A 21 de dezembro de 1949, o povo soviético com toda a humanidade progressista celebrou o 70.º aniversário do maior homem do mundo — Josef Vissarionovitch Stálin, o nosso sábio chefe e mestre, combatente infatigável pela paz e pela independência dos povos, construtor da nova sociedade humana e comandante genial.

Nestes dias, no mundo inteiro, centenas de milhões de trabalhadores manuais e intelectuais, de todas as raças e nacionalidades, voltam-se com esperança e confiança fraternal para a União Soviética, o país do socialismo triunfante, para Stálin — o sábio e grande amigo de todos os oprimidos. Eles sabem que a União Soviética, tendo à frente o grande Stálin, é o poderoso combatente dela paz, pelo socialismo, contra a reação e os organizadores de uma nova guerra mundial, o baluarte da luta dos partidários da democracia popular contra a ditadura desenfreada do imperialismo anglo-americano.

Durante os anos de luta e trabalho heróicos, o povo soviético, sob a direção do Partido Bolchevique, sob a direção dos grandes chefes — Lênin e Stálin, conquistou vitórias históricas mundiais. Derrubando o poder dos capitalistas e proprietários rurais, aniquilando para sempre a exploração do homem pelo homem, defendendo, na luta contra os inimigos internos e externos, a Pátria socialista, sua independência estatal e política, o nosso povo criou imensos valores materiais e espirituais, construiu o socialismo e marcha vitoriosamente para a sociedade comunista. Com a orgulhosa consciência das vitórias conquistadas, o povo soviético, no dia da festa do 70.º aniversário do seu chefe genial, o grande Stálin, pôde declarar: não houve nem pode haver obstáculos e dificuldades invencíveis para os homens soviéticos que, guiados pelo grande Stálin, marcham para a frente por um caminho de vitórias, em direção ao ponto culminante da felicidade humana — o comunismo.

Nestes dias notáveis, toda a humanidade progressista, além das fronteiras da nossa Pátria, cheia do sentimento de profunda gratidão e amor, dirige palavras de agradecimento ao grande chefe e comandante genial, generalíssimo da União Soviética — Stálin, que, à frente do povo soviético e do seu glorioso e vitorioso exército, assegurou a centenas de milhões de homens a liberdade, a independência e as condições de uma transformação socialista, e libertou toda a humanidade das garras da escravidão fascista.

                                       I — A Arte Militar Stalinista nos 4 Períodos da Guerra

A 22 de junho de 1941, o exército fascista alemão, violando perfidamente o pacto de não agressão, invadiu a União Soviética.

Cento e setenta divisões alemãs, bem treinadas, tecnicamente equipadas, concentradas em nossas fronteiras e apoiando-se nos imensos recursos e na rica base industrial da Europa usurpada pelos fascistas, a embriaguez das vitórias fáceis conquistadas no Ocidente — tudo isto excitava os cálculos fantásticos da casta militar fascista de terminar vitoriosamente a guerra contra a União Soviética num prazo “relâmpago”.

A 30 de junho de 1941, foi criado o Comitê de Defesa do Estado, com o camarada Stálin à frente. No fim do primeiro mês de guerra, a 19 de julho de 1941, quando o inimigo, numa investida furiosa, penetrava no âmago da nossa Pátria, o Presidium do Soviét Supremo da URSS nomeou o camarada Stálin, Comissário do Povo para a Defesa da URSS e, em agosto de 1941, por decisão do Presidium do Soviét Supremo, do Conselho dos Comissários do Povo e do Comitê Central do Partido Comunista (bolchevique) da URSS, Stálin assumiu o posto de Comandante em Chefe das Forças Armadas da URSS.

Pela vontade do Partido e do Governo, que exprimiam as aspirações de todo o povo soviético, no momento mais difícil para o Estado socialista, quando pairava um perigo real sobre a vida da nossa Pátria, Stálin colocou-se à frente das forças armadas da União Soviética.

Toda a história do Estado soviético se desenvolveu de tal modo que o nome de Stálin, no pensamento dos homens soviéticos, sempre foi associado à idéia da vitória — tanto no domínio da construção socialista como no da guerra contra os inimigos do povo soviético. Por isto, a nomeação de Stálin, para os postos de maior responsabilidade, foi acolhida pela opinião pública soviética com alívio e esperança, e encheu o povo soviético de fé inabalável na vitória, nesta prova tão dura da história.

