A Aproximação de uma Nova Crise Econômica no Mundo Capitalista
O CONJUNTO de todos os fatores que caracterizam a atual situação econômica dos paises capitalistas indica o início de uma nova crise de superprodução.
Como ensina a ciência marxista-leninista, essas crises econômicas de superprodução, cíclicas, são inevitáveis no regime capitalista. A base das crises econômicas de superprodução e suas causas residem no próprio sistema da economia capitalista, na contradição entre o caráter social da produção e a forma capitalista de apropriação dos resultados da produção.
A expressão desta contradição fundamental do capitalismo não é, portanto, senão o reflexo da contradição que existe entre o aumento das possibilidades do capitalismo, calculado sobre a acumulação dos lucros, entre a diminuição do poder aquisitivo das massas populares, ou seja: do consumo.
Enquanto, sob o regime capitalista, o poder aquisitivo das massas populares permanece em nível excessivamente baixo, cria-se periodicamente um “excedente” de mercadorias, a produção diminui, o desemprego aumenta e os trabalhadores passam privações por que existem mercadorias fabricadas em excesso.
Este é um dos criminosos absurdos do método capitalista de produção.
“Se o capitalismo pudesse adaptar a produção não para obter o máximo de lucro, mas para melhorar de maneira sistemática a situação material das massas populares; se ele pudesse empregar o lucro não para a satisfação das manias das classes parasitas, não para o aperfeiçoamento dos métodos de exploração, não para a exportação dos capitais, mas para o levantamento sistemático da situação material dos operários e dos camponeses, então não existiriam as crises. Mas então, também, o capitalismo não seria o capitalismo. Para suprimir as crises, torna-se preciso suprimir o capitalismo”.(1)
As crises atuais, que se desenvolvem, como o indica o camarada Stálin, na base da crise geral do capitalismo, quando este não representa mais a única forma universal da economia mundial, quando aumenta, por toda parte, sua podridão, quando a indústria dos países capitalistas sofre de falta de atividade crônica e suporta, por cima, um exército de milhões de desempregados, — as crises atuais tomam um caráter particularmente durável e devastador.
A crise atual, a primeira crise econômica de superprodução após a segunda guerra mundial, desenvolve-se nas condições de crescimento e aprofundamento da crise geral do capitalismo e da acentuação da desigualdade no desenvolvimento dos países capitalistas, como na atmosfera de mudança das relações entre as forças dos dois sistemas — o do socialismo e o do capitalismo, mudança que se opera em favor do primeiro.
Cresce de ano para ano a potência da União Soviética, força fundamental do campo anti-imperialista. Todos os anos, no mundo inteiro, aumentam e unificam-se, igualmente, as forças do socialismo e da democracia.
Os países da democracia popular, surgidos diretamente da histórica vitória da União Soviética, consolidam-se e colocam-se com determinação no caminho da reconstrução, com a ajuda desinteressada do país dos Soviets. Os Partidos Comunistas da Europa reforçam-se e aumentam sua influência. A luta entre o trabalho e o capital desenvolve-se em todos os países capitalistas. A situação na Ásia modificou-se radicalmente. Milhões de homens levantaram-se contra o imperialismo nos países coloniais e dependentes. As forças populares e democráticas da China conquistaram uma vitória absoluta contra a reação do Kuomintang e contra os imperialista anglo-americanos.
Produziu-se um novo enfraquecimento do setor capitalista do mundo, no qual as contradições políticas e econômicas se agravam brutalmente, deixando cada vez mais à mostra os seus alicerces completamente apodrecidos.
A agravação da crise geral traz como conseqüência uma agravação ulterior das contradições do sistema político e econômico capitalista e a desproporção no desenvolvimento dos diferentes países capitalistas, o que torna a situação econômica desses países excessivamente instável.
* * *
No principal país capitalista — os Estados Unidos — observam-se já desde os fins de 1948 os sintomas anunciadores da aproximação de uma nova crise econômica, preparada por toda uma seqüência de acontecimentos anteriores.
No decorrer da segunda guerra mundial, que interrompeu a crise econômica iniciada em 1937. a produção americana deu um grande passo à frente em conseqüência do alto número de encomendas de material de guerra precedente dos Estados Unidos e dos países de além-mar.
A guerra mundial foi um excelente negócio para a América. Ela não conheceu as restrições, nem as misérias próprias da guerra; nem a opressão da ocupação, nem os bombardeios aéreos; não suportou senão sacrifícios insignificantes, não participando das operações militares senão a véspera do aniquilamento total da Alemanha hitlerista pelas forças armadas da União Soviética.
