A segunda guerra mundial provocou um aumento da produção e da capacidade produtiva nos Estados Unidos, tendo por base o aumento da produção do material de guerra, dos armamentos e dos equipamentos militares. Este aumento de produção, o primeiro obtido depois de longos anos, no curso dos quais a economia americana conheceu as pesadas crises de 1929-1933 e de 1937-1938, serviu de base para fazer renascer todas as espécies de ilusões e de falsas teorias pretendendo que um desenvolvimento rápido da economia é também possível nos Estados Unidos em tempos de paz. Durante a guerra, desenvolveu-se nos Estados Unidos toda uma literatura exaltando os “recordes da produtividade americana”, o “estilo de vida americano”, isto é, o capitalismo monopolista americano. Se nos anos que precederam a guerra, a maioria dos economistas e dos políticos americanos vivia ainda sob o choque da crise de 1929-33, com um imenso aparelho de produção que não funcionava a pleno rendimento e um grande número de desempregados — durante a guerra, sob a influência do aumento da produção provocada pelas condições militares, eles tiraram de novo de seus arquivos todas as espécies de “teorias” sobre o “excepcionalismo americano”.

É evidente que os economistas burgueses não estavam inteiramente de acordo sobre as perspectivas do após-guerra. Alguns, que não haviam ainda esquecido os fatos do período anterior à guerra, mostravam-se inclinados a fazer prognósticos pessimistas e recomendavam aos “homens de negócios” mais prudência no “período perigoso da reconversão”. Por outro lado, os que estavam ainda sob a impressão dos “recordes” de produção de guerra, prognosticavam para o após-guerra a “prosperidade” e o desenvolvimento da produção sem crise. Neste particular, o livro de Haroldo Lieb, aparecido em 1946, “Plena Produção Sem Guerra” é bastante característico. Seu principal objetivo era provar que “nos Estados Unidos o desenvolvimento da produção capitalista, após a guerra, pode surgir uma linha ascendente sem crise e sem catástrofe”. Numerosos outros apologistas do capitalismo americano tomaram a mesma posição. A maioria deles acredita num “dirigismo pelo Estado” ou, em outras palavras, no desenvolvimento do capitalismo monopolista de Estado.

Nesse sentido, é preciso lembrar que alguns dos nossos economistas tem defendido também o princípio do aumento inevitável da produção nos países capitalistas após a guerra. Entre estes é preciso, antes de tudo, citar o economista Eugene Varga.

Do ponto de vista marxista, a única dedução justa tirada do aumento da produção nos Estados Unidos, determinado pelas condições militares, é que a passagem do tempo de guerra ao tempo de paz, tendo como princípio a brusca redução das encomendas militares, agrava as contradições entre as possibilidades de produção crescentes e a capacidade aquisitiva das massas, o que conduz inevitavelmente à queda da produção, aos abalos econômicos.

Ao contrário, o economista Eugene Varga predizia um aumento inevitável da produção nos Estados Unidos e nos outros países capitalistas, imediatamente após a guerra. No seu relatório ao “Instituto de Economia Mundial e de Política Mundial”, em começos de 1945, Varga afirmava que:

“nos países em que o aparelho de produção conservou-se ou ampliou-se durante a guerra, era justo esperar-se uma escensão das conjunturas durante os três ou quatro anos que se seguirem ao fim da guerra…”(1).
O economista Eugene Varga chegou mesmo, em seguida, a desenvolver este ponto de vista em seu livro “Transformações Sobrevindas na Economia Capitalista após a Segunda Guerra Mundial”. Na página 269, Varga escrevia que, terminada a guerra, a economia dos países capitalistas, tendo conservado seu aparelho de produção ou o tendo melhorado, atravessará um período de desenvolvimento.

Nos seus prognósticos, Varga partia da teoria da “procura diferenciada” propaganda com zelo pelos “sábios” a serviço da burguesia. Esta teoria volta a afirmar que durante a guerra os trabalhadores dos países capitalistas recebem um bom salário, que não têm capacidade de gastá-lo inteiramente, sendo então a oferta inferior à procura. Os salários são, portanto, conservados nas Caixas Econômicas. Após a guerra, esta “procura diferenciada” deve, segundo Varga, inevitavelmente “afluir sobre o mercado” e “encontrar sua expressão”, num lapso de tempo mais ou menos longo na superioridade da procura sobre a oferta, o que constitui a base de um novo desenvolvimento econômico.

A concepção da “procura diferenciada” é desenvolvida, de maneira consequente, nos artigos de L. Mendelson. No artigo “As crises e os Ciclos da Época da Crise Geral do Capitalismo”(2), escreve ele que mesmo em países como os Estados Unidos, deve haver em tempo de guerra menos oferta do que procura, uma sub-produção que se exprime pela “procura diferenciada”.

Assim, durante a guerra não haveria mais um grande empobrecimento da classe operária e de todos os trabalhadores, mas seu enriquecimento; e o consumo, mas para enfraquecê-las e criar, assim, bases não para uma criam-se as premissas não para agravar as contradições entre a produção queda da produção, mas para seu imediato desenvolvimento depois da guerra.