O povo soviético não se enganou. No fim do quarto ano da Grande Guerra Patriótica, o exército hitlerista, dispondo de milhões de soldados, bem treinado, equipado com a técnica militar moderna, embalado pelas vitórias fáceis na Europa, dirigido por especialistas militares experientes, que parecia invencível a muita gente da Europa e da América, sofreu uma derrota catastrófica em sua renhida luta com o Exército Soviético, dirigido pelo genial comandante comunista Stálin.

Aqui, não temos a possibilidade de fazer uma análise, mesmo incompleta, do tesouro que representam os planos estratégicos stalinistas e das operações brilhantes, organizadas e realizadas pelas nossas heróicas forças armadas, sob a direção do Comandante em Chefe.

Mas é necessário, embora rapidamente, falar sobre as etapas fundamentais da grandiosa epopéia militar.

Estudando e investigando a Grande Guerra Patriótica, de acordo com o caráter e os resultados das operações mais decisivas, o curso dos acontecimentos militares pode ser dividido, convencionalmente, mais ou menos em quatro períodos. Cada um deles reflete a originalidade e o progresso invariável do desenvolvimento da arte militar stalinista.

O primeiro período abarca as operações desde junho de 1941 aproximadamente até o outono de 1942, isto é, até a nossa contra-ofensiva na zona de Stalingrado. O Comando em Chefe Soviético, com uma defensiva ativa, que se combinava com contra-ataques e com uma contra-ofensiva nas direções estratégicas mais importantes, minou, neste período, a força de choque do exército fascista e enterrou a estratégia alemã da guerra “relâmpago”.

Durante este período, a direção genial de Stálin e a bravura sem igual das nossas tropas, modificaram a correlação das forças em nosso proveito e, deste modo, apesar da não existência da segunda frente, criaram uma situação favorável a que as tropas passassem a uma ofensiva decisiva. Leningrado, Moscou, Tikvin e Rostov foram as zonas históricas onde as forças armadas soviéticas descarregaram golpes esmagadores sobre as forças militares alemãs. Neste período, foi desfeito o mito da invencibilidade do exército alemão. O trabalho infatigável, verdadeiramente heróico dos homens soviéticos, em todos os domínios da economia nacional para satisfazer as necessidades da frente de batalha, a bravura dos combatentes soviéticos na frente, as gloriosas ações de combate dos guerrilheiros soviéticos na retaguarda do inimigo, sem precedentes por suas proporções, a tensão de todo o país em seu conjunto, em prol da vitória, não tem igual na história dos povos.

O segundo período, aproximadamente desde o fim de 1942, isto é, desde a batalha de Stalingrado, até o fim de 1943, é um período de reviravolta radical na marcha da Grande Guerra Patriótica. O Exército Soviético, em batalhas brilhantes e numerosas, arrancou definitivamente ao inimigo a iniciativa estratégica e, depois de consolidar sua superioridade sobre as forças do inimigo, passou a uma ofensiva decisiva numa frente imensa e libertou dois terços do território soviético ocupado. Sofrendo perdas enormes, as forças armadas da Alemanha fascista foram obrigadas a passar à defensiva, em todas as frentes.

O cerco e o aprisionamento de dois exércitos fascistas alemães na batalha de Stalingrado, que se transformou para os alemães numa carnificina até então nunca vista, depois da qual o exército hitlerista já não pôde restabelecer-se até o fim da guerra; o esmagamento da frente alemã do sul; a ruptura do bloqueio de Leningrado; a derrota de um agrupamento de tropas alemãs na batalha de Kursk — a última tentativa de Hitler para fazer o curso da guerra mudar em seu proveito —; a libertação da Ucrânia da margem esquerda do Dniéper e a batalha pelo Dniéper: eis os marcos históricos mais gloriosos no caminho das forças armadas triunfantes da União Soviética, neste período.

O terceiro período abarca as operações de 1944 e é o período das vitórias decisivas do Exército Soviético, conhecido como o período dos dez golpes stalinistas.

Nesta etapa, a envergadura e o caráter esmagador das operações ofensivas das forças armadas soviéticas, atingiram o ponto culminante. Em conseqüência destas operações, foram postos fora de combate os aliados balcânicos da Alemanha — a Rumania monárquica e a Bulgária tzarista e, depois, a Finlândia fascistizante e a Hungria de Horthy — foram expulsos, para fora da União Soviética, todos, absolutamente todos os invasores fascistas, e as operações militares foram deslocadas totalmente para o território do inimigo.