Os Estados Unidos enriqueceram-se extraordinariamente com a guerra, que assegurou ao capital monopolista americano lucros até então jamais atingidos e novos mercados mundiais.
A economia nacional dos Estados Unidos expandiu-se durante a guerra, enquanto era destruída ou enfraquecida a economia dos outros países capitalistas que eram teatro de operações militares.
Mas o desenvolvimento econômico dos Estados Unidos durante a guerra foi unilateral. Com efeito, ele não atingiu senão o domínio dependente de um modo ou de outro dos fornecimentos de guerra enquanto os outros ramos da economia nacional apenas vegetavam ou mesmo periclitavam, de vez que todos os novos capitais encontravam-se aplicados unicamente na industria que trabalhava para as necessidades da guerra.
A marcha atual da adaptação total da economia dos Estados Unidos às novas condições de vida, criadas com a transição do estado de guerra ao estado de paz, é seguida, pela anarquia reinante na produção capitalista, por enormes abalos econômicos, pela queda da produção, pelo desemprego em massa e por uma baixa brutal do nível de vida dos trabalhadores. Foi assim que a produção em 1946 caiu de um terço em comparação com a produção de 1943.
É preciso não confundir a baixa brutal da produção industrial dos EE. UU. em 1944-46 com o fenômeno periódico da crise de super-produção . A queda da produção destes anos não foi o resultado de uma crise de super-produção, crise que se repete periodicamente na sociedade capitalista. No período de transição de guerra para a paz, os Estados Unidos não possuíam nenhum excedente de mercadoria que pudesse pesar sobre o mercado, pois o aumento da produção industrial durante as hostilidades respondia ao aumento das encomendas de material de guerra. Além disso no período de 1944-46, os preços industriais não baixaram, como acontece geralmente nas crises de superprodução periódicas, mas, ao contrário, não pararam de subir.
Seria, portanto, um grande erro considerar a baixa da produção nos Estados Unidos em 1944-46 como uma crise cíclica de super-produção.
Não menos errôneas são as idéias de alguns economistas soviéticos que, seguindo cegamente sem a necessária crítica os economistas burgueses, escreviam que os países capitalistas poupados pelas hostilidades deviam se encontrar no após guerra num período de prosperidade e que sua produção industrial ultrapassaria de muito a produção máxima atingida nos ciclos de produção precedentes.
Os economistas que esposavam estas opiniões não compreendiam que nas condições da crise geral, o capitalismo não conhece mais os ciclos de alta universal. Isto é provado por toda a história de após-guerra da economia do mundo capitalista.
A partir de março de 1946, observa-se nos Estados Unidos um certo crescimento da produção em comparação com o nível mínimo atingido por esta no período de após-guerra. Este fato não deixou de ser utilizado pelos apologistas do capitalismo americano para dele tirar a conclusão da existência de uma “prosperidade” nos Estados Unidos. Assim os relatórios relativos à situação econômica, apresentados pelo presidente dos Estados Unidos ao Congresso, qualificam os anos de 1947 e 1948 como anos de “maior prosperidade” da América.
Não obstante, esta assertiva não tem nenhum fundamento.
Conhece-se a inclinação dos economistas burgueses para o uso em larga escala dos fatos e das cifras isoladas extraídas do conjunto dos dados de uma situação política e econômica real. Também, se se toma a situação econômica dos Estados Unidos em seu conjunto, ver-se-á, como prova o quadro abaixo, que o índice da produção industrial, tomando-se como base 100 em 1937, caiu de 212 em 1943 a 150 em 1946, não se ergue senão muito pouco — a 165 — em 1947 e a 170, em 1948.
Assim, depois da passagem da produção americana de material de guerra à de objetos de consumo civil, a produção industrial não acusou senão um aumento muito fraco em 1947 e na maior parte do ano de 1948.
É preciso acrescentar a isto que o aumento de produção nos Estados Unidos é devido, em grande parte à exploração pelo capital monopolista americano da desordem e da escassez de mercadorias de carvão e de matérias primas em toda uma série de países capitalistas.
Foi deste modo que a exportação do trigo americano passou de 0,6 milhões de toneladas em média nos anos anteriores à guerra a 13,2 milhões de toneladas em 1947-1948 e a exportação de carvão, de 13,2 milhões de toneladas a 70 milhões de toneladas. Um grande papel foi desempenhado igualmente pela febre de especulação, pela inflação e pela agiotagem que indicavam, artificialmente, a situação como favorável aos Estados Unidos.
