O Nacionalismo é uma Arma da Reação Imperialista
O nacionalismo é uma arma e uma política empregadas pelas classes exploradoras, que o cultivam em benefício de seus interesses mercenários. A ideologia do nacionalismo se baseia na deturpação premeditada da história e dos fatos históricos, em afirmações falsas acerca da história em geral, no que diz respeito ás relações nacionais e à inimizade entre as nações. A ideologia do nacionalismo também se baseia na falsificação do próprio conceito de nação, considerada uma comunidade “natural” e um produto de fatores biológicos ou um fruto do “espírito nacional” eterno. O nacionalismo detende a teoria anti-humanista misantrópica das nações “eleitas”, destinadas a dominar as chamadas nações “inferiores”.
A política do nacionalismo é uma política de escravização de certas nações por outras, de subjugação das pequenas nações, de exploração e opressão dos povos coloniais e semi-coloniais. A política do nacionalismo tem como objetivo estabelecer a desunião entre os trabalhadores, dividi-los e lançá-los uns contra os outros, desviando sua atenção e suas forças da luta pela democracia e pelo socialismo. Lênin disse certa vez:
“Olhem para os capitalistas. . . Os capitalistas de todas as nações e de todas as religiões estão unidos contra os trabalhadores, mas procuram dividir e enfraquecer os trabalhadores, disseminando entre eles a inimizade nacional!”(1)
O nacionalismo é o mais perigoso inimigo do movimento da classe operária, do movimento pela emancipação do proletariado. Destilando na consciência dos trabalhadores o veneno do nacionalismo, as classes exploradoras procuram fazer com que os operários e todos os demais trabalhadores se tornem incapazes de lutar em defesa de seus interesses de classe, procuram desarmá-los ideologicamente, a fim de fortalecer seu próprio domínio.
Desde seu aparecimento, o marxismo iniciou uma luta resoluta contra o nacionalismo em todas as suas formas, enfrentando-o e combatendo-o com a idéia do internacionalismo proletário. O internacionalismo proletário é a grande palavra de ordem do partido marxista, que expressa sua política e corresponde à sua amplitude mundial.
O internacionalismo proletário é a mais valiosa arma dos operários e dos trabalhadores em geral na luta contra todas as espécies de opressão de classe, assim como de opressão nacional, na execução das tarefas de destruir o imperialismo, de conquistar para o povo a liberdade e a independência nacional, de estabelecer o socialismo e o comunismo.
As experiências históricas, desde a vitória da Revolução Socialista na Rússia, provam claramente esse fato.
O grande feito da classe operária da Rússia, sob a direção do Partido Bolchevique, em outubro de 1917, constituiu uma manifestação excepcionalmente clara de sua lealdade ao internacionalismo proletário. Coube ao proletariado russo ser o primeiro a abrir uma brecha na frente imperialista.
Isso se tornara necessário não somente no interesse do proletariado russo, como também no interesse do proletariado internacional. Derrotado o imperialismo em seu próprio país, a classe operária russa executou, ao mesmo tempo as tarefas de sua própria libertação e cumpriu suas obrigações para com o proletariado internacional. No decorrer da revolução, o proletariado russo foi conscientemente dirigido por esse objetivo, isto é, servir os interesses dos trabalhadores de todo o mundo.
O proletariado revolucionado de todos os países também considerou a Revolução de Outubro sob esse aspecto. Foi por esse motivo que deu à Revolução sua solidariedade e seu apoio.
Do mesmo modo, depois da vitoria da Revolução de Outubro, o Partido Bolchevique, ao mesmo tempo que executava as tarefas da construção socialista e trabalhava cada vez mais para fortalecer o poderio econômico e a capacidade de defesa de sua Pátria Socialista, considerava essas tarefas do proletariado russo e do proletariado de todas as nacionalidades da URSS como inseparavelmente ligadas ás suas tarefas internacionais. A propósito, disse o camarada Stálin:
“O Partido parte da premissa de que as tarefas “nacionais” e internacionais do proletariado da URSS se fundem numa tarefa comum de libertação do proletariado de todos os países do capitalismo, que os interesses da construção do socialismo em nosso país estão estreita e completamente ligados aos interesses do movimento revolucionário de todos os países, através do interesse comum da vitoria da revolução em todos os países. . . Portanto, contrapor às tarefas “nacionais” do proletariado de qualquer país às tarefas internacionais corresponde a cometer um profundo erro político”.(2)
Lênin e Stálin constantemente chamavam a atenção do povo soviético para a idéia de que a vitória final do socialismo em nosso país somente é possível como resultado da combinação entre os vigorosos esforços do proletariado internacional e os esforços ainda mais vigorosos de todo o povo soviético. Apelavam constantemente para a classe operária da URSS no sentido de fortalecer suas relações com o proletariado internacional, com a classe operária de todos os países.