De certo nem é preciso demonstrar que os apologistas da “teoria” da “procura diferenciada” nada têm de comum com o marxismo. Esta “teoria” está em flagrante contradição com a lei do empobrecimento absoluto e relativo da classe operária sob o capitalismo, lei que vigora em tempo de paz como em tempo de guerra. Se a população dos Estados Unidos acumulou algumas economias no curso da segunda guerra mundial, é preciso não esquecer que a maior parte das mesmas estava concentrada em mãos das classes abastadas. Em consequência do aumento de lucros, somas imensas foram acumuladas pelos monopolistas americanos. Quanto à maioria esmagadora dos trabalhadores, como o reconheceu Krauss, na revista “Magasine de Wall Street”, ela não possui economias, ou se as possui, são “insignificantes”. Sob a influência do crescimento do desemprego, da queda dos salários e da inflação, estas economias desapareceram rapidamente após o fim da guerra, sem exercer grande influência sobre a conjuntura.

                          Graves Dificuldades Econômicas no Após-Guerra

A vida zombou cruelmente dos prognósticos jactanciosos dos economistas burgueses americanos, inclusive dos prognósticos de Varga. Não somente o fim da guerra não trouxe qualquer impulso, nenhuma nova “prosperidade”, como foi até mesmo o contrário que aconteceu. E como era de esperar-se, o fim da guerra conduziu a uma brusca queda da produção nos Estados Unidos, na Inglaterra, no Canadá e em alguns outros países. O camarada Zhdanov no seu informe por ocasião do 29.° aniversário da Grande Revolução Socialista de Outubro, salientou:

“O período posterior à guerra está ligado, nesses países, às grandes crises econômicas e políticas. Nos países capitalistas, a passagem do tempo de guerra para o tempo de paz suscitou uma redução brutal no mercado, queda do nível de produção, o fechamento de empresas e o aumento do desemprego”(3).
Além disso, nos Estados Unidos, o barômetro não esperou o fim da guerra para começar a baixar. Desde que o Exército Soviético rechaçou o camarilha hitlerista para o ocidente, nos Estados Unidos, no Canadá e na Inglaterra, a coluna da produção industrial começou imediatamente a declinar.

Enquanto os políticos e os economistas dos Estados Unidos continuavam a fazer grande alarde em torno dos recordes da produção americana e da superioridade da economia “livre”, isto é da economia capitalista, e que Eugene Varga fazia seus prognósticos sobre o desenvolvimento no após-guerra da economia americana, esta economia enveredava por uma curva descendente. O fim da guerra contra a Alemanha e o Japão acentuava ainda mais a queda da produção que se iniciava. Basta examinar-se os números para que nos convençamos desta verdade. Senão vejamos:

Assim, a produção americana atingia seu ponto culminante em 1943 e logo começava a baixar. Em 1946, a produção total americana caía de 29% em comparação à de 1943, a da indústria manufatureira de 32%, a das mercadorias de longa duração de 47%, a das construções mecânicas de 46%, os meios de transportes de 70%.

Alguns ramos de construções mecânicas e de construções de meios de transporte baixavam ainda em maiores proporções. Assim, em 1946, a construção baixava nos estaleiros navais de quase vinte vezes em comparação com a de 1943, a das máquinas — ferramentas (aparelhos de construção) de quatro vezes. Se tomamos cada ramo e se comparamos o ponto culminante do esforço militar com o ponto mais baixo da queda em 1946, o nível de queda da produção será ainda mais acentuado. Assim, em 1946, o nível de produção da indústria manufatureira caía de 38% do ponto culminante do esforço militar de novembro de 1943; neste mesmo período, a produção de mercadorias de longa duração caía de 63%, a construção dos meios de transporte de 75 %.

A propósito, o importante frisar que a queda da produção que atingiu profundamente os meios de produção, atingiu igualmente os ramos que produzem a alimentação. A produção de mercadorias de longa duração, inclusive as mercadorias do consumo, caía em 1946 de 7% em comparação à de 1943, inclusive, a utilização do algodão, que caía de 18%. A famosa “procura diferenciada” não prestou nenhuma ajuda.

O fim da guerra contra a Alemanha e o Japão provocava o fechamento nos Estados Unidos de numerosas empresas, a despedida de operários, a ruína de centenas de pequenas firmas, o crescimento, do desemprego. Em agosto de 1945, a agência “Associated Press” anunciava, numa crônica especialmente consagrada à situação na indústria, o fechamento em massa de empresas e a despedida de inúmeros operários. Nos Estados Unidos, o número de operários e empregados ocupados na indústria manufatureira caía de 17,4 milhões de operários em 1943, para 14,1 milhões em 1946. Segundo as cifras oficiais, o número de desempregados completos era em 1946 de 2,3 milhões de operários e o número de desempregados parciais, de 5,4 milhões. Os monopolistas não deixaram de utilizar o crescimento do desemprego a fim de baixar os salários. Os operários foram obrigados a recorrer às greves. Os anos de 1945 e 1946 se caracterizam pela envergadura do movimento grevista nos Estados Unidos. Em 1945 contavam-se 4.750 greves nos Estados Unidos com 3.470.000 operários, e em 1946 — 4.985 greves com 4.600.000 operários.