A derrota dos alemães na zona de Leningrado e dos finlandeses na Carélia e no Extremo Norte; a libertação da Criméia e da Ucrânia da margem direita do Dniéper; a derrota do centro da frente alemã na Bielo Rússia; a libertação da Ucrânia Ocidental e das Repúblicas do Báltico; a ocupação da Rumania e da Bulgária e a penetração profunda na Hungria — todas estas operações foram feitas no estilo da estratégia ofensiva, clássica, stalinista, de envergadura gigantesca.

Nestas operações, o Exército Soviético, aplicando a hábil manobra operativa stalinista, rompeu brilhantemente as frentes do inimigo simultaneamente em vários setores, privando-o, assim, da possibilidade de agrupar as reservas para rebater os nossos poderosos golpes de surpresa. A forma mais perfeita de manobra, para cercar e liquidar os principais agrupamentos do inimigo, neste período, constituiu a base das operações de combate das forças armadas soviéticas.

O quarto e último período — desde o fim de 1944 até terminar a segunda guerra mundial — pode ser caracterizado como o período das vitórias fulminantes da União Soviética sobre a Alemanha hitlerista. Neste período, enriquecido com a experiência de três anos de combate, assimilando perfeitamente todas as formas complexas., da manobra operativa e os métodos táticos de combate de todas as armas com uma gigantesca e hábil concentração de material de guerra nas direções necessárias, o Exército Soviético, em prazos breves, venceu as fortificações de caráter permanente na Prússia Oriental e na direção central — desde o Vístula até Berlim. Estas fortificações, por sua potência, não eram inferiores à conhecida “Linha Siegfried” e eram consideradas, pelo comando hitlerista, muralhas inexpugnáveis. Entretanto, não puderam deter e nem sequer retardar a ofensiva impetuosa das tropas soviéticas.

As vitórias mais gloriosas deste período foram: a derrota da ala meridional da frente alemã e a ocupação de Budapeste e de Viena, a derrota dos alemães na Prússia Oriental, o esmagamento do agrupamento central inimigo na direção de Varsóvia-Berlim, na Tchecoslováquia, na Silésia, na Pomerâmia e, como ponto culminante, a derrota total e a capitulação do exército nazista alemão e a tomada de Berlim pelas nossas tropas.

Em conseqüência de uma guerra de quatro anos, o povo soviético e o seu exército invencível, dirigidos pelo genial estrategista e comandante Stálin, conquistaram uma vitória completa sobre a Alemanha hitlerista.

Não se realizaram as “profecias” feitas pelos inimigos e por uns tantos “aliados” das Ilhas Britânicas e de além-mar que, desde os primeiros meses da guerra, esperavam com impaciência a derrota do Exército Soviético.

A sabotagem oculta e evidente da criação da segunda frente no Ocidente e a estratégia de pequenos golpes do comando anglo-americano, conduziram a que toda a potência do exército alemão fosse concentrada contra a União Soviética. Com seu jogo indigno e provocador, os “aliados” anglo-americanos, que desejavam o maior debilitamento possível e o esgotamento da União Soviética e, por conseguinte, o prolongamento da guerra, deram a Hitler, durante três anos, a possibilidade de travar a guerra só na frente soviética, concentrando aí uma quantidade colossal de tropas e materiais de guerra, sem ter que se voltar e sem temer a própria retaguarda.

E só depois que se tornou evidente que os golpes esmagadores do Exército Soviético eram irreparavelmente mortais, e a União Soviética, sozinha, de um modo independente, acabaria com a Alemanha nazista e seus satélites, os Srs. Churchill e Marshall foram obrigados a apressar-se a abrir a segunda frente com um atraso de… dois anos.

                     II — A Concepção Científica Stalinista dos Fatores da Guerra

EM TODO o curso da segunda guerra mundial, o pensamento militar — dos generais fascistas, na base do qual se encontrava uma concepção reacionária, idealista do mundo, nada acrescentou de novo, nem poderia acrescentar à base geral da arte militar dos Estados burgueses. O máximo de que foi capaz o militarismo fascista, foi recorrer, uma vez mais, à idéia aventureira da “guerra relâmpago”, que tinha fracassado na primeira guerra mundial, e na qual se manifestava a incapacidade orgânica do militarismo alemão de elevar-se ao nível da compreensão científica da guerra moderna.

Os resultados da guerra da Alemanha hitlerista contra a União Soviética, mostraram a inconsistência total dos cálculos numa vitória com os métodos da “guerra relâmpago”. O que, para o hitlerismo, era efetivo e real em relação aos países capitalistas da Europa Ocidental, mostrou ser ilusório e ruinoso na guerra contra a União Soviética.