A classe operária da URSS está na vanguarda da classe operária de todo o mundo e, juntamente com essa classe, todo o povo soviético se elevou à posição de destacamento avançado de toda a humanidade trabalhadora, de todas as forças democráticas e progressistas do mundo. Esse fato constitui a mais convincente expressão do caráter internacional da luta da classe operária da URSS. Graças ao espírito verdadeiramente internacionalista de sua luta, a classe operária da Rússia conquistou também a simpatia e a solidariedade do operariado de todos os países, que nela reconhecem sua força de vanguarda. O camarada Stálin, em seu informe ao 17.° Congresso do Partido, disse:
“A classe operária da URSS é forte não .só porque possui um partido leninista experimentado na luta, não só porque conta com o apoio de milhões de camponeses, como também porque é apoiada e ajudada peio proletariado mundial. A classe operária da Rússia é uma parte do proletariado mundial, e seu destacamento de vanguarda; e nossa República é a filha querida do proletariado mundial. Não pode haver dúvida de que, se nossa classe operária não tivesse sido apoiada pela classe operária dos países capitalistas, não teria conseguido conservar o poder; não teria assegurado as condições para a construção socialista e, em consequência, não teria alcançado os êxitos que alcançou. Os laços internacionais entre a classe operária da URSS e o operariado dos países capitalistas, a aliança fraternal entre os operários da URSS e os operários de todos os países constituem a pedra angular da força e do poderio da República Soviética O operariado ocidental diz que a classe operária da URSS é a brigada de choque do proletariado mundial. É uma boa coisa. Mostra que o proletariado mundial está disposto a continuar prestando o apoio que puder à classe operária da URSS. Mas isso nos impõe um sério dever. Isso significa que devemos provar, pelo nosso trabalho, que somos merecedores do honroso título de brigada de choque dos proletários de todos os países, impõe-nos o dever de trabalhar melhor e combater melhor para a vitória final do socialismo em nosso país, para a vitória do socialismo em todos os países.
Daí, a terceira conclusão: Devemos permanecer fiéis até o fim à causa do internacionalismo proletário, à causa da aliança fraternal dos proletários de todos os países”.(3)
A vitória da revolução socialista na URSS, de significação mundial histórica, e a construção da sociedade socialista revelam que mesmo num país como a URSS, onde o proletariado por si só, sem a ajuda estatal do proletariado de outros países, conseguiu derrotar o imperialismo e construir a sociedade socialista com suas forças internas, a classe operária forjou incessantemente e continua a forjar laços internacionais com os operários de todos os países. O fortalecimento dos laços internacionais constitui uma necessidade histórica mútua para a classe operária do país em que está sendo construído o socialismo, assim como para a classe operária de todos os países que estão lutando pela sua libertação. A luta da classe operária da URSS, que alcançou o socialismo, é uma grande confirmação da vitalidade da palavra de ordem marxista do internacionalismo proletário e, ao mesmo tempo, um exemplo histórico da suprema lealdade e dedicação da classe operária da URSS aos objetivos e tarefas internacionais do proletariado de todo o mundo.
A experiência da grande Revolução Socialista confirmou a verdadeira importância da palavra de ordem do internacionalismo proletário, não somente no que diz respeito à execução das tarefas de derrubar o imperialismo e construir a sociedade socialista, como também na solução do problema nacional, no estabelecimento de uma verdadeira liberdade e independência nacional para o povo. Diz a respeito o camarada Stálin:
“Era, antigamente, uma “idéia aceita” que o único método de libertação das nações oprimidas era o método do nacionalismo burguês, o método pelo qual as nações se separavam umas das outras, o método pelo qual se desuniam as nações, o método pelo qual era intensificada a inimizade nacional entre as massas trabalhadoras das diversas nações. Essa lenda deve ser considerada como desmentida”(4).
A formidável experiência histórica da Revolução de Outubro mostrou plenamente o grande poder do internacionalismo proletário para a solução satisfatória do problema nacional. O camarada Stálin salientou:
“constitui uma feição característica da Revolução de Outubro o fato de terem sido levadas a cabo essas revoluções nacionais-coloniais na URSS não sob a bandeira da inimizade nacional e de conflitos entre nações, mas sob a bandeira da confiança recíproca e da união fraternal dos operários e camponeses das várias nacionalidades da URSS; não em nome do nacionalismo, mas em nome do internacionalismo”(5).
Foi precisamente por esse motivo que a libertação do povo das cadeias da opressão nacional-colonial teve lugar na URSS sob a direção da classe operária e de seu Partido Bolchevique, que levou a cabo a política de unidade fraternal das massas trabalhadoras. Essa libertação assegurou a todos os povos de nosso país o verdadeira igualdade de direitos e a verdadeira liberdade, tornou-os construtores ativos da sociedade socialista e da cultura dos povos da URSS, que é socialista em seu conteúdo e nacional em sua forma. A grande vitória da política leninista-stalinista de amizade entre os povos foi alcançada pelo Partido de Lênin e Stálin, na luta contra o nacionalismo burguês em todas as suas variedades, contra os desvios para o chauvinismo de grande potência e os nacionalismos locais.
Lênin e Stálin sempre ensinaram que, uma vez devidamente compreendidos, os interesses nacionais das massas trabalhadoras coincidem com seus interesses socialistas internacionais. Em seu famoso artigo “Acerca do Orgulho Nacional dos Grandes Russos”, Lênin salientou que os interesses do orgulho nacional dos grandes russos, devidamente compreendidos, coincidiam com os interesses socialistas do proletariado grande russo e de todos os outros proletários.