Tudo isto prova amplamente a fragilidade dos julgamentos sobre a “prosperidade” do após-guerra nos Estados Unidos.
A baixa do nível de vida da classe operária, a ruína e o empobrecimento dos fazendeiros, a inflação e a queda dos salários, estas tristes realidades sobre o fundo de uma profusão jamais vista de orgias e de dissipações dos capitalistas — desmentem a legenda da “prosperidade” da América.
A corrida armamentista desenvolvida pelo capital monopolista prova, igualmente, a falta de base da assertiva referente à “prosperidade”; como se sabe, a vida de após-guerra nos Estados Unidos transcorre sob o signo da militarização da economia, o que se reflete com evidência no orçamento do Estado. As despesas militares de antes da guerra, que não atingiam mesmo a um bilhão de dólares e não representavam senão 7% de todo o orçamento, elevaram-se em 1948-1949 a 11,8 bilhões de dólares, ou seja: quase 30% do orçamento. A corrida armamentista não faz senão confirmar que o capitalismo não está mais em condições de marchar à frente das forças produtoras que progridem na nova sociedade moderna.
Como dizia Lênin:
“A grande produção não faz senão duas coisas: ou sufoca e gera o desemprego nos países vencedores mais ricos e mais prósperos, ou se limita a fabricar obuses para a destruição dos homens.”(2)
O subemprego do potencial do aparelho de produção e o desemprego em massa e contínuo nos Estados Unidos constituem, igualmente, um flagrante desmentido à teoria dos apologistas do capitalismo americano sobre a sua pretensa “prosperidade”.
Três anos após a guerra, a produção dos Estados Unidos, país que não experimentou jamais em seu território as operações militares e os bombardeios aéreos, desceu muito abaixo do nível de produção industrial do tempo de guerra. Foi assim que a produção industrial de 1947 e 1948 caiu 20% em comparação à produção de 1943; quanto ao número de desempregados, no decorrer desses anos, não baixou em nenhum momento de 2,2 milhões, não se levando em conta, aqui, um número bastante ponderável de desempregados parciais.
Mesmo os melhores anos de após-guerra (1946-1948) não levaram a “prosperidade” à América do Norte. E, contudo, ela não pôde se manter nesse nível “pseudo-próspero”. Um decréscimo da produção se iniciou e se prolongou a partir dos fins de 1948, decréscimo que indicava a chegada da crise.
Toda uma série de causas e de fatos conduziram os Estados Unidos para uma nova crise. Estas foram: a baixa brusca do poder aquisitivo da população dos Estados Unidos, o aumento do desemprego total e parcial, bem como a diminuição dos lucros dos fazendeiros. Já em 1948, as despesas dos consumidores para a compra de produtos fabricados foram muito menores do que nos anos de antes da guerra e sua baixa ainda se acentuou mais na primeira metade de 1949.
As esperanças dos conselheiros econômicos do presidente Truman, de que ele fala em sua mensagem ao Congresso, baseadas na probabilidade do aumento da taxa de exploração, isto é, no investimento de novos capitais que absorveriam uma parte considerável da renda nacional, não se concretizaram. Os investimentos de capitais não apenas deixaram de aumentar, como, ao contrário, diminuíram.
É preciso observar que ao lado dos grandes investimentos de capitais nos ramos de produção que trabalham para a guerra, quase não houve, durante a segunda guerra mundial, fornecimentos de capitais à indústria que trabalhava para outras necessidades. O capital aplicado nesta indústria de paz encontra-se na realidade, muito desgastado.
Semelhante desproporção do investimento de capitais na produção nacional durante a guerra, conduziu em 1946-48 a um afluxo de capitais a toda uma série de indústrias. Contudo, a ampliação do aparelho de produção para atender às necessidades da procura de mercadorias de consumo corrente foi, muito depressa, detido no seu progresso. Já em 1948, a produção da indústria de propriedade de capitais privados, diminuiu de 18% seu valor relativamente ao ano de 1947.
Observou-se mesmo, nos primeiros anos de após-guerra, um sensível desenvolvimento da indústria de construção. Mas, igualmente aí, isto não durou muito. As construções escassearam, desde o mês de maio de 1948, tendo ficado no começo o progresso.