Nestas condições, dentro em pouco, nada mais restava da “procura diferenciada”. Já em 1946, os depósitos nas Caixas Econômicas diminuíram de quase três vezes em comparação aos depósitos de 1944. Por outro lado, a inflação diminuía também fortemente a capacidade de compra dessas economias. A “procura diferenciada” não podia assegurar nenhum desenvolvimento, nem podia impedir a queda inevitável da produção que devia ocorrer nos Estados Unidos depois da guerra e que, como frisou o camarada Voznessenski, se operava nas condições de um antagonismo crescente entre o caráter social da produção e o sistema capitalista de apropriação dos bens da produção. Alguns colaboradores do antigo Instituto de Economia Mundial da URSS tentaram apresentar a queda extraordinária na produção dos Estados Unidos e em outros países, em 1944-1946, como uma pequena dificuldade surgida na produção que eles explicavam pela “reconversão”, isto é, pelo fato de que as empresas cessavam a produção de guerra para iniciar a produção civil. Mas a passagem da economia capitalista de tempo de guerra para a economia de tempo de paz não é uma simples “reconversão”, não é somente uma reconstrução técnica, uma reorganização de algumas empresas, mas um processus complicado e difícil de adaptação espontânea da produção capitalista, repleta de “encomendas de guerra”, às novas condições do mercado. É com esta terminologia, “reconversão”, que os economistas burgueses se esforçam para encobrir o caráter de crise que o desenvolvimento econômico de após-guerra apresenta aos Estados Unidos.

Na realidade, a queda da produção capitalista em 1944-1946 ultrapassa de muito os limites das dificuldades das conjunturas. Isto se provou pela queda profunda, extraordinária, da produção, sua longa duração e a amplitude do seu caráter.

O economista Eugene Varga e seus discípulos afirmam que durante a guerra as premissas da crise não podem amadurecer. Segundo os defensores deste ponto de vista, um novo impulso “normal” seria necessário após a guerra para que elas pudessem amadurecer.

O fato de se apresentar a guerra como alguma coisa de eterno, como querem os economistas capitalistas, é a base dessa afirmação. Entretanto, indica o camarada Stálin:

“Para os países capitalistas a guerra é um estado tão natural e tão legítimo como a exploração da classe operária.”
As guerras mundiais de hoje são resultado da lei do desenvolvimento das forças econômicas e políticas mundiais na base do capitalismo monopolista. As guerras se originam do desenvolvimento das principais contradições existentes entre as economias capitalistas. Isto significa que, conceber a guerra e o período de guerra como alguma coisa de “anormal” para o sistema de economia capitalista (em particular no período de crise geral do capitalismo, quando as guerras, se assim se pode dizer, entraram nos hábitos do capitalismo) é, compreende-se, impossível.

A influência das guerras se faz sentir na deformação do ciclo capitalista, na mudança do aspecto do seu curso “habitual”. A guerra, por exemplo, pode enfraquecer as crises e provocar o estímulo e ascensão das conjuturas devido às encomendas de guerra. Tal era a situação em 1914, quando começou a guerra.

No começo, a crise era fraca, depois ela se reabsorveu, por assim dizer em consequência das encomendas de guerra. Tal era a situação, em 1939, quando a crise econômica que lavrava nos Estados Unidos, na Inglaterra e em alguns outros países, se reabsorveu sob a influência da guerra e se transformou em atividades e em desenvolvimento.

Neste sentido, assinala Voznessenski:

“o alto nível das acumulações capitalistas, a produtividade do trabalho e a técnica de produção atingidos nos Estados Unidos, durante a guerra, agravam as contradições próprias do capitalismo e criam as bases para uma nova crise econômica e um desemprego crônico”.
Em consequência da destruição considerável de uma parte das forças de produção, a guerra equilibra momentaneamente as contradições entre a produção e o consumo. A guerra é a forma mais completa e mais aguda desta destruição, ela testemunha justamente a profundidade das contradições que existem entre as forças de produção e as relações de produção.

Mas a guerra que equilibra temporariamente as contradições entre a produção e o consumo traz, ao mesmo tempo, em seu bojo as bases para agravá-la de novo, para uma nova ruptura, uma nova crise. A guerra contribui para fazer crescer, numa série de países, as possibilidades de produção do capitalismo, cuja base são as “encomendas militares” crescentes. A guerra significa também um empobrecimento dos trabalhadores nos países capitalistas, isto é, uma redução da capacidade aquisitiva. A lei do empobrecimento relativo e absoluto da classe operária sob o capitalismo atua também em tempo de guerra e ainda com mais força. O fim da guerra e a diminuição das “encomendas militares” colocam a produção capitalista, com suas possibilidades de produção crescentes, diante da diminuição da capacidade aquisitiva das massas e descobre a rude agravação as contradições entre a produção e o consumo.