O internacionalismo proletário nada tem em comum com niilismo nacional, com o cosmopolitismo que não tem pátria e que considera preconceito obsoleto todas as nacionalidades e o próprio conceito de nação. Quando Lafargue, falando no Grande Conselho da Internacional, afirmou que o próprio conceito de nação era obsoleto, Marx o criticou severamente e caracterizou esse niilismo nacional como o reverso do nacionalismo. Salientou Marx que
“… sem que ele mesmo saiba disso, Lafargue compreende pela negação das nacionalidades… sua absorção pela nação francesa”.
O marxismo-leninismo, que se opõe ao nacionalismo, defende, decididamente, os interesses nacionais dos povos, sua independência nacional.
Foram precisamente os bolcheviques que sempre mantiveram erguida a bandeira do internacionalismo proletário, da amizade dos povos; que elevaram sua pátria soviética e defenderam os legítimos interesses dos povos de toda a URSS. Sob a direção dos bolcheviques, as massas trabalhadoras de nosso país forjaram seu poderio econômico e defensivo, que tornou sua pátria socialista livre de qualquer dependência econômica ou militar a Estados estrangeiros.
Os bolcheviques mantiveram erguida a bandeira do patriotismo soviético, mobilizando as massas trabalhadoras para o serviço supremo a seu país, para a expansão das forças intelectuais e materiais, para a expansão e elevação da cultura russa e das culturas nacionais de todos os outros povos da URSS e para o desenvolvimento de todas as culturas nacionais, socialistas em seu conteúdo e nacionais em sua forma. O Partido inculcou e inculca na massa trabalhadora da URSS um espírito de profunda dedicação e lealdade à pátria soviética. Ensina o camarada Stálin que
“no patriotismo soviético estão harmoniosamente fundidos as tradições nacionais dos povos os vitais interesses comuns de todos os trabalhadores da União Soviética”.
Os bolcheviques ergueram a bandeira do orgulho nacional que estimulou o povo soviético em sua grande obra histórica e criadora e constitui uma arma moral para a luta contra a cultura burguesa reacionária e o servilismo diante da mesma, para a luta contra o nacionalismo burguês que se refere sempre jactanciosamente, com expressões lisonjeiras, a tudo que seja “ocidental”, e fala com desprezo do “Oriente”, particularmente a cultura russa e impõe o servilismo diante do “Ocidente”. Os bolcheviques sempre defenderam e continuam a defender a honra da Pátria Soviética — cidadela da ideologia e da cultura mais progressistas. Toda a história da construção do Estado Socialista demonstra a harmoniosa fusão das tarefas internacionais e nacionais na política do Partido Bolchevique.
Isso ficou demonstrado, com particular clareza, durante a grande guerra patriótica da União Soviética contra os invasores fascistas alemães.
O povo soviético, dirigido pelo Partido de Lênin e Stálin, com o maior sacrifício e dedicação á Pátria Soviética, lutou pela sua honra e pela sua independência e defendeu o Estado nacional e a cultura nacional dos povos da URSS. Os feitos dos trabalhadores soviéticos, na retaguarda, e os feitos inesquecíveis dos combatentes soviéticos na linha de frente foram frutos do ardente e abnegado patriotismo soviético.
Além disso, o povo soviético prestou poderosa e fraternal ajuda aos outros povos amantes da liberdade, que foram vítimas da agressão hitlerista. O movimento de libertação nacional daqueles povos contra os escravizadores hitleristas foi alimentado pelo poderio moral e militar resultante dos sucessos do povo soviético na grande guerra patriótica. Sem ajuda militar da URSS aqueles povos não poderiam libertar-se dos ocupantes fascistas alemães.
Graças à gloriosa vitória dos Exércitos Soviéticos e de seus heróicos esforços, os ocupantes alemães foram expulsos da Polônia, da Finlândia, Romênia, Bulgária, Iugoslávia, Albânia e Hungria, cujos povos não estavam em condições de, sem ajuda, libertar-se do jugo fascista.
Graças aos Exércitos Soviéticos, a civilização européia foi salva dos celerados fascistas. Como disse o Camarada Stálin,
“nisso consiste o grande serviço do povo soviético à história da humanidade”.
O povo soviético pôde prestar aquela grande ajuda aos outros povos porque, baseado na ordem soviética e na amizade de seus povos, forjou o invencível poderio da União Soviética, sob a direção do Partido de Lênin e Stálin. Pôde, além disso, prestar aquela ajuda porque reconhecia suas obrigações internacionais, porque infatigável e incessantemente tinha sido treinado pelo Partido Bolchevique no espírito de suprema lealdade ao internacionalismo proletário e de amizade entre os diferentes povos.
O curso futuro dos acontecimentos mostrou inequivocamente o caráter internacionalista da ajuda que o povo soviético prestou aos outros povos.
Nos países que foram libertados pelos Exércitos Soviéticos do jugo fascista, a classe operária se colocou à frente das massas populares e as está dirigindo para a vitória de uma verdadeira democracia popular e para a criação de condições necessárias à reconstrução socialista daqueles países. A ajuda prestada pelo povo soviético aos outros povos era movida, por um espírito fraternal e pelo desejo de ver aqueles povos livres e prósperos. A expressão clara desse fato são os tratados da União Soviética com aqueles países, assinados na base de completa igualdade entre os signatários, e o reconhecimento do fato, como acentuou o camarada Stálin, de que cada nação contribui para o tesouro comum da cultura mundial e que, a esse respeito, todas as nações, grandes e pequenas, estão em situação idêntica; cada nação é tão importante como outra qualquer nação.