Deste modo os Estados Unidos se encontram de novo, atualmente diante da realidade de uma diminuição brusca de novos investimentos de capitais na economia americana.
Com o fim da guerra, a reconstituição dos estoques de mercadorias, de matérias primas e de produtos semi-confeccionados, esgotados em parte durante a guerra, iniciou-se nos Estados Unidos tanto na indústria como no comércio. Isto foi um estimulante para novos pedidos suplementares de mercadorias. Mas logo esta reconstituição de estoques terminou também. O valor dos estoques nas empresas industriais e no alto comércio, como no de varejo, passou de 29,2 bilhões de dólares em 1945 a 52,6 bilhões de dólares em 1948. Somente no ano de 1948, o valor dos estoques da indústria e do comércio (sem os fazendeiros) aumentou de 7 bilhões de dólares. A compressão inevitável da exportação americana, enormemente alargada depois da guerra, prova da falência do “plano Marshall”, foi também um dos fatores da crise.
Eis aqui os fatos que anunciam o princípio da crise:
Primeiro: na esfera cambial, já se observa uma importante baixa de preços sobre as matérias primas, bem como sobre certas mercadorias. Os estoques de mercadorias não havendo mais procura, aumentam nas empresas industriais e comerciais. O volume dos negócios do comércio a varejo no mês de junho de 1949 é de 10% inferior ao do mês de junho do ano de 1948. Na base das informações fornecidas pela “Associação das Estradas de Ferro Americanas” o tráfego de mercadorias, que é um dos índices da situação econômica do país, para a semana que se findou em 9 de julho, de 1949, é de 21,2% mais baixo do que o tráfego correspondente à mesma semana no ano anterior.
O endividamento dos consumidores, que é o índice da queda do poder aquisitivo da população, está em franco progresso e atinge 16 bilhões de dólares contra 6,6 bilhões de dólares em 1945. Este enorme crédito ao consumo traz em seu bojo um grande perigo para a economia americana de vez que diminui ainda mais o poder aquisitivo da população embaraçada com as dívidas.
Segundo: No domínio da produção, observa-se igualmente, desde estes últimos oito ou nove meses, uma baixa sem interrupção na fabricação de mercadorias.
Vemos, assim, que o índice da produção encontra-se em baixa contínua desde novembro de 1948. Em junho de 1949 a produção havia baixado de 14,8% relativamente ao mês de outubro de 1948 e a baixa continua.
Os sintomas da crise apareceram inicialmente na indústria leve, na produção de artigos de grande consumo. Assim, por exemplo, o nível da produção têxtil desceu, em maio de 1949, de 30% em comparação ao de maio de 1948. Na indústria de calçados registrou-se, no primeiro trimestre de 1949, uma baixa de produção de 27% em comparação ao nível máximo atingido em 1948.
Depois começou a baixa por diferentes setores da produção da indústria pesada. Foi assim que a produção de metais não ferrosos e a fabricação de objetos na base desses materiais assinalou, em maio de 1949, uma baixa de 25% sobre a produção do mesmo mês em 1948. A produção de carvão baixou igualmente: a de carvão betuminoso, por exemplo, caiu nos primeiros sete meses de 1949, de 16,6% em comparação ao mesmo período de 1948, e de 41,6% na semana de 24 a 30 de julho de 1949, relativamente à mesma semana de 1948. A construção de máquinas diminuiu, igualmente, de 20% em comparação com o fim do ano de 1948.
É particularmente sintomático que mesmo a produção de aço que se manteve por muito tempo num nível elevado, manifeste, também, uma tendência para a baixa. De acordo com as informações do “Instituto Americano do Ferro e do Aço”, a produção do aço diminuiu, no começo de julho de 1949, de 22% em comparação ao mês de março do mesmo ano, (período a partir do qual começa a baixa geral para o gusa e o aço) e não representa mais que 77,8% do potencial de produção da indústria siderúrgica. Foi o nível mínimo jamais atingido nestes últimos dez anos.
Toda uma série de altos fornos encontram-se atualmente apagados, o que apresenta, com a queda de 22% na produção do aço durante estes últimos, cinco meses, o caráter bastante pronunciado de uma crise.
Bastante significativa, a este respeito, é a diminuição dos pedidos de aço por parte da indústria de automóveis e a da construção de material rodante ferroviário. Os pedidos de aço diminuíram no período de março de 1948 a maio de 1949, de 55%. Diminuíram igualmente os trabalhos de construção, bem como os investimentos de capitais, que baixaram, no primeiro semestre de 1949, de 14,2% em comparação ao segundo semestre do ano de 1948.