A lei do desenvolvimento desigual do capitalismo age em tempo de guerra com uma força toda particular. Se a economia de alguns países que tiveram prejuízos de guerra sofrem um retrocesso por alguns anos e por vezes por uma dezena de anos, por outro lado outros países mais distantes das frentes de batalha, como os Estados Unidos e o Canadá, conhecem, graças à guerra, um aumento de produção e de maiores possibilidades de produção. Durante a guerra, o desenvolvimento econômico dos Estados Unidos foi a causa direta de uma agravação ulterior das contradições entre a produção e o consumo, entre a diminuição da capacidade aquisitiva das massas e as possibilidades de produção que aumentam rapidamente com as “encomendas militares”.

Ofensiva dos Monopólios Contra o Nível de Vida do Proletariado

O Capitalismo monopolista americano fez violentos esforços para deter a queda contínua da produção, para conseguir sair das grandes contradições da economia americana, intensificando a exploração da classe operária e dos trabalhadores, baixando seu nível de vida, pela militarização e o aumento das despesas de guerra e intensificando a exploração dos trabalhadores de outros países capitalistas.

O aumento dos lucros dos monopólios americanos por um lado, e a queda dos salários por outro lado, mostram claramente a intensificação da exploração da classe operária nos Estados Unidos. Durante a guerra, foi em 1944 que os lucros (até o pagamento de impostos) atingiram seu ponto mais
elevado: atingiram a soma considerável de 25,7 bilhões de dólares contra 9,3 bilhões em 1940. Após a ligeira oscilação de 1945-1946, os lucros dos monopólios subiram e atingiram 30 bilhões de dólares em 1947, o que mostra que eles ultrapassavam o nível de 1944.

Com estas cifras, salta aos olhos que em comparação aos lucras máximos atingidos em tempo de guerra, os lucros aumentam também nas condições de queda da produção. Os monopólios americanos lançaram uma grande ofensiva contra o nível de vida da classe operária. Basta dizer que quando o número de operários empregados da indústria manufatureira caiu em 1946 para 80,7% em relação a 1943, a soma de salários pagos baixava a 67,3 %. Em outras palavras, o desemprego não só aumentava, como também decrescia o salário médio dos operários. O salário médio diminuía ainda mais em consequência da inflação e do aumento dos preços. Os trabalhadores dos Estados Unidos sofrem não apenas o desemprego que cresce, a baixa dos salários e o aumento do custo da vida mas também através dos impostos, os operários e trabalhadores são despojados de somas consideráveis destinadas ao orçamento de guerra e aos negocistas da indústria de guerra.

As despesas militares consideráveis, feitas durante a guerra, constituíam a base de uma alta conjuntura de guerra. No momento do fim da guerra, despesas deste gênero não tinham mais sentido e começou-se a reduzir o orçamento militar. Se fosse reconduzido ao nível de antes da guerra, isto é, se a desmobilização da indústria americana, sua “reconversão” tivesse sido completa, a queda da produção que teve lugar nos anos de 1944-1946 teria atingido muito maiores proporções. Todavia, a camarilha dominante dos monopolistas orientava o aparelho de Estado no sentido de uma nova preparação de guerra. É o que determina a grandeza dos orçamentos militares de após-guerra. Mas em 1947-1948 ele atingiu maiores proporções ainda — 11 bilhões de dólares, ou seja que ultrapassava 11 vezes o orçamento militar de antes da guerra. Em 1948-1949, o orçamento militar dos Estados Unidos é previsto para uma soma de 15,2 bilhões de dólares, isto é, quinze vezes aquele de antes da guerra. Além disso, ele contém toda uma série de dotações que não passam na realidade de despesas com objetivos camuflados de guerra. Os autores da brochura “Militarização da América” calculam que as despesas destinadas às forças armadas e às organizações filiadas atingiam em 1947 cerca de 54% do orçamento federal e em 1948 — 66%.

Assim, portanto, foram os monopólios que no momento crítico impediram a diminuição do orçamento militar. Mas, que significa um orçamento de guerra elevado? Significa a manutenção de grandes forças armadas e de grandes encomendas de guerra, a manutenção da poderosa indústria de guerra.

Isto permite aos monopólios americanos frear a queda da produção industrial.

Nos Estados Unidos os monopólios desenvolveram uma luta intensa para a conquista dos mercados externos, para tentar uma saída para as grandes contradições em que se encontra a economia americana. Esta luta se trava no momento em que os principais concorrentes dos Estados Unidos, isto é, a Alemanha e o Japão, estão à margem, em que os países europeus, inclusive a Inglaterra, estão enfraquecidos pela guerra, enquanto que os Estados Unidos se fortaleceram do ponto de vista militar e econômico. Tudo isto permitiu aos Estados Unidos se apoderar com bastante facilidade, durante algum tempo, de importantes posições nos mercados externos e mesmo na Europa.