Só na União Soviética, nas condições do regime socialista, nas condições do domínio da ideologia marxista-leninista e da prática socialista, é possível a verdadeira ciência militar.

A ciência militar soviética nasceu e aperfeiçoou-se ao mesmo tempo que surgiram e se desenvolveram as forças armadas do país soviético. Com toda a razão, a ciência militar é chamada, em nosso país, ciência militar stalinista. Desde os primeiros dias da criação das forças armadas soviéticas, Stálin dedicou muita atenção e empreendeu muitos esforços para elaborar cientificamente e fundamentar teoricamente as bases da ciência militar soviética.

A ciência militar stalinista baseia-se na compreensão justa das leis do desenvolvimento social, nasceu com a chegada da classe operária ao poder, desenvolveu-se e reforçou-se sobre o fundamento do regime estatal soviético. Elementos tão decisivos como o sistema novo, socialista, de regime social com uma economia planificada, com novas forças de produção e novas relações de produção entre os homens, com uma nova ideologia e uma nova moral, constituem a base sobre a qual se levanta todo o edifício da ciência militar stalinista.

Sendo um sistema harmonioso do conhecimento verdadeiramente científico de todo o conjunto de questões da guerra moderna, a ciência militar stalinista, ao lado dos elementos puramente militares — a estratégia, a arte operativa, a tática, a organização e a preparação das tropas — abarca a soma de fatores políticos, sociais, econômicos e morais, em seu conjunto, em sua ação recíproca e em sua influência determinante sobre a arte militar em conjunto.

A arte militar soviética, como parte componente da ciência militar, que assimilou e reelaborou, de maneira adequada, a experiência das guerras passadas, de acordo com a natureza socialista do Estado, armou os nossos Quadros de comandantes, com os conhecimentos teóricos e práticos, no domínio da estratégia, da arte operativa, da tática, da organização e do adestramento das tropas e, deste modo, permitiu que eles compreendessem, com justeza, o caráter da guerra, descobrissem a natureza das operações da guerra moderna, como também o papel das diversas armas, sua significação e utilização prática.

Neste sentido é necessário acentuar especialmente o delineamento stalinista da questão dos fatores de ação permanente, entre os quais a importância do potencial econômico e moral do país ocupa um dos lugares decisivos na organização e conquista da vitória na guerra moderna.

Stálin delimitou rigorosamente estes fatores em dois grupos: temporários, passageiros, e fatores que atuam permanentemente. Stálin determinou o lugar correspondente, o papel e a importância de cada um deles e sua ligação mútua.

Dentre todos os fatores temporários, passageiros, sobre os quais se baseavam os cálculos estratégicos do comando alemão, na planificação da guerra contra a União Soviética — Stálin destaca a “surpresa” como o fator militar mais eficiente.

Stálin inclui no segundo grupo de fatores, que determinam a marcha e a saída da guerra: a solidez da retaguarda, o estado moral do exército, a quantidade e a qualidade das divisões, o armamento do exército, a capacidade de organização dos quadros de comando.

A profunda análise científica destes fatores, feita por Stálin, tem uma importância imensa, não somente teórica, como também prática — nas condições da guerra mais cruel. Os cidadãos soviéticos receberam a chave para a compreensão das perspectivas da guerra e da inevitabilidade da vitória da União Soviética. Não foi por acaso que, em suas intervenções, Stálin falava freqüentemente sobre todos esses fatores em conjunto, ou sobre um deles, de acordo com as condições em que tinham lugar os acontecimentos.

A tese stalinista — sobre as vantagens e a importância dos fatores duradouros, de ação permanente, e o caráter limitado dos fatores temporários, passageiros — inspirou no povo soviético e no seu exército a firme convicção da nossa superioridade sobre o inimigo, reforçou a fé inquebrantável na vitória, mobilizou todos para realizarem feitos heróicos na frente de batalha e extraordinárias proezas no trabalho, na retaguarda. A fé nas próprias forças, a convicção firme na vitória, constituíram um fator poderoso e a premissa natural da vitória.

A concepção da solidez da retaguarda abrange tudo o que constitui a vida e a atividade de todo o Estado — o sistema social, a política, a economia, o aparelho de produção, o grau de organização dos trabalhadores, a ideologia, a ciência, a arte, o estado moral do povo, etc.

As proporções das operações militares atuais, a imensa quantidade de massas humanas que participam delas, e de materiais de guerra, apresentam à retaguarda (a todo o país) exigências extraordinariamente elevadas, de cuja satisfação oportuna depende o resultado das operações militares e, em última instância, da guerra em conjunto.