Toda a história dos trinta anos decorridos desde a vitória da Grande Revolução Socialista de Outubro constitui uma prova evidente da importância da solidariedade internacional e do internacionalismo para a causa do socialismo e da democracia. O fortalecimento da União Soviética constitui o mais importante fator de progresso da humanidade. Em 1927, o camarada Stálin escreveu:
“Não se pode negar que a própria existência de um “Estado Bolchevique” constitui um freio às negras forças da reação, ajudando, assim, as classes oprimidas na luta por sua libertação”(6).
A União Soviética tem avançado resolutamente pela estrada da luta e da vitória, tornando-se o mais importante fator nas relações internacionais, uma potencia em torno da qual se reúne o campo democrático e anti-imperialista. A vitória da causa da democracia e do socialismo constitui a base real para a libertação das nações oprimidas, para a conquista e manutenção da soberania nacional de todos os países democráticos.
Tudo isso serve para provar o grande poder do internacionalismo proletário; é a poderosa alavanca do movimento de libertação das massas trabalhadoras, da conquista da libertação de todas as formas de opressão de classe, assim como de opressão nacional, da construção de uma nova vida que não conhece senhores nem escravos, exploração nem opressão.
A Teoria da “Americanização”
Por outro lado, a experiência histórica do último decênio desmascarou, claramente, a natureza reacionária do nacionalismo burguês, esse nacionalismo degenerou numa brutal ideologia de ódio ao próximo e numa política insana de estrangulamento do movimento da classe operária e da independência nacional de todos os povos.
A época do imperialismo produziu formas novas e abomináveis de nacionalismo burguês. O fascismo, que levou o nacionalismo burguês ao limite extremo do selvagem fanatismo racial, mostrou o terrível perigo que o nacionalismo Burguês acarreta para a libertação das massas trabalhadoras e para a própria existência da humanidade progressista.
Em consequência da segunda guerra mundial, o fascismo sofreu uma derrota política e moral. A reação imperialista, contudo, somente abandona a arma do racismo, do nacionalismo burguês, quando se afunda por completo.
Atualmente, os Estados Unidos constituem o centro mais importante da ideologia do nacionalismo. Se antes da guerra as teorias racistas e nacionalistas e as idéies reacionárias saiam da Alemanha, Itália e Japão, atualmente são os Estados Unidos o fornecedor do novo racismo anglo-americano e do nacionalismo burguês. Nos Estados Unidos, a propaganda do racismo anglo-saxônico está sendo feita com ajuda de uma teoria segundo a qual aquele país constitui um “cadinho” para “fundir mais uma vez” todas as nações por meio de sua “americanização”. Somente os anglo-americanos não serão sujeitos a esse processo de “fundir mais uma vez”. Tornaram-se comuns nos Estados Unidos de após guerra declarações semelhantes à declaração de Rankin — um dos chefes da “comissão para investigação de atividades não-americanas”.
“Sou não somente um americano, mas um anglo-saxão. Pertenço à raça que criou nossa civilização” — declara aquele racista americano.
A teoria da “americanização” é, na realidade, uma teoria que visa eliminar o Estado nacional e a cultura nacional dos povos que não falam a língua inglesa. Os campeões dessa teoria se esforçam para inocular nos povos uma atitude de desprezo para com seus interesses nacionais, declarando que a consciência nacional e o sentimento nacional são “sobrevivências”, que já é hora também de mandá-los para o museu. O esforço dos povos para a manutenção de sua independência nacional e sua soberania nacional é considerado a causa de todos os males e catástrofes, a causa das guerras e discórdias. À “idéia nacional” se opõe a “idéia não nacional, cosmopolita”. Que significa esse “cosmopolitismo”, que quer que o “americanismo” seja tudo, ao passo que tudo mais, relativo às outras nações, nada signifique? É nada mais que o racismo, uma expressão do nacionalismo burguês fanático e agressivo — o nacional imperialismo. Sob o disfarce da “idéia cosmopolita” é mais fácil lançar a “Doutrina Truman”, o “Plano Marshall” e todas as outras manifestações da política agressiva do imperialismo americano. A teoria do “cosmopolitismo” é colocada a serviço da ideologia e da prática da “americanização”, da eliminação de nacionalidades, do incitamento ao desprezo pela soberania nacional, pelos direitos nacionais, pela honra e dignidade dos povos.
Não é preciso dizer que essa teoria do “americanismo” e da “americanização” não é, de modo algum, melhor que a famigerada teoria do “germanismo” e da “germanização” que serviu aos interesses do imperialismo germânico desde sua concepção.