Terceiro: Observa-se, na bolsa de valores, uma forte queda nas cotações dos títulos e de ações industriais. Assim, na bolsa de Nova York a cotação média das ações caiu ao nível mais baixo desde janeiro de 1945. Mesmo as ações de companhias poderosas, tais como a “General Motors”, “Dupont”, “Douglas”, “United States Steel Corporation” não resistem à baixa geral. Quase 4.600 firmas médias e pequenas, faliram no primeiro trimestre de 1949.
Quarto: A melhor demonstração do começo da crise é, sem dúvida, a progressão rápida e contínua do desemprego. Mais de 4 milhões de operários foram despedidos no decorrer destes últimos oito ou nove meses, sem contar os 4 milhões aproximados de trabalhadores colocados na situação de desempregados parciais. No momento atual contam-se nos Estados Unidos no mínimo 6 milhões de desempregados totais e quase 11 milhões de desempregados parciais. Formando enormes filas ao longo dos edifícios os desempregados aguardam o pagamento de miseráveis subsídios de desemprego, tal é o espetáculo cotidiano e habitual nas cidades dos Estados Unidos.
Desamparados e em pânico, os economistas burgueses e os políticos americanos que afirmavam outrora que a crise seria “evitada” e não se “admitiria” seu surgimento nos Estado» Unidos empregam atualmente os seus esforços para apresentá-la como uma “suspensão temporária” e como uma “depressão superficial”.
Ora na realidade, é toda uma série de conseqüências que levam ao desenvolvimento e à agravação da crise.
Nos países capitalistas, não existem condições favoráveis à renovação mais ou menos importante do capital fixo da indústria, para a reprodução ampliada (que constitui, como se sabe, a base material da fase ascendente do ciclo), de vez que existe um grande sub-emprego crônico nas empresas.
Segundo um inquérito especial feito nos Estados Unidos, ficou demonstrado que os investimentos de capitais na produção americana durante o ano de 1949 foram muito menos importantes do que os investimentos do ano anterior.
Quanto aos países da Europa ocidental, a política americana orientada para a exportação, nesses países, de objetos que eles possuem lhes arranca todas as possibilidades de reconstrução fundamental e de renovação de seu atual aparelho de produção industrial.
A crise atual desenvolve-se nas condições de uma brusca retração do mercado mundial para os paises capitalistas. As exportações americanas baixam, a despeito da existência do “plano Marshall”. Em 1947, as exportações dos Estados Unidos elevavam-se a 15,3 bilhões de dólares; em 1948 não eram mais do que 12,6 bilhões de dólares — o que significa uma diminuição de quase 18% — e continuam a baixar sempre.
Quanto às exportações dos paises da Europa ocidental, elas não representam mais que 2/3 das exportações de antes da guerra.
Nestas condições a discriminação praticada pelos círculos dirigentes dos Estados Unidos, bem como pelos governos de outros paises capitalistas a reboque da América, em face do comércio com a União Soviética e o países das democracias populares, causa prejuízos particularmente grandes à economia do mundo capitalista.
É assim que, segundo as informações dadas pela imprensa progressista do Estados Unidos, o embargo americano ao comércio com a URSS, a Europa oriental e a Nova China, priva de trabalho três milhões de operários americanos, ou, por outras palavras, três milhões de desempregados encontrariam trabalho se se reiniciasse o comércio entre o ocidente e o oriente.
Ao lado da crise econômica, uma outra crise, a crise agrária aparece ao mundo capitalista. Encontra-se já nos paises exportadores de produtos agrícola “excedentes”. Os preços dos produtos agrícolas baixam. Nos Estados Unidos esta baixa é da ordem de 15%; segundo as declarações do ministro da Agricultura Brannan, o aumento rápido de excedentes de trigo obrigaria no ano de 1950 a limitar a produção de trigo a um bilhão de bushels, o que representa 23% a menos do que a colheita prevista para 1949. Diante disto, o ministro da Agricultura propôs diminuir de 17% a superfície dos trigais. Nos paises da Europa ocidental, sobretudo na França, formam-se igualmente, não obstante a vida cheia de privações das massas trabalhadoras nas cidades, excedentes de produtos agrícolas em conseqüência da ausência de pedidos solváveis.
Em toda uma serie de paises destruíram-se os produtos para impedir a baixa dos preços.
