey-s” e dos grandes proprietários de terras em prejuízo das amplas massas populares. Numerosas tentativas foram feitas então para conduzir esta Organização sob a plataforma de um movimento popular. Mas a “Balli Kombetar” tinha uma linha conseqüente que a conduzia à traição e nunca tomou em consideração o fato de que a esmagadora maioria do povo albanês se havia lançado definitivamente nas fileiras da Frente Nacional de Libertação e lutava por uma Albânia livre e democrática.
Era justamente nesse tempo, quando a Itália fascista se encontrava às vésperas da capitulação e as tropas alemãs se preparavam para tomar o seu lugar, quando a “Balli Kombetar” se chafurdava na mais baixa das traições, — que teve lugar em Labinot, a 1.° de setembro de 1943, a II Conferência Anti-fascista. Nessa Conferência, a mais pesada tarefa foi incumbida a Enver Hoxha, que consistia em determinar os objetivos e a linha do Movimento Nacional de Libertação: esses objetivos e essa linha não eram outros senão a luta sem tréguas pelo extermínio definitivo do fascismo, a instauração do Poder Popular e, mais particularmente, a condenação da conduta da “Balli Kombetar” que, então, colaborava abertamente com os ocupantes, e a luta sem piedade a ser travada contra todas as tendências de compromisso, que se constatassem em toda a parte e entre quaisquer pessoas do Movimento Nacional de Libertação.
A Conferência de Labinot mostrou claramente, melhor que qualquer outro fato, aqueles que estavam verdadeiramente devotados ao povo. A esta Conferência viu-se Enver Hoxha e seus outros camaradas Koçi Xoxe e Nako Spiru, agigantarem-se como defensores obstinados desta linha que, mais tarde, devia levar o povo à vitória final.
Durante o inverno de 1943, os ocupantes alemães, que já conheciam bem o poderio do Exército Nacional de Libertação e seu ímpeto no combate, preparou, em colaboração com a “Balli Kombetar”, a “Legalidade” e todos os traidores do país, uma grande ofensiva com o objetivo de aniquilar o Movimento de Libertação Nacional e seu Exército. Enver Hoxha e uma parte dos Chefes do Movimento de Libertação Nacional encontravam-se, então, na Albânia Central; foram separados do grosso das forças do Exército assim como da sede do Estado Maior Geral. Depois de inúmeras dificuldades, Enver Hoxha e seus camaradas lograram passar através das zonas ocupadas e estritamente controladas pelo inimigo e conseguiram, finalmente, juntar-se de novo, na Albânia do Sul, ao grosso das forças do nosso Exército.
A grande ofensiva de inverno das tropas inimigas havia malogrado completamente, e nossas forças, que haviam sofrido uma dura prova, lançaram-se por sua vez numa contra-ofensiva geral e libertaram largas zonas.
Enver Hoxha, apoiado pelos seus companheiros de armas, colocou então uma questão das mais importantes — a instauração e a consolidação do Poder popular — particularmente nas zonas libertadas, — a consolidação dos Conselhos Nacionais de Libertação e o estabelecimento de normas capazes de garantir-lhes uma ampla e intensa atividade.
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O 1.° Congresso Anti-fascista, que se reuniu em Permet, a 24 de maio de 1944, marca uma outra importante etapa de nossa história, porque o Movimento Nacional de Libertação era o único que representava as amplas massas do povo albanês e o Exército Nacional de Libertação tornara-se uma grande força, capaz de se encarregar e de levar a bom termo o pesado encargo de assegurar a completa libertação da Pátria.
Nessa etapa tão importante para o nosso país, não havia ninguém, com exceção de Hoxha, que pudesse ser colocado à testa do novo Poder e do Exército Nacional de Libertação. No Congresso de Permet foi confiado a Enver Hoxha o encargo da mais alta responsabilidade, de Presidente do Comité Anti-fascista — com as atribuições de um Governo Provisório — e de Comandante em Chefe do Exército Nacional de Libertação no posto de Coronel-General.
Nesse período, o Movimento de Libertação Nacional era mais forte que nunca e representava um real perigo para as tropas inimigas de Ocupação e para os planos diabólicos da “Balli Kombetar”, da “Legalidade” e dos traidores da Pátria. Para afastar esse perigo, organizaram então a grande ofensiva de junho. Esta ofensiva marcava a última tentativa do inimigo e dos traidores para esmagar o Exército Nacional de Libertação. Mas, colmo a precedente, ela redundou num tremendo fracasso. Nosso Exército, comandado por Enver Hoxha, resistiu com sucesso a esta nova prova e organizou imediatamente uma contra-ofensiva.
Enver Hoxha, na sua qualidade de Comandante em Chefe do Exército dirigiu a contra-ofensiva pela libertação da Albânia do Norte e de todos os centros habitados, e consagrou todos os seus cuidados à organização de um Exército regular capaz de cumprir sua missão: a libertação da Albânia.