Já no começo da guerra, a previsão genial de Stálin sobre a derrota inevitável do exército hitlerista era baseada no conhecimento da relativa debilidade política, econômica e social da Alemanha hitlerista, isto é, na falta de solidez de sua retaguarda, e na certeza da solidez da retaguarda soviética, isto é, do nosso Estado em conjunto.

Enumerando os erros de cálculo do exército alemão na planificação estratégica da guerra, Stálin coloca, em primeiro lugar, os erros na apreciação do estado de sua retaguarda e da nossa.

Stálin disse:

“…Os cálculos do inimigo falharam redondamente. O inimigo não levou em conta as forças do Exército Vermelho, não levou em conta a solidez da retaguarda soviética, não levou em conta a vontade de vitória dos povos do nosso país, não levou em conta a insegurança da retaguarda européia da Alemanha fascista e, finalmente não levou em conta a fraqueza interna da Alemanha fascista e de seu exército”.
Em suas intervenções e ordens, Stálin se referiu freqüentemente às questões da organização e do trabalho da retaguarda soviética, em todas as etapas da guerra, acentuando a importância excepcional e decisiva da retaguarda para garantir as operações militares e esmagar o inimigo.

Em seu informe de 6 de novembro de 1944, disse Stálin:

“Se o Exército vermelho pôde cumprir com êxito seu dever para com a Pátria e expulsou os alemães para fora das fronteiras da terra soviética, ele o fez graças a que foi apoiado abnegadamente, na retaguarda, por todo o nosso país, por todos os povos do nosso país.”
Outro fator de ação permanente é a moral do Exército.

Este fator decorre organicamente do estado político e moral da retaguarda, que sustenta o exército não somente com toda espécie de abastecimento — munições, material de guerra, armamentos; víveres, homens — como também com idéias, a ideologia, o estado de espírito, a moral.

Em todas as guerras do passado, a firmeza moral dos exércitos beligerantes, sempre representou um papel de primeira categoria. E, nas guerras atuais, quando pelejam não somente o exército como também todo o pais, todo o povo, quando, nas operações militares, de ambos os lados, tomam parte exércitos de milhões e milhões de homens, quando são travadas batalhas extraordinariamente prolongadas e intensas — a firmeza moral, a capacidade de resistência, o heroísmo das tropas que pelejam, adquirem uma importância excepcional. Por isto, Stálin destaca especialmente este fator, como um dos fatores decisivos da Grande Guerra Patriótica.

Todos os comandantes e teóricos da arte militar do passado também concederam uma grande importância ao fator moral. Mas o encaravam isoladamente, sem conexão com o caráter da guerra, com os fundamentos políticos, sociais, econômicos e ideológicos morais do Estado beligerante, separadamente das massas populares — a fonte principal de força que, no final de contas, determina a vitória sobre o inimigo.

Os escritores militares burgueses escreveram muito sobre o fator moral das tropas e sua importância, mas sua interpretação das qualidades morais do exército nada tem de comum com a forma pela qual Stálin coloca esta questão. Stálin determina o fator moral, o espírito do exército, em primeiro lugar, pelo caráter dos objetivos políticos da guerra e, por conseguinte, pelo caráter do regime social, pelo caráter da política interna e externa do Estado em questão, pelo nível da consciência, da cultura das amplas massas populares, pela ideologia dominante, etc.

O estado moral do exército, como Stálin ensina, é determinado, antes de tudo e principalmente, pelo caráter do objetivo político da guerra, isto é, por aquilo por que o Estado luta, pelo grau de consciência dos combatentes e comandantes do exército, pela profundeza da sua compreensão da justiça da guerra que tem lugar, pela necessidade de travá-la a fim de salvar o próprio país do inimigo agressivo que o atacou, pela profundeza do amor à Pátria e da fé na justeza da própria causa, da fé na vitória, da fé na direção do país e nas forças armadas em operações.

Disse Stálin:

“O estado moral do nosso exército é superior ao do exército alemão, pois ele defende a Pátria contra os usurpadores estrangeiros e acredita na justeza da própria causa, ao passo que o exército alemão conduz uma guerra espoliadora e pilha o país alheio, não tendo a possibilidade de acreditar, por um minuto sequer, na justeza de sua obra infame”.
Os objetivos nobres e elevados da guerra — os objetivos da Guerra Patriótica do povo soviético e do seu exército, que defendiam a Pátria socialista contra os atentados do fascismo desencadeado — eram uma garantia do inquebrantável estado moral do povo patriota e do seu exército.