A ideologia do “americanismo” e da “americanização” é utilizada a fim de justificar a política reacionária da supressão das forças progressistas dentro do país, a política de espoliação e opressão relativamente aos estrangeiros. Os elementos progressistas dos Estados Unidos são colocados na categoria de inimigos do “americanismo” e da “americanização”, que se considera a “doutrina nacional”. O fanático nacionalismo burguês serve como um recurso para facilitar a perseguição dos elementos progressistas dentro do país, daqueles que levantam a voz para protestar contra a política de Cem Negros dos reacionários. Os Cem Negros atuais consideram”traição” qualquer simpatia pela causa do socialismo e da democracia e perseguem os melhores representantes progressistas da nação sob a bandeira da defesa do “americanismo”, do “espírito americano”. As ondas turvas do nacionalismo e do chauvinismo estão se elevando cada vez mais nos Estados Unidos. Presentemente, o chauvinismo constitui a feição característica da política oficial dos maiorais americanos. Um dos dirigentes da “Sociedade Americana dos Amigos da Democracia”, L. Birkhead, calculou que, em 1946, subiu a mais de 800 o número das várias organizações dos Estados Unidos que incitaram o ódio nacional e racial. Essas organizações se apresentam sob várias etiquetas: “Cruz e Bandeira”, “Constitucionalistas”, “Bureau de Pesquisas Patrióticas”, “Frente Crista”, “Fundo para Americanização”, “Veteranos Nacionalistas da Segunda Guerra Mundial”, “Veteranos Cristãos da América”, etc. Num inquérito abrangendo 241 estabelecimentos, em várias regiões do país, verificou-se que 89 dos referidos estabelecimentos exigem das pessoas que neles desejarem trabalhar que pertençam à religião e nacionalidade do Estado. Os jornais estão cheios de anúncios oferecendo emprego “somente a brancos, anglo-saxões e protestantes”. Em Chicago, 97 por cento dos estabelecimentos comerciais fazem tal exigência às pessoas que neles procuram emprego.
Incitando a discórdia nacional, a burguesia sempre procurou desviar as massas trabalhadoras da luta de classe, substituir a aguda luta de classe pelas disputas entre os trabalhadores de varias nacionalidades. O camarada Stálin salientou, neste sentido:
“o chauvinismo e a luta nacional são inevitáveis e fatais enquanto os camponeses (e a pequena burguesia em geral) estiverem cheios de preconceitos nacionais e acompanharem a burguesia, e, por outro lado, a paz nacional e a liberdade nacional podem ser consideradas asseguradas se os camponeses acompanharem o proletariado…”(7).
A burguesia sempre se esforça para fomentar e reviver os preconceitos nacionalistas entre as camadas pequeno burguesas da cidade e dos campos. Em face da consolidação das forças do campo democrático e anti-imperialista, não somente em escala internacional como também dentro dos Estados Unidos, os imperialistas americanos, incitando os preconceitos nacionais, procuram afetar tal consolidação, retardá-la e, se possível, impedi-la. O velho princípio dos donos de escravos de Roma antiga — “dividir para reinar” — é particularmente apreciado pelos imperialistas americanos, nas condições de após guerra.
Uma das mais vergonhosas páginas da história do capitalismo diz respeito à criação nos Estados Unidos de um regime de que resultou a extinção das tribos nativas de índios americanos. Ao passo que, por ocasião da conquista da América, havia ali mais de três milhões de índios, atualmente o seu número, nos Estados Unidos, é de 350 a 400 mil. A miséria, a mortalidade infantil e a tuberculose constituem, mesmo hoje, terríveis flagelos para os índios norte-americanos. Resumindo os resultados dessa política brutal, um sociólogo americano escreveu o seguinte:
“O mesmo que Hitler teria feito com a Europa e conosco, se tivesse podido, nós, os brancos, fizemos com milhares de tribos indígenas no decurso de um século. Hitler não conseguiria fazer com os poloneses, os judeus ou as populações dos países democráticos mais do que os brancos fizeram com a civilização dos incas, maias e astecas ou do que os brancos norte-americanos fizeram com a civilização dos índios da Califórnia, do litoral do Oceano Atlântico e das Grandes Planícies”.
Essa política, visando a aniquilação de todas as nacionalidades, sempre foi mascarada com frases mentirosas sobre a salvação da “civilização americana” do “barbarismo”. O escritor americano Howard Fast, em seu livro “A última Fronteira” retrata a triste situação das tribos indígenas no fim do Século XIX:
“Alguns morriam de fome, outros de malária, ao passo que outros eram caçados em lugar de bisões, onde não havia bisões”.
As expedições punitivas completavam o trabalho. Mesmo certos escritores e sociólogos burgueses não puderam silenciar sobre a prática da discriminação racial que se tornou uma feição permanente do sistema da vida e da estrutura política do Estado americano. Como revela o escritor americano S. Tenenbaum, os imperialistas conseguiram, por exemplo, implantar o anti-semitismo entre os negros e o desprezo pelos negros entre os judeus. Entre os “brancos” é cultivado um sentimento anti-eslavo, anti-francês, anti-italiano, o ódio a vários outros imigrantes — especialmente o ódio aos mexicanos residentes nos Estados Unidos. A miséria impera, não somente nos bairros negros, como também nas colônias de mexicanos, que vivem em tendas, vagões velhos, barracões e telheiros. A falta de escolas e o analfabetismo entre os mexicanos é justificada com cinismo, com a afirmação de que, se os mexicanos “aprendessem inglês poderiam querer se tornar os senhores”.
“Assim — conclui Tenenbaum — repete-se o ciclo: miséria, ignorância, miséria, mais ignorância, mais miséria”.
Apesar dos mexicanos serem considerados “brancos” em Los Angeles, estão proibidos de “se misturar” com os “brancos” nos restaurantes, teatros e clubes de dança.