Durante a guerra os Estados Unidos gozaram, segundo a delicada expressão dos homens de negócios de Wall Street, de uma posição de “arsenal da democracia” para penetrar em novos mercados. A lei de empréstimos e arrendamentos desempenhou um grande papel neste terreno. Em 1944, os Estados Unidos exportavam, inclusive na base do empréstimo e arrendamento, 14,1 bilhões de dólares contra 3,1 bilhões de dólares em 1949, segundo os preços atuais. O fim da guerra, a supressão dos fornecimentos na base da lei de empréstimos e arrendamentos, determinaram a queda das exportações, em 1946, para 9,5 bilhões de dólares. A queda teria sido ainda mais acentuada se os monopolistas, tomados de medo, não tivessem iniciado uma luta desesperada por novos mercados e pelo emprego de novos capitais.

Foi sobretudo nesse ano que se desenvolveu a doutrina expansionista de Truman e do Plano Marshall. Dessa forma, os monopólios conseguiram não apenas impedir a queda do comércio exterior, mas inclusive aumentá-lo. Em 1947, os Estados Unidos exportavam 15 bilhões de dólares, o que ultrapassa mesmo o máximo da guerra de 1944.

                         O “Plano Marshall” na Conquista de Mercados Externos

As exportações dos Estados Unidos, em 1938, eram calculadas em apenas 13,5% das exportações mundiais, enquanto que passavam a 30,5 em 1946 e atingiam 32,6 em 1947. A despeito dos grandes esforços dos monopolistas ingleses para aumentar suas exportações, em 1947 a Inglaterra continuava abaixo do nível de 1938 (10,3%). Foram os monopólios dos Estados Unidos que, depois da derrota da Alemanha e do Japão, tiveram a melhor parte no comércio mundial. Assim, antes da guerra, a Inglaterra e o Japão eram os principais exportadores de tecido de algodão.

Em 1937-1938, a Inglaterra exportava 1.654 milhões de jardas quadradas de tecidos. O Japão, 2.412 milhões e os Estados Unidos, apenas 279 milhões. Entretanto, em 1947, os Estados Unidos tinham se tornado os principais exportadores de tecidos de algodão com 1.470 milhões de jardas quadradas. As exportações da Inglaterra caiam para 631 milhões de jardas quadradas, as do Japão para 394 milhões. Observa-se mais ou menos o mesmo quadro nas exportações de produtos siderúrgicos. Antes da guerra, a Alemanha era o principal exportador de produtos siderúrgicos de todos os países europeus. Em 1938 ela exportava 1.273.000 toneladas de metal, mas em 1947 os Estados Unidos tinham eliminado a Alemanha e ocupavam o primeiro lugar, com 1.766.000 toneladas. Da mesma forma no que se refere ao carvão, os Estados Unidos deslocavam seus outros concorrentes, em primeiro lugar a Alemanha e a Inglaterra. Em 1947, eles exportavam 80 milhões de toneladas de hulha,contra 12 milhões em 1938; a Inglaterra, 6 milhões contra 37 milhões de toneladas e a Alemanha cerca de 11 milhões contra 30 milhões de toneladas.

No que diz respeitosa exportação americana, uma tal grandeza não é comum. Ela reflete os esforços da burguesia monopolista americana em detrimento dos trabalhadores dos outros países, exportando sua superprodução para o estrangeiro.

O Plano Marshall é um dos poderosos instrumentos desta exportação.

Para os países europeus, o Plano Marshall é um “diktat” econômico, é o meio de forçar a compra de mercadorias que não encontram escoamento no mercado americano. Para os monopólios americanos, o Plano Marshall é o meio de financiar o comércio exterior, por intermédio do Estado, a garantia de exportar a super-produçâo americana para o estrangeiro.

No seu informe sobre o XXXI aniversário da Grande Revolução Socialista de Outubro, Molotov afirmava:

“Todos conhecem as reclamações levantadas em torno do “Plano Marshall” na Europa. Este plano é apresentado como medida de salvação, que deve contribuir para o reerguimento, no após-guerra, da economia européia. A acreditar em certas personalidades oficiais inglesas e francesas, seria impossível, sem os créditos americanos à base do “Plano Marshall”, assegurar o reerguimento econômico dos países europeus. Entretanto, os dólares americanos que encheram, este ano, os bolsos dos capitalistas da Europa, segundo o plano de créditos dos Estados Unidos, não conduziram a um verdadeiro surto industrial nos países da Europa capitalista. Eles não podiam, aliás, conduzir a um tal surto, pois os créditos americanos não se destinam a reerguer e fortalecer a indústria dos países europeus, competidora dos Estados Unidos, mas a assegurar um mais amplo escoadouro das mercadorias americanas na Europa, assim como a colocar esses países na dependência econômica e política dos monopólios capitalistas que reinam nos Estados Unidos, e de seus planos agressivos, sem levar em conta os interesses próprios dos povos da Europa”(4).
No período de após-guerra, no terreno das exportações americanas, todos os países que se tornaram o objetivo da ajuda americana vêem seus mercados inundados pelas mercadorias dos Estados Unidos, suas empresas indústriais se fecharem e crescer o desemprego. A penetração americana freia a restauração da economia dos países europeus, e de outros países que não se levantam dos desastres da guerra, e fá-los regredir.