Os outros fatores que atuam permanentemente, a quantidade e a qualidade das divisões, o armamento do exército, a capacidade de organização dos quadros de comando, que condicionam os limites da planificação estratégica da guerra e sua realização, são incontestáveis e evidentes, tanto mais quanto são determinados fundamentalmente pela mesma potência econômica, política e moral do país.

Outro aspecto desta mesma questão dos fatores duradouros de ação permanente, consiste em que na marcha da guerra, era necessário assegurar sua supremacia em nosso proveito, pois os fatores que atuam permanentemente não constituem uma grandeza dada uma única vez e para sempre. Esta supremacia não é criada de maneira espontânea nem mecanicamente, e sim com o trabalho intenso do povo e com uma direção justa. Na acumulação desta supremacia de todos os fatores decisivos, duradouros, de ação permanente, e que, em última instancia garantiram a vitória das armas soviéticas, está um dos méritos mais extraordinários do Partido de Lênin—Stálin e do chefe dos povos da União Soviética e o Comandante cm Chefe das Forças Armadas — Josef Vissarionovitch Stálin.

Ao lado da tese sobre os fatores de ação permanente para a conquista da vitória, na planificação estratégica da guerra, de suas campanhas decisivas e das diversas operações, encontra-se também outra tese, não menos importante — a das reservas.

Stálin sempre dedicou especial atenção às reservas. É conhecida sua apreciação do papel das reservas, já no período da guerra civil e da intervenção.

Por isto, na primeira etapa da Grande Guerra Patriótica, ao lado da organização da defesa ativa, a acumulação de reservas estratégicas e operativas para travar uma guerra prolongada e vitoriosa, ocupou grande parte da atenção de Stálin.

É sabido que, em todas as etapas da guerra, qualquer operação, por ordenado Comandante em Chefe, deveria ser garantida com as reservas necessárias à sua realização. Nisto residia uma das particularidades da direção estratégica stalinista das operações do Exército Soviético na Grande Guerra Patriótica.

O Comandante em Chefe resolveu brilhantemente uma das tarefas mais importantes — a preparação de quadros de comando.

Na marcha da guerra, desenvolveram-se novos chefes militares soviéticos, generais e oficiais, que provaram em combate, sua dedicação à Pátria, ao Partido Bolchevique e, nas batalhas mais extraordinárias, souberam transformar em realidade viva, os planos estratégicos e táticos operativos stalinistas.

                         III — Vitória Monumental das Idéias Estratégicas Stalinistas

A GRANDE Guerra Patriótica, com uma frente de milhares de quilômetros de extensão, exigiu da direção militar soviética a solução do problema mais complexo — a organização da coordenação estratégica de várias frentes de batalha. A organização, o abastecimento ininterrupto e a direção das operações dessa espécie, orientadas segundo um plano único., a fim de alcançar um objetivo estratégico único — constituem uma questão de extraordinária complexidade e dificuldade. Só o gênio militar de Stálin poderia enfrentar este problema è resolvê-lo completamente, como o resolveu.

A ofensiva do Exército Soviético no inverno de 1942-1943 e, em particular, a libertação da Ucrânia da margem esquerda do Dniéper em 1943 depois da vitória do nosso exército no arco de Kursk, foi realizada, com notável clareza de objetivo pelas operações combinadas de muitas frentes de batalha, unificadas num teatro de guerra de mil quilômetros, segundo um plano estratégico único e pela vontade dirigente única do Comandante em Chefe, pela vontade do grande Stálin.

Ainda mais impressionantes por sua envergadura excepcional e por seus brilhantes resultados, do ponto de vista da coordenação das frentes de batalha, foram as operações de ofensiva das forças armadas soviéticas cm 1944-1945, quando, em uma enorme extensão, desde o Mar de Bering até o Mar Negro, as tropas soviéticas, com golpes esmagadores consecutivos e simultâneos, liquidaram totalmente os exércitos da Alemanha fascista e de seus aliados.

Em todas essas brilhantes operações stalinistas, manifestaram-se em toda a plenitude, tanto a coordenação do grupo de frentes de batalha numa direção estratégica, como a coordenação das frentes que atuavam nas diversas direções estratégicas, mas unificadas pela unidade do plano estratégico stalinista. O gênio de Stálin inspirou os comandantes das frentes e dos exércitos, os oficiais e soldados do poderoso Exército Soviético, para realizarem feitos heróicos, em nome da Pátria socialista.