Ninguém ignora a teoria e a prática da discriminação racial a que os negros estão sujeitos nos Estados Unidos, a prática dos vergonhosos incitamentos à lei de Lynch, as perseguições jurídicas e administrativas, o ultrajante contraste entre negros e “brancos”. O veneno do ódio racial está tão espalhado nos Estados Unidos de após guerra, a questão assumiu proporções tão incríveis que foi recusada a uma mulher negra, ferida num acidente de tráfego, admissão num hospital vizinho, porque o referido hospital se destinava aos “brancos”. Em consequência disso, a mulher negra continuou estendida no meio da rua. Deve se lembrar que, nos Estados Unidos, de acordo com os dados relativos a 1942, existem, ao todo, 110 hospitais para os negros, cujo número vai a 13 milhões: há somente 75 leitos hospitalares para cada milhão de negros.
As notícias sobre linchamento de negros constitui assunto comum na imprensa americana. Os nacionalistas afirmam que os negros somente podem ser “tolerados” nos Estados Unidos como empregados domésticos e operários não especializados. Um intelectual negro observou:
“Se eu quiser conversar com um homem branco, deverei estar com o boné de carregador e, então, tudo estará direito”.
O Professor Berges revela que mesmo os poucos negros que conseguiram seguir um curso superior, são obrigados a trabalhar como garçons nos restaurantes.
A propaganda nacionalista-burguesa domina todas as esferas da vida social dos Estados Unidos. Nas escolas, é cultivado o sentimento da discórdia nacional; nos colégios e universidades, esses sentimentos têm raízes profundas; no rádio, no cinema, na imprensa e na literatura, em toda parte são disseminadas as idéias de divergências e ódios nacionais. Tenenbaum observa que, nos filmes americanos, os negros são, invariavelmente apresentados apenas como criados, vadios e carregadores; os italianos como “gangsters”, vendeiros e moradores dos cortiços; os chineses como bandidos, assassinos, donos de covis de opiómanos e contrabandistas. Invariavelmente, o herói é “o anglo-saxão, puro, desportivo e nobre”. E este em geral, é com parado com “um sórdido estrangeiro que fala mal o inglês”. O veneno do nacionalismo é espalhado não somente pelo cinema, rádio, jornais e revistas, como mesmo através de vários “trabalhos” pseudo-científicos americanos, que provam que “a humanidade está dividida em raças que herdam tanto as características orgânicas como as morais”. Esses delírios fascistas são espalhados por milhares de escribas, que afirmam a seus leitores que os negros são incapazes de “atividade econômica”, que os “franceses somente são aptos para atividades artísticas”.
Muitos americanos se mostram apreensivos com a expansão do ódio nacional nos Estados Unidos. E. Roper, diretor de uma revista, escreve:
“Um golpe contra a minoria é um golpe contra a democracia e contra a América”.
Os círculos progressistas dos Estados Unidos lutam contra essa onda de nacionalismo. Os professores progressistas procuram eliminar o espírito de ódio nas escolas; intelectuais e artistas progressistas têm protestado contra a propaganda da discórdia nacional na ciência e nas artes. Está sendo feita uma campanha contra a discriminação nacional e racial pelo Terceiro Partido da América, que atrai a suas fileiras amplas camadas populares de tendências progressistas. A luta mais consistente e decidida contra todas as formas de racismo e nacionalismo burguês é conduzida pelos comunistas americanos.
Já no fim da primeira guerra mundial, Lênin observava que a guerra eliminara as diferenças entre os imperialistas. E afirmava:
“colocou no mesmo nível a mais livre de todas as democracias da América e a Alemanha militarista e semi-despótica”.(8)
Lênin salientou, naquela ocasião, que o regime democrático dos Estados Unidos
“não impediu, de modo algum, o imperialismo de agir tão atrozmente, que não só os internacionalistas são ali linchados, como também a turba os arrasta pelas ruas, arranca suas vestes, os embebe de alcatrão e os queima, não apenas porque se manifestem a favor da paz mas pelo simples fato de defenderem o pacifismo em geral”(9).
Durante os últimos dez anos, o processo a que se refere Lênin foi muito aperfeiçoado. Atualmente, o domínio da polícia e do militarismo nos Estados Unidos tornou-se um fato universalmente conhecido. Um combate furioso contra as idéias do internacionalismo proletário constitui uma importante feição característica da política atual dos imperialistas americanos.
A perseguição aos americanos progressistas com auxílio do famigerado “Comitê de Investigação de Atividades Anti-americanas”, inspirada pelos nacionalistas do tipo de Rankin, constitui uma das formas desse combate.
Quanto mais aquelas idéias penetram entre as massas laboriosas, quanto mais o novo partido progressista alcança novos êxitos, quanto mais fortemente é ouvida no país a voz dos comunistas que estão defendendo os verdadeiros interesses nacionais, tanto mais violentamente os reacionários perseguem tudo que seja progressista e avançado, tanto mais se intensifica a propaganda imperialista do mais abominável nacionalismo.
A teoria da “americanização” não é acidental. Reflete uma disposição de forças no campo imperialista.
Já no 14.° Congresso do Partido, analisando a situação internacional, o camarada Stálin salientava:
“Atualmente, os mais adiantados exploradores financeiros do mundo e, consequentemente, seus principais credores são os Estados Unidos e, em parte, sua assistente, a Grã Bretanha.
“Isso não significa que a Europa tenha sido reduzida á situação de colônia. Os países europeus, conquanto continuando a explorar suas colônias, caíram na subordinação financeira dos Estados Unidos, em resultado da qual, por sua vez, estão sendo explorados e continuarão a ser explorados pela América(10).