A economia da China do Kuomintang mostra claramente os resultados da “ajuda americana”. Após a guerra, os monopólios americanos se apossaram das posições-chave do mercado chinês. Em 1947, 52% de toda a importação chinesa provinham da América. A inundação da China pelas mercadorias americanas tem consequências catastróficas para a economia chinesa: a queda da produção, o fechamento de fábricas e usinas, o crescimento do desemprego. Segundo os dados da “Associação Industrial a China”, 445 empresas, em 589, foram fechadas, desde a capitulação do Japão até 1.° de outubro de 1946, nas províncias de Setchuan, Yunan, Kuci-Tchéu, Chansí, Gansi, Tsinkai, Ninei, Sintsiam, o que levou mais de 600.000 operários ao desemprego. Pode-se observar mais ou menos o mesmo quadro nas outras províncias da China do Kuomintang. Assim, em Hankeu, 90% das manufaturas de fumo haviam fechado até 1.° de outubro de 1946, bem como 75% das manufaturas de algodão. Em Cantão, de fevereiro a agosto de 1946, 76 manufaturas de cigarros, dentre 99, haviam fechado. Cantão foi inundada de cigarros americanos que traziam a marca “Truman”, que eram entregues de aviões e navios americanos e que, como era natural, não pagavam nenhum imposto. Em consequência da concorrência americana, a produção chinesa começou a declinar. Em 1947, a produção do chá na China era de apenas 66 mil toneladas, ou seja 18% da produção média dos anos de 1933 a 1937. A produção da hulha reduziu-se da metade, a safra do algodão de 35%, a produção da energia elétrica atingia apenas 52% do seu nível de antes da guerra. Em 1946, a extração do carvão atingia apenas 45% da produção de antes da guerra, o antimônio 3%, o wolframio 22%, o estanho 15%.

O declínio da produção local, o fechamento de empresas e o crescimento do desemprego são fenômenos que podem ser observados nos países da Europa que sofrem a influência “benfazeja” do “Plano Marshall”. Como se sabe, os monopólios americanos são atualmente os senhores do mercado italiano. O resultado foi que na Itália a produção industrial, que se elevava em setembro de 1947 a 73 % do nível de 1938, caía em setembro de 1948 para 65%. O número de desempregados se elevava a dois milhões, a 1.° de janeiro de 1948, para atingir 3 milhões a 1.° de setembro. A resolução sobre a situação econômica da Itália, adotada no Conselho Nacional da C. G. T. italiana, diz:

“Nos domínios econômico e social, a crise se desenvolve. A crise atual é caracterizada principalmente por uma diminuição da produção, pelo desemprego, pelo aumento do déficit do orçamento, o passivo na balança comercial, o aumento de falências, o que é origem de graves inquietações”.
A economia belga passa por enormes dificuldades. No seu número de 8 de setembro de 1948, o jornal suíço “Neue Zurich Zeítung” mostra que a economia belga se encontra desde há alguns meses às voltas com a crise.

Assim, a indústria hulhífera belga foi obrigada a reduzir sua produção em consequência da exportação hulhífera americana. A extração do carvão atinge apenas 74% do seu nível de antes da guerra. Os 2/3 dos poços trabalham com perda em virtude da insuficiência de extração. Os mercados carboniferos da Europa e da África foram açambarcados pelos monopólios dos Estados Unidos. O número dos desempregados cresce. Atingia 150.000 em agosto de 1948.

Eugene Varga e seus discípulos não vêem a ligação que existe entre o estado da economia dos diversos países capitalistas. Por exemplo, o que há de comum, diz L. Mendelson, entre os problemas econômicos de após-guerra na Inglaterra e no Japão ou entre o estado da economia dos Estados Unidos em que amadurecem ràpidamente os sintomas da próxima crise de superprodução e a economia dos países do continente europeu que sofrem gravemente de sub-produção?

A queda do nível de produção nos países capitalistas da Europa, o que Mendelson chama a “sub-produção européia”, é a expressão clara das contradições que existem no sistema capitalista da economia e está estreitamente ligada à expansão econômica do capitalismo e ao empobrecimento dos trabalhadores dos países da Europa ocidental. Este fenômeno é reconhecido pelo próprio redator da revista inglesa “Economist” B. Yord que, em seu livro recentemente publicado com o título característico “O Ocidente no Impasse”, escreve francamente que os países capitalistas da Europa ocidental:

“se encontram atualmente na fase de uma séria queda econômica”. É evidente que B. Yord não pode explicar claramente as causas do desequilíbrio econômico existente nos países capitalistas da Europa. Lamentavelmente isto não consegue também ser explicado mesmo por alguns dos nossos economistas do tipo de Mendelson que não chegam a juntar os dois objetivos na sua análise da economia capitalista. A sub-produção européia não lhe parece de maneira alguma ligada à super-produção americana. Na realidade, estes fenômenos estão ligados estreitamente entre si.

A “sub-produção” européia atual não é apenas o resultado da guerra. A queda da economia nos países capitalistas, a “sub-produção européia” é o reverso e o resultado da super-produção americana.