Na Grande Guerra Patriótica, sob a direção de Stálin, foi completamente solucionado, na prática, um dos problemas mais complexos e difíceis da arte militar — a manobra de cerco e aniquilamento de grandes massas de tropas do inimigo. O comando fascista alemão, muitas vezes, no curso da última guerra, tentou realizar, sem êxito, este gênero de manobra estratégica, contra as tropas soviéticas. Nas operações de ofensiva do Exército Soviético, esta manobra estratégica de cerco tornou-se a forma principal de suas ações militares.

As ordens do Comandante em Chefe, camarada Stálin, — “com uma manobra hábil e audaz, cortar as comunicações do inimigo, cercar e fracionar suas tropas, destruir e capturar as forças humanas e o material do inimigo” — foram realizadas integralmente nas diversas formas de cerco, aplicadas pelo Exército Soviético nas diferentes condições da situação militar. Assim, foi refutada na prática a teoria em voga dos especialistas militares burgueses sobre o caráter extraordinariamente raro e casual das operações de cerco. O que era inexeqüível para os exércitos burgueses, para os imitadores fascistas alemães desta teoria militar e na prática da guerra, tornou-se possível e realizável para as forças armadas do Estado soviético.

As notáveis operações de cerco e completo esmagamento do inimigo — a de Stalingrado, a de Korsun-Chevtchenkovsk, a de Minsk, a de Iassi-Kichinev, a de Berlim e muitas outras — foram brilhantes demonstrações do desenvolvimento e amadurecimento dos combatentes soviéticos, dos oficiais e generais da escola stalinista, que, na marcha da Grande Guerra Patriótica, foram assimilando gradualmente e dominaram perfeitamente esta forma extremamente complexa de manobra estratégica e tático-operativa, realizando-a, de um modo criador, nas condições mais variadas das operações militares.

Depois da batalha histórica de Kursk, que enterrou definitivamente a estratégia ofensiva hitlerista, — o exército fascista, até a capitulação de Berlim, sofreu derrotas esmagadoras sucessivas, que reproduziram, em maior ou menor grau, a batalha de Stalingrado.

De agora em diante, os historiadores das guerras e da arte militar não recorrerão somente aos exemplos de Cannes e Sedan. O Exército Soviético, na Grande Guerra Patriótica, realizou as idéias estratégicas stalinistas, deu à história exemplos de grandes operações de cerco e aniquilamento dos principais agrupamentos do inimigo, exemplos notáveis por sua execução e resultados. Muitas destas operações entrarão como modelos clássicos para a história das guerras.

Como é sabido, na operação moderna de ofensiva, que, na esmagadora maioria dos casos, tem diante de si uma poderosa zona de defesa do inimigo, escalonada em profundidade, cabe o papel decisivo ao golpe frontal, como o meio radical para romper essa zona e para explorar o êxito na profundidade da defesa do inimigo.

O Alto Comando Soviético, colocado, na marcha da guerra, diante da necessidade de romper a defesa fascista alemã, levada a uma grande perfeição, encontrou forças, meios e métodos operativos táticos, para resolver também, com um imenso resultado, este problema dificílimo. Ainda mais, em numerosas operações ofensivas de ruptura da frente de defesa, o Alto Comando Soviético empregou, com uma grande variedade criadora, o golpe frontal, que, depois de romper a defesa do inimigo, se transformava rapidamente, com o auxílio de poderosos meios móveis — tanques, artilharia motorizada, infantaria motorizada e cavalaria, — em cooperação com a aviação — em outras formas de manobra e conduzia inevitavelmente ao cerco e ao aniquilamento das tropas do inimigo, ou ao esmagamento e perseguição do inimigo numa profundidade estratégica.

O golpe frontal poderoso numa só direção, a série de golpes fracionados em algumas outras direções, que dividiam a defesa do inimigo numa frente ampla, o golpe que fendia a frente de batalha numa grande profundidade — todas estas formas stalinistas de manobra, combinadas rigorosamente, numa coordenação operativa e estratégica operativa, foram aplicadas amplamente nas operações de ofensiva do Exército Soviético. Adquiriram um caráter especialmente esmagador, as operações de nossas tropas em 1943-1945, quando, graças ao trabalho heróico dos homens soviéticos na retaguarda, o Comandante em Chefe teve a possibilidade de concentrar na quantidade necessária meios de choque e de fogo (tanques, aviões, artilharia motorizada e de outras espécies) nas direções principais de ruptura. Dadas estas condições, a frente defensiva fascista alemã era fatalmente rompida em toda a profundidade tática, no dia da operação ou no dia seguinte. Em conseqüência disto, a ofensiva, geralmente desenvolvia-se em ritmos extraordinariamente impetuosos.