A superprodução na agricultura conduz à baixa do poder aquisitivo dos agricultores. Já em 1948 os lucros líquidos dos fazendeiros americanos caíram de 8% em comparação com o ano de 1947. No primeiro semestre de 1949, baixaram ainda mais, isto é, de 11% relativamente aos lucros do primeiro trimestre de 1948.
Os grupos monopolistas dos Estados Unidos que reforçaram suas posições durante e após a guerra, e que utilizam atualmente numa escala mais ampla ainda o aparelho governamental em seu benefício, têm a possibilidade de a despeito da super-produção manter para suas mercadorias o nível elevado dos preços ditados pelos monopólios.
Pode-se deduzir do fato que, apesar da crise, os lucros dos monopólios americanos continuaram a aumentar em 1949. O lucro total de 500 companhias industriais e outras ultrapassaram de um bilhão e 16 milhões de dólares no curso do primeiro trimestre do 1949, contra 954 milhões de dólares para o mesmo período do ano anterior.
O índice do custo da vida, segundo os dados do ministro do Trabalho dos Estados Unidos elevou-se de 29% desde julho de 1946, tempo em que foi suprimido o controle de preços, enquanto que, em meados do mês de junho de 1949, o fundo dos salários dos operários que trabalham na produção industrial diminuiu de 10% em comparação ao mês de novembro de 1948.
Encontrando-se já num nível muito baixo, o poder aquisitivo das massas populares diminui ainda mais em conseqüência das enormes despesas resultantes da corrida armamentista a da política exterior agressiva seguida pelos círculos governamentais dos Estados Unidos. Prevê-se para o ano orçamentário de 1949-1950 uma despesa de 22 bilhões de dólares destinada à execução do programa militar e do plano “de ajuda” ao exterior, ou, em outras palavras, para a aplicação da política exterior agressiva do governo.
Tudo isto arrasta, naturalmente, atrás de si um aumento de impostos que pesam com toda força sobre as massas trabalhadoras. De acordo com as informações do jornal “United States News and World Report” de 10 de junho de 1949, os impostos sobre os monopólios desde 1939, apenas duplicaram no máximo, ao passo que o imposto sobre os salários aumentou de sete vezes para os salários médios, e de 4 vezes para os salários elevados. E isto, afirma o jornal, “sem perspectiva, na hora atual, de qualquer baixa do imposto”.
A propósito, é preciso acentuar, que as despesas para os armamentos não podem, a despeito de todas as afirmativas dos economistas burgueses e a despeito da “teoria de despesas governamentais compensadas”, contrabalançar a baixa do consumo, a rarefação dos investimentos de capitais e a diminuição da exportação.
Mais ainda: a militarização dos Estados Unidos significa um desenvolvimento parcial e unilateral da economia e conduz à agravação das contradições que existem entre as possibilidades da produção e a possibilidade e capacidade aquisitiva das massas populares.
“Que significa lançar a economia nacional no caminho da economia de guerra? Significa orientar a indústria num sentido único, para a guerra; ampliar por todos os meios a produção dos objetos necessários à guerra, produção que não é ligada ao consumo nacional, significa reduzir ao extremo a produção e sobretudo o abastecimento do mercado em objetos de consumo e, em conseqüência, restringir o consumo da população, e colocar o país em face de uma crise econômica.(3)
O aumento das despesas do governo dos Estados Unidos em consequência da militarização do país e do fornecimento de armas às nações-membros do pacto do Atlântico, bem como em conseqüência das aventuras políticas internacionais do capital monopolista americano, significa uma carga de impostos suplementar para a população (acarretando a diminuição do seu poder aquisitivo), um aumento do déficit no orçamento nacional (que atingiu, no ano orçamentário 1948/1949 findo em 30 de junho, 3 bilhões de dólares) e do mesmo modo uma agravação das contradições econômicas internas.
Tudo isto conduz os Estados Unidos ao aprofundamento da crise e a torna particularmente devastadora.
A nova crise econômica não se limita apenas aos Estados Unidos. Ela tem a tendência de abranger em sua órbita todo o mundo capitalista.
A situação da Inglaterra, por exemplo, se agrava brutalmente.
O crescimento da produção industrial, que atingiu, apenas, em 1948, o nível da produção do ano de 1937, já se deteve. A Inglaterra atravessa uma grave crise econômica e se encontra às vésperas da baixa de sua produção e do declínio de sua economia.