A concepção de Varga apresenta sob um ângulo falso todo o quadro da situação econômica de após-guerra dos países capitalistas. Ela mascara as profundas contradições do capitalismo após a guerra e não permite apreciar cientificamente a situação atual do mundo capitalista.

O economista Eugene Varga e seus discípulos asseguram que a economia americana atravessa “o impulso de após-guerra” ou “o surto repentino de prosperidade de após guerra”. L. Mendelson caracteriza assim esta “prosperidade”:

“A procura é tão elevada sobre os meios de produção quanto sobre os meios de consumo; os preços e os lucros aumentam rapidamente, o que estimula a acumulação de reservas de mercadorias e aumenta ainda mais a procura”(5) e assim por diante.

Nesta tirada, apenas uma coisa é justa, é o aumento dos preços sobre as mercadorias e o aumento dos lucros dos monopólios após a guerra. Mas esta circunstância não pode em nenhum caso contribuir para aumentar a procura de mercadorias; ao contrário, ela reduz a capacidade aquisitiva das massas. 

                                                           Queda da Produção Americana

É compreensível que o capitalismo americano não tenha alcançado nenhum desenvolvimento, nenhum surto após a guerra. A produção americana de após-guerra não demonstrou nenhum avanço, mas ao contrário demonstrou uma queda considerável em relação à de 1943. Cinco anos decorreram desde 1943 e três anos e meio desde o fim da guerra. Entre outros, o nível da produção industrial nos Estados Unidos, tanto em 1947 como em 1948, situa-se pelas alturas de 80% em relação a 1943. A produção de numerosos ramos industriais coloca-se ainda em nível mais baixo.

Assim, em 1947, a produção da indústria química só atingia 65% do nível de 1943, a de construções mecânicas, 62%, e a produção de máquinas — ferramentas era de apenas de 22% do nível máximo do tempo de guerra, atingido em 1942. Nesses ramos e em numerosos outros, portanto, encontramo-nos atualmente em face de uma acentuada e crônica escassez de emprego de capital fixo.

A ofensiva desenvolvida pelos monopólios contra o nível de vida da classe operária dos Estados Unidos, a diminuição dos salários, o aumento do desemprego, a inflação, conduzem a uma menor capacidade aquisitiva dos trabalhadores.

No seu informe ao XXXI aniversário da Revolução Socialista de Outubro, o camarada Molotov assinalou que o salário dos operários americanos é muito inferior ao aumento dos preços, o que implica numa rude agravação da situação da classe operária. Segundo os dados oficiais, o número de desempregados completos nos Estados Unidos ultrapassa um pouco dos dois milhões, número inferior ao mínimo três vezes ao número real de desempregados completos. O número de desempregados parciais, isto é, daqueles que não trabalham toda a semana, ultrapassa de oito milhões. Naturalmente, tudo isto só pode conduzir a uma redução do poder aquisitivo da classe operária, a um retrocesso no mercado interno. Isto já se faz sentir no movimento do comércio varejista. As últimas informações dos Estados Unidos anunciam que nas entradas de receita registrou-se uma baixa no mês de novembro, nos magazines universais, em comparação às de 1947.

Por outro lado, a expansão externa do capital americano conduz afinal de contas ao retraimento dos mercados externos dos Estados Unidos. O “Plano Marshall” é uma invenção dos homens de negócios de Wall Street, que após a guerra, se encontram face a face com os países destruídos. A “capacidade de compra” destes países, baseada nos créditos americanos, perdura apenas durante um certo tempo. O passivo das balanças comerciais destes países demonstra isto claramente. A proporção das importações e das exportações de 1946-1947 aparece assim:

O presente quadro mostra claramente o passivo da balança comercial dos países capitalistas europeus e o ativo da balança comercial dos Estados Unidos, conseguidos por meio do crédito no comércio. Mas a servidão financeira dos países europeus significa que eles devem pagar as dívidas e os juros. E, inevitavelmente, isto levanta o problema de forçar a exportação dos países europeus e reduzir suas importações.

Em outras palavras, o crédito no comércio conduz inevitavelmente à agravação da luta pelos mercados, ao retraimento do mercado externo para os Estados Unidos.

A penetração do capital americano nos outros países significa, portanto, o reforçamento da exploração dos trabalhadores destes países, a baixa do seu nível de vida, a diminuição da capacidade aquisitiva de uma grande parte da população. A “marshalização” da Itália é, neste sentido, um dos exemplos mais claros.

Paralelamente ao aumento do desemprego nestes países, assistimos a uma forte baixa dos salários. As rações de pão são extremamente baixas. Os preços do pão e das massas alimentícias, que são racionadas, foram aumentados desde 1° de agosto último de 50% e para os outros produtos de 40%. Os preços dos aluguéis aumentaram desde 1945 de 250 a 1.000%, o que faz com que a capacidade aquisitiva da população italiana que era considerada antes da guerra como a mais baixa de toda a Europa, tenha caído ainda de 50%. Segundo o jornal “Momento”, o nível de vida da população italiana não é superior atualmente ao da população da Índia. Tal é o resultado da marshalização.