Deve-se destacar especialmente uma forma tão decisiva de luta como a contra-ofensiva estratégica, com o auxílio da qual as forças armadas soviéticas, na primeira etapa da guerra, numa situação de esmagadora superioridade de forças e recursos do inimigo, depois de sangrá-lo na defesa ativa, tomaram a iniciativa operativa e estratégica, e criaram as condições para as operações ulteriores de contra-ofensiva, em proporções gigantescas, em toda a extensão da frente soviética alemã.

O que acaba de ser exposto está longe de esgotar toda a riqueza de problemas estratégicos e táticos operativos, solucionados com tanto êxito sob o comando supremo do grande Stálin, pelos notáveis generais, oficiais soviéticos e por todo o bravo e poderoso Exército Soviético e pela Frota de Guerra Soviética, no curso da Grande Guerra Patriótica.

A imensa envergadura das operações sucessivas e simultâneas na frente de batalha e numa grande profundidade, com seu caráter esmagador e sua impetuosidade; a inteligente coordenação tática e operativa de todas as armas, combinando-se com a manobra flexível e audaz em quaisquer condições da situação militar; a defesa ativa, levada à perfeição, capaz de resistir aos golpes de qualquer força e assegurar as condições para a passagem a uma contra-ofensiva decidida; a utilização maciça e efetiva das tropas e tanques e da aviação nas direções principais da ofensiva, derrotando o inimigo em toda a sua profundidade operativa estratégica; a ofensiva da artilharia, como a forma mais conveniente de aplicação de toda espécie de artilharia; e toda uma série de outros problemas importantíssimos foram resolvidos do modo mais justo e mais completo na atividade combativa das forças armadas soviéticas durante a Grande Guerra Patriótica.

A vitoriosa Grande Guerra Patriótica passará à história como um triunfo do regime socialista soviético, como uma prova da superioridade das forças armadas do socialismo sobre os exércitos fascistas, como uma prova da supremacia incontestável da ciência militar stalinista, soviética, sobre a doutrina reacionária do imperialismo alemão, como a vitória do gênio do grande Stálin como estrategista e chefe militar.

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O GRANDIOSO triunfo histórico do socialismo sobre a Alemanha fascista e sobre o Japão imperialista, vitória conquistada pelo povo soviético sob a direção do grande Partido de Lênin-Stálin, sob o comando supremo do genial Stálin, causou um imenso prejuízo ao sistema capitalista mundial e auxiliou centenas de milhões de homens a sacudir o jugo do velho mundo.

Surgiu uma poderosa frente da paz, da democracia e do socialismo, que agrupa em torno da União Soviética os povos livres, numa família democrática, unida e fraternal.

O imperialismo anglo-americano, cego pelo ódio selvagem de classe, impotente para deter a marcha inexorável da história, ameaça abertamente os povos livres com uma nova guerra mundial. Mas os tempos mudaram, mudou a correlação das forças reais.

O socialismo tornou-se a base da vida de muitos países e povos, o campo dos combatentes pela paz tornou-se uma força gigantesca.

A voz poderosa do grande Stálin, em defesa da paz no mundo inteiro, penetrou em todos os rincões do globo terrestre, no cérebro e no coração dos trabalhadores, dos homens progressistas do mundo inteiro. Os homens simples e honestos, sabem que cada palavra do grande Stálin é um toque de rebate que chama à vigilância e à resistência efetiva aos incendiários de uma nova guerra mundial e, correspondendo ao apelo stalinista, enfileiram-se nas colunas poderosas dos combatentes pela paz, pela liberdade e pela felicidade do gênero humano.

Glória ao sábio chefe genial e mestre dos trabalhadores e da humanidade progressista!

Longos e gloriosos anos de vida e saúde, para a felicidade e a vitória dos trabalhadores do mundo inteiro, ao homem magnífico, ao grande amigo de todos os homens progressistas do mundo — Stálin!

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“Precisamos saber denunciar resolutamente os provocadores de guerra, tanto aqueles de dentro como de fora do país, afim de alertarmos o nosso povo, não permitirmos que seja vilmente enganado e arrastado a uma carnificina guerreira contra os seus próprios interesses, uma hecatombe guerreira contra o progresso da humanidade e que só pode interessar ao imperialismo ianque e aos bandidos nacionais a seu serviço”.
Luiz Carlos Prestes