Como os seus parceiros dos Estados Unidos, os monopolistas ingleses auferem atualmente, como no tempo da segunda guerra mundial, lucros enormes graças a uma exploração desenfreada da classe operária.
A nacionalização de alguns ramos da produção, feita pelo Partido Trabalhista, não foi senão uma das formas de pressão praticada contra a classe operária com o objetivo de assegurar ao máximo os lucros dos capitalistas.
Como assinalou Harry Pollitt, durante todo o tempo da presença dos trabalhistas no poder os lucros dos capitalistas não param de aumentar. O índice de lucro bruto de 2.348 sociedades por ações eleva-se a partir de 1945 tomando-se como base o índice 100, a 107 em 1946, a 128 em 1947 e a 165 em 1948. Os lucros das sociedades inglesas passam de 763 milhões de libras esterlinas em 1938 para um bilhão e 496 milhões de libras em 1948.
Assim, os lucros dos capitalistas durante estes três últimos anos não cessaram de aumentar. Eles atingiram, em 1948, ao total de duas vezes e meia em comparação ao ano de antes da guerra de 1938.
Uma outra razão de agravamento da situação econômica da Grã-Bretanha é a política exterior agressiva seguida pelos trabalhistas. A corrida armamentista pesa tremendamente sobre a classe operária. As despesas militares britânicas para o ano orçamentário de 1949-1950 representam uma enorme soma de 760 milhões de libras esterlinas (107,5 milhões de libras mais do que no ano precedente) e absorvem 25% de todo o orçamento.
Enormes somas são consagradas à aplicação da política exterior agressiva do governo, principalmente para a sustentação do governo monarco-fascista da Grécia, para o aniquilamento da luta nacional de libertação do povo malaio, etc…
Decorre daí um aumento de impostos indiretos que recaem sobre as costas da classe operária.
A inflação e a alta dos preços provocadas pelo crescimento dos lucros dos capitalistas e pela corrida armamentista precipita a formação e o desenvolvimento da crise econômica na Inglaterra.
Já a circulação fiduciária duplicou em relação a 1937. Além disso medidas de bloqueio de salários tomadas pelo governo trabalhista não levando em conta a alta do custo da vida e o aumento de impostos, diminuem ainda mais o poder aquisitivo da população e favorecem o desenvolvimento da crise inglesa.
Um dos fatores importantes, da crise de superprodução que ameaça a Inglaterra é, sem nenhuma dúvida, a diminuição das exportações britânicas.
Após um certo aumento da exportação nos primeiros anos de após guerra, devido à eliminação da Alemanha, do Japão e da Itália do mercado mundial, assim como em conseqüência à diminuição das exportações da Franca e da Bélgica, produziu-se uma brusca mudança na situação. Não acenas as exportações inglesas não aumentaram, como, ao contrário, diminuíram.
Isto se produziu depois da concorrência crescente dos capitalistas da Alemanha ocidental e do Japão, e, sobretudo, pela diminuição das exportações inglesas para a América. Estas últimas foram no primeiro trimestre do 1949 de 14% menores do que as mesmas exportações no curso do último trimestre do 1948.
Em abril de 1949, as rendas provenientes das exportações inglesas diminuíram de 15% em comparação ao mês de março do mesmo ano. A balança de pagamento da Inglaterra tornou-se pesadamente deficitária, o que conduz á diminuição das reservas de ouro e de dólares e aumenta, com isto, as dificuldades financeiras.
Em resumo, os primeiros sinais da crise que ameaça a Inglaterra apresentam-se sob a forma da diminuição de encomendas procedentes do interior, da diminuição das encomendas vindas do estrangeiro, do estoque de reservas de mercadorias, do aumento do desemprego total e parcial e da baixa das ações, assim como das rendas e das obrigações do Estado na Bolsa.
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COMO nos Estados Unidos, a crise de super-produção nos países Europa ocidental começa também numa situação em que a produção industrial desses países só atingiu o nível de produção do ano de 1937, que foi, como se sabe, também um ano de começo de crise. É preciso igualmente levar em conta que a população desses países aumentou em relação à de 1937 e que se produziu em conseqüência uma diminuição de produção per capita, ao mesmo tempo em que se verificava uma diminuição de consumo da classe operária, consumo atualmente muito mais baixo do que as vésperas da segunda guerra mundial.
Contudo, mesmo nessas condições, a crise de super-produção ganha os Estados da Europa ocidental, estimulada em seu desenvolvimento pela crise começada nos Estados Unidos.