O processo indicado pelo camarada Stálin, já em 1925, desdobrou-se mais intensamente depois da segunda guerra mundial, quando o capital monopolista americano começou a dominar os países capitalistas da Europa ocidental, por meio do famigerado “Plano Marshall”. Nessa tarefa, os monopólios dos Estados Unidos encontraram leais servidores nas pessoas dos dirigentes da França e de outros Estados capitalistas. O abandono de uma linha de independência na política externa e a execução das principais exigências dos imperialistas americanos na política interna indicam que os países capitalistas da Europa perderam sua soberania nacional. A burguesia dos países europeus e seus mercenários, os socialistas da direita, por sua vez, estão levando a cabo a política de estrangulamento dos povos de suas colônias. Os socialistas de direita franceses se colocaram como dirigentes da vergonhosa tentativa de subjugação do povo do Viet Nam, que se levantara na luta por sua libertação, em defesa de seus legítimos direitos. A burguesia britânica e seus lacaios, os trabalhistas da direita, estão levando a cabo política semelhante, com relação aos povos de suas colônias. Os capitalistas holandeses e seus serviçais das fileiras dos socialistas de direita estão procurando subjugar o movimento de libertação da Indonésia. O mecanismo de votação na ONU mostra muito bem o preço da “independência” de países como a Austrália, Nova Zelândia, etc. Toda a política externa e interna dos governos burgueses daqueles países revela a mesma coisa.
Ao mesmo tempo que põe em prática essa política de subjugação dos povos coloniais, a burguesia e os pseudo-socialistas perpetram os atos mais infames, apelando para os “interesses nacionais” das metrópoles, procurando inocular na consciência das massas trabalhadoras daqueles países o veneno do nacionalismo e torná-las, desse modo, observadores passivos ou mesmo os cúmplices inconscientes dessa política de escravização e exploração dos povos coloniais.
Assim, o nacionalismo burguês executa seu sórdido trabalho de desunir as massas trabalhadoras, procurando introduzir uma cunha entre as mesmas por meio da ideologia nacionalista. A burguesia procura esconder ou justificar o significado de sua política reacionária, externa e interna, por meio da propaganda do nacionalismo. Na França, por exemplo, os “teóricos” fascistas pertencentes ao grupo da “Action Françoise” têm empregado o “nacionalismo integral” para provar a necessidade e a legitimidade do estabelecimento de uma ditadura fascista na França.
Já pela sua própria concepção, o nacionalismo burguês não pode esconder sua natureza de classe. No Século XVIII, na França, considerava-se “nação” somente as classes “ricas e instruídas”. Um escritor alemão do Século XVIII, Archengolz, afirmou:
“Considero nação somente as classes mais elevadas do povo. As classes mais baixas, isto é, os artesãos e camponeses são, em conjunto, seres semi-humanos”.
Apesar de mais tarde a burguesia ter procurado se apresentar como falando em nome do povo e defendendo seus interesses, as velhas tradições ainda persistem hoje. Leon Blum e seus senhores excluem, sem o menor constrangimento, o proletariado revolucionário da concepção de nação francesa. As teorias políticas da burguesia imperialista contemporânea não podem ir além da estrutura de seus interesses de classe no que diz respeito a essa questão. De acordo com sua concepção de “nação”, o conhecido sociólogo burguês Brice, em seu livro sobre a democracia, afirma que, na democracia burguesa, as funções do povo são mais negativas que positivas, que o povo pode mais “facilmente rejeitar uma linha que lhe foi proposta do que sugerir ele próprio uma linha melhor”. Tal é a essência das numerosas teorias sobre a “vontade nacional” expressa, por assim dizer, pelo moderno Estado burguês. O desprezo da burguesia pela nação, pelo povo, pelas massas laboriosas de seu próprio país constitui uma feição característica do nacionalismo burguês.
O nacionalismo burguês é uma arma letal da burguesia na luta contra a mais ampla consolidação e fortalecimento do campo democrático anti-imperialista. Pelo nacionalismo burguês é concebida à traição dos interesses nacionais das massas trabalhadoras.
A experiência, especialmente dos últimos anos, mostrou que o nacionalismo burguês que visa a subjugação das massas trabalhadoras e de todas as forças progressistas, transformou países como a Turquia, a China do Kuomintang e o Irã em apêndices do imperialismo anglo-americano não obstante as palavras de ordem “nacionais” com que dissimulavam a política da burguesia que traiu os interesses do país e do povo.
Jamais, anteriormente, se revelara com tanta clareza o papel reacionário e escravizador do nacionalismo burguês como hoje. O nacionalismo burguês constitui, atualmente, uma das armas principais da reação imperialista, um dos principais elementos de sua política externa e interna.
Cabe, portanto, às forças da democracia e do socialismo, e em particular aos Partidos Comunistas, levar a cabo uma luta inflexível contra o nacionalismo burguês, em todas as formas com que se manifeste. Livrar a classe operário e as massas trabalhadores de qualquer influência do nacionalismo e da ideologia nacional-chovinista, educar os operários e as massas trabalhadoras no espírito do internacionalismo proletário e na ideologia da amizade entre as nações — significa forjar uma arma invencível contra a reação imperialista.