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Quando o Exército se impôs o dever de libertar todo o país para o povo, impôs-se, também, a tarefa de consolidar o seu poder. Hoxha, na qualidade de Presidente do Comité Anti-fascista, concentrou todos os seus esforços no sentido de assentar as bases do novo Estado que surgia.
Em Berat, a 22 de outubro de 1944, teve lugar a II Assembléia do Conselho Geral Anti-fascista de Libertação Nacional, que decidiu a transformação do Comité Anti-fascista em Governo Democrático da Albânia. Enver Hoxha foi, então, designado Primeiro Ministro da Defesa Nacional do novo Governo.
A libertação total da Albânia, daí por diante, era uma questão de dias, e a reconstrução do país estava na ordem do dia. Na Conferência de Berat, Hoxha apresentou projetos bem definidos, relativos à edificação da Nova Albânia.
Pela primeira vez na história de nosso país um Governo Democrático preside aos destinos do povo albanês e preocupa-se seriamente com os seus problemas vitais. Dirigir um Governo, em semelhante época, era uma das tarefas mais difíceis. Inúmeros obstáculos entravavam a realização rápida das decisões do Governo, que tinha à sua frente o Coronel-General Enver Hoxha. Dirigente provado na guerra e nas situações mais críticas atravessadas pelo povo albanês, munido de uma grande coragem e de uma vontade indomável, Enver Hoxha soube fazer face a todas as dificuldades e dirigir o Governo e todo o povo albanês para a solução prática dos seus problemas imediatos.
Seis meses após o Congresso de Permet o Exército Nacional de Libertação, comandado pelo Coronel-General Enver Hoxha, concluía com glória e heroísmo sua nobre missão: a libertação total da Pátria. Mas a luta contra o fascismo ainda não havia terminado. Nosso Comandante ordenou às nossas divisões que transpusessem a fronteira e perseguissem sem descanso o inimigo até a sua destruição total, e que ajudassem a luta dos povos irmãos da Iugoslávia, que combatiam pela libertação de seu país.
Os êxitos resultantes das vitórias da guerra de Libertação Nacional deviam ser guardados e consolidados. Um futuro melhor devia ser assegurado ao povo albanês, que se apossara do poder graças aos seus próprios esforços e sacrifícios. O povo albanês, que combatera durante longos anos e conseguira destruir, em seguida, os fundamentos do antigo poder, que já tinha se apoderado politicamente do poder, teria de travar uma luta sistemática para tomar em suas mãos e reerguer a economia do país.
Enver Hoxha e seus companheiros de armas, que conheciam melhor que ninguém as causas da opressão e da exploração econômica de nosso país, e que sabiam também como eliminá-las apoiando-se na energia e no élan revolucionário das massas — decidiram a aplicação de uma série de grandes reformas no domínio econômico, reformas essas que estão em curso, capazes de assegurar ao nosso povo um futuro mais feliz.
À frente do Exército Nacional de Libertação, Hoxha conduzia a guerra pela libertação da Pátria; à frente do povo albanês ele dirigia a grande revolução popular; à frente do Governo ele traçou o caminho a seguir pela Nova Albânia. Enver Hoxha, a maior figura política de nosso país, foi eleito Presidente da Frente Democrática da Albânia ao encerrar-se o Primeiro Congresso da Frente Nacional de Libertação.
Os princípios que inspiraram nosso povo na grande guerra libertadora levaram-no à fraternização com os outros povos progressistas que combateram contra o fascismo. Como em todas as outras questões, Enver Hoxha encontrou a justa solução no que concerne às relações que nosso povo entretém com os outros povos e, baseando-se nos interesses vitais de nosso país, ele definiu e defendeu os laços e a cooperação com todos os povos progressistas e frustrou todas as tentativas da reação internacional que visavam prejudicar os interesses de nosso país.
A vida de Enver Hoxha faz parte indivisível do Movimento Nacional de Libertação de nosso povo. Todas as vezes que o Movimento Nacional de Libertação passava a uma nova e mais importante etapa de seu desenvolvimento, Enver Hoxha encontrava-se sempre à frente das massas populares. A edificação de nosso Estado Democrático e as vitórias alcançadas na reconstrução do país, são devidas à direção clarividente de Enver Hoxha.
A grande vitória de nosso Exército sobre os ocupantes, sua consolidação, sua modernização e sua educação, que fizeram-no o baluarte seguro e sólido da Nova Albânia, são devidas ao nosso Comandante.
O Triunfo do Socialismo e o “Manifesto”
“O triunfo do socialismo na URSS obtido sob a direção do Partido de Lenin e Stálin, trouxe maior triunfo para as ideias expostas por Marx e Engels no imortal “Manifesto Comunista”, este cântico dos cânticos do comunismo segundo expressão de Stálin.”
Rosental e Yudin.