A isto é preciso acrescentar que os trabalhadores dos países capitalistas europeus começam a sentir cada vez mais durante os impostos resultantes do aumento dos orçamentos militares e da necessidade de pagar os empréstimos e os juros aos Estados Unidos. No seu informe ao XIV Congresso do Partido, Stálin fresava que nesta época a Europa cairá sob o jugo financeiro dos Estados Unidos e assinalava que o pagamento das dívidas e juros aos Estados Unidos aumentava o peso dos impostos a serem pagos pelos países europeus, donde a agravação da situação dos trabalhadores.

A submissão da Europa pelo capital americano e a agravação da situação dos trabalhadores daí decorrente, produziu-se após a segunda guerra mundial numa escala muito maior do que após a primeira guerra mundial.

As repercussões já se fazem sentir atualmente no mercado mundial. As exportações mundiais atingiram após a guerra o nível máximo na metade de 1947, começando a baixar logo em seguida. É característico que as exportações dos Estados Unidos tenham atingido durante os nove primeiros meses de 1948 — 9.113 milhões de dólares contra 10.941 milhões de dólares durante o mesmo período do ano precedente, isto é, uma baixa de 14%. Escrevendo em “Action”, observou Henri Claude:

“Esta redução, mostra a ruptura do equilíbrio entre a oferta mundial por um lado e a procura por outro, que os americanos tentam restabelecer com o fornecimento de créditos à Europa. A ruptura do equilíbrio entre a procura mundial e a oferta conduz necessariamente à queda da atividade industrial, à queda que significa por si mesma o começo da crise econômica mundial”.
A marshalização e a submissão dos países europeus e de outros pelo capital monopolista americano tem consequências políticas determinadas. A penetração do capital americano em outros países desperta a indignação dos povos, estimula sua luta pela liberdade e pela independência. No curso do seu desenvolvimento, esta luta conduz à limitação das esferas da exploração imperialista e Se revela um fator importantíssimo, acelerando a crise econômica, ainda mais profunda nos países capitalistas.

Assim, resta o fator da “procura de guerra”. Mas, como se sabe, não se pode indefinidamente aumentar o orçamento de guerra, o exército e a produção dos armamentos nas condições dos tempos de paz.

O camarada Stálin, no seu informe ao XVIII Congresso do P. C. (b) da URSS, assinalando a importância dos preparativos de guerra para a economia dos países capitalistas, mostrava que esta preparação pode retardar um pouco a ofensiva da crise nos países dos agressores. Mas que a preparação guerreira não consegue senão retardá-la, jamais evitá-la. Stálin disse:

“Que significa colocar a economia nacional no caminho da economia de guerra? É orientar a indústria num sentido único, para a guerra; é ampliar por todos os meios a produção dos materiais necessários à guerra, produção que não é ligada ao consumo nacional; é restringir ao extremo a produção e sobretudo o abastecimento do mercado em objetos de consumo; é em consequência restringir o consumo da população e colocar o país em face de uma crise econômica”.(6)
Assim, a análise da situação econômica de após guerra mostra claramente o fracasso vergonhoso de todas as tentativas de apresentar o desenvolvimento econômico dos Estados Unidos no após-guerra como uma espécie de “prosperidade”, de embelezar o capitalismo americano, de apresentar sua produção como isenta de toda anarquia, das crises, do desemprego. O desenvolvimento econômico de após-guerra dos Estados Unidos confirma uma vez mais o princípio marxista: o desenvolvimento capitalista não pode se processar senão por meio de crises e catástrofes.

No seu informe ao XXXI aniversário da Grande Revolução Socialista de Outubro, o camarada Molotov afirmava:

“Há países capitalistas nos quais se acumularam riquezas consideráveis assim como a experiência dos homens dos países que possuem riquezas naturais e muitas outras coisas. Mas o sistema capitalista, que teve sua época, com sua propriedade privada e a anarquia da produção, com os antagonismos e as crises políticas e sociais que o dilaceram, condena estes países à instabilidade e a fracassos desastrosos, a perturbações periódicas e a abalos revolucionários”.(7)

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Notas de rodapé:
(1) “Economia Mundial e Política Mundial”, ns. 2 e 3, pág. 80, 1945, Moscou. 
(2) “Economia Mundial e Política Mundial”, n. 11, 1947, Moscou. 
(3) Zhdanov — “A União Soviética na luta por uma paz duradoura”, pág. 8. Edições Horizonte Ltda. — Rio. 
(4) V. Molotov — “A União Soviética à frente dos povos pelo progresso, a democracia e a paz” — “Problemas”, n. 15, nov-dez de 1948. pág. 40 — Rio. 
(5) L. Mendelson — “As Crises e os Ciclos da Época da Crise Geral do Capitalismo”. 
(6) J. Stálin — “Questões do Leninismo”, pág. 262 — Editions Sociales, 1947 — Paris. 
(7) V. Molotov — “A União Soviética à frente dos povos pelo progresso, a democracia e a paz” — “Problemas”, n. 15, pág. 37 — Rio.