Lênin ensina:
“Quem quer que deseje servir ao proletariado deve unir os operários de todas as nações, lutando decididamente contra “seu próprio” nacionalismo burguês e o dos outros.(11)
E mais ainda:
“Um operário que considera a unidade política com a burguesia de “sua” nação mais importante que a completa unidade ao proletariado de todas as nações, age contra seus interesses, contra os interesses do socialismo e contra os interesses da democracia.(12)
Os Partidos Comunistas, que são leais ao internacionalismo proletário, fortalecem a frente única da luta das massas trabalhadoras de todo o mundo contra o imperialismo, pela libertação dos povos, pela paz, pela democracia popular, pelo socialismo. A unanimidade com que os Partidos Comunistas de todos os países enérgica e firmemente condenaram a conduta dos dirigentes ao Partido Comunista iugoslavo (Tito, Kardelj, Djilas e Kankovich) é bem compreensível. Os dirigentes do Partido Comunista Iugoslavo retiraram-se da frente única socialista, traíram o socialismo e a causa da solidariedade internacional das massas trabalhadoras e adotaram a posição do nacionalismo. A resolução sobre a situação do Partido Comunista Iugoslavo, aprovada na Conferência do Bureau de Informação dos Partidos Comunistas, em junho de 1948, salientou que, sem o apoio da URSS, sem o apoio dos Partidos Comunistas de outros países, sem o apoio dos países da Democracia Popular, não é possível manter a independência da Iugoslávia e ali construir o socialismo; que a tendência nacionalista dos dirigentes da Iugoslávia apenas pode levar á degeneração da Iugoslávia numa república burguesa comum, à perda da independência da Iugoslávia e sua transformação numa colônia dos países imperialistas.
A classe operária de todo o mundo, tendo á frente os Partidos Comunistas irmãos, consideram, com toda a razão, a União Soviética como a força dirigente do campo democrático, lutando contra o campo imperialista que se esforça para lançar a humanidade na voragem de uma nova guerra. A poderosa União Soviética, lutando consistentemente pela paz, contra os instigadores de guerra, constitui o mais poderoso apoio das forças da democracia e do socialismo.
Os Partidos Comunistas irmãos, à frente das massas populares dos países da Nova Democracia, compreendem que foi somente devido aos Exércitos Soviéticos que aqueles países conseguiram se libertar do jugo fascista-alemão e conquistar a liberdade e a independência. Reconhecem perfeitamente que a União Soviética garante a livre expansão das forças democráticas dos países libertados, que adotaram o regime democrático popular. Reconhecem que, sem a ajuda e o apoio da União Soviética, dos países da nova democracia e de toda a frente socialista internacional, não poderiam construir o socialismo.
Na referida Conferência do Bureau de Informações dos Partidos Comunistas os representantes de todos os Partidos Comunistas irmãos salientaram, em particular, o papel e a importância da União Soviética na luta pela libertação e independência de seus países. O representante do Partido Comunista da Tchecoslováquia, o camarada Slansky, salientou:
“Nosso povo compreende a grande importância que a política externa stalinista da União Soviética — a política de paz, de segurança e da igualdade de direitos para o povo, a política do decidido repúdio aos instigadores de guerra — teve para o seu destino”.
Os povos dos países da nova democracia, libertados pelo vitorioso exército da União Soviética da opressão fascista, e que lhes possibilitou progredir livre e independentemente, sabem, de forma clara, segundo as palavras de Anna Pauker, Ministro do Exterior da Romênia, que não estão sós e não se encontram à mercê das potências imperialistas. A União Soviética defende seus direitos.
As massas trabalhadoras do exterior se tornam, de dia para dia, mais convencidas, graças à sua própria experiência, que seus interesses vitais e seus destino nacional estão ligados ao destino da causa da democracia e do Socialismo, à luta e às vitórias do campo democrático e anti-imperialista, à cuja frente se encontra a União Soviética.
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Notas de rodapé:
(1) V. I. Lênin — “Obras Completas”, vol. XVI, pág, 554 — Edição russa — Moscou.
(2) Lênin e Stálin — “Coletânea de Trabalhos para o Estudo da História do Partido Comunista (b) da URSS”, vol. III, págs. 157 e 158 — Edição russa — Moscou.
(3) J. Stalin — “Cuestiones del Leninismo”, págs. 578 — Ediciones en Lenguas Extranjeras — 1941 — Moscou.
(4) J. Stalin — “Cuestiones del Leninismo”, pág. 216 — Ediciones en Lenguas Extranjeras — 1941 — Moscou.
(5) J. Stalin — Idem, idem, pág. 216 — Moscou.
(6) J. Stalin — “Cuestiones del Leninismo”, págs. 218 — Ediciones en Lenguas Extranjeras — Moscou.
(7) J. Stalin — “Obras Completas”, vol. V, pág. 19 — Edição Russa — Moscou.
(8) V. I. Lênin — “Obras Completas”, vol. XXIII, pág. 266 — Edição russa — Moscou.
(9) V. I. Lênin — “Obras Completas”, vol. XXIII, pág. 816 — Edição russa — Moscou.
(10) J. Stalin — “Obras Completas”, vol. VII, págs. 68 e 69 — Edição russa — Moscou.
(11) V. I. Lenin — “Obras Completas”, vol. XVI, pás. 609 — Edição russa — Moscou.
(12) V. I. Lenin — “Obras Completas”, vol. XVL pág. 609 — Edição russa — Moscou.