Os enormes lucros auferidos antecipadamente pelos monopólios graças a diminuição do nível de vida das massas populares, o aumento dos impostos em conseqüência da corrida armamentista feita por instigação dos círculos dirigentes dos Estados Unidos, o “plano Marshall” que sufoca a produção e o comércio da Europa ocidental e que gera o desemprego, tudo isto conduz inevitavelmente para a queda do poder aquisitivo das massas populares e precipita a chegada da crise de super-produção.
Em conseqüência do “plano Marshall”, a produção agrícola, que não atingiu ainda nem mesmo o nível de antes da guerra na maioria dos países da Europa ocidental, experimenta o começo de um forte decréscimo, uma vez que a população passa ainda por necessidades prementes de pão, de matérias primas e de outros produtos agrícolas.
A aproximação da crise é igualmente favorecida pela queda brutal das exportações da Europa ocidental. O déficit do comércio exterior dos países da Europa ocidental representa, em 1948, uma soma de 3 bilhões e 247 milhões de dólares.
É preciso acentuar muito particularmente que as mercadorias dos países da Europa ocidental encontram uma forte concorrência por parte dos Estados Unidos e que elas são não somente eliminadas em muitos mercados do mundo capitalista pelas mercadorias americanas, mas não resistem mesmo à sua concorrência nos países da própria Europa ocidental.
A situação dos países da Europa ocidental agrava-se ainda mais com o recrudescimento do dumping americano. Assim, por exemplo, em detrimento da celulose escandinava, a celulose americana é vendida na Europa por preços mais baixos do que aqueles que existem no mercado interno dos Estados Unidos.
Em todos os países do mundo capitalista, a situação econômica dificulta-se cada dia mais.
Na Bélgica, a baixa da produção começou desde o meado do ano de 1948. A torrente de mercadorias americanas que afoga o país como resultado da execução do “plano Marshall” provoca uma formidável baixa da produção da indústria belga. A produção têxtil baixou em 1948 de 25 a 50%, em comparação a 1947; a produção de metais não ferrosos que atingia 75,80% do nível de antes da guerra, baixou igualmente; as minas não trabalham mais do que uma parte da semana. A diminuição da produção observa-se já na indústria metalúrgica. Muitas firmas abrem falência. Em um ano apenas o numero de desempregados aumentou de 230%. Em cada sete trabalhadores, há um desempregado.
Na Holanda, a situação não é melhor. Quanto a França, existe o caos monetário completo.
O franco se desvaloriza com uma rapidez incrível. Em circulação encontram-se dez vezes mais cheques do que no ano de 1947. Uma alta desenfreada dos preços enriqueceu os monopólios capitalistas, num verdadeiro e constante roubo das massas trabalhadoras. O índice dos preços é aproximadamente vinte vezes maior do que o de 1938. A expansão americana sufoca a produção francesa e aniquila a sua economia agrícola. Mais de três anos depois da guerra, a industria francesa atingiu apenas ao nível da produção do ano de 1937, que era, contudo, de 39% inferior à produção de 1929.
As dispensas de operários produzem-se em massa, o desemprego aumenta e a reconstrução se detém. A baixa dos preços dos produtos agrícolas conduz á diminuição do poder aquisitivo da grande massa camponesa. Ao mesmo tempo, nas cidades, os mesmos produtos adquiridos a preço vil pelos monopólios comerciais e industriais, são mantidos por eles num nível elevado, o que não pode favorecer o aumento do poder aquisitivo dos operários.
Um imenso orçamento militar, que atinge 600 bilhões de francos (30% de todo o orçamento do país), bem como os excessivos impostos que daí resultam, diminuem ainda mais o fraco poder aquisitivo da população.
Na Itália, é a ruína da produção que se acentua depois da aplicação do “plano Marshall”. A inflação toma um caráter catastrófico, a quantidade de cheques em circulação é de quase 50 vezes maior do que em 1937. Os preços subiram de mais de 55 vezes em comparação aos de 1937. No país em que a produção não atingiu senão 92% do nível de 1938 inicia-se uma liquidação de toda uma série de estabelecimentos industriais.
O número de desempregados é de 40% maior do que no começo de 1948, quando se contavam, já, 2.200.000 desempregados, sem levar em conta uma quantidade elevada de desempregados parciais.
Enquanto os salários médios não passam de 25.000 a 27.500 liras por mês, o mínimo vital de uma família composta de quatro pessoas é avaliado oficialmente em 60.000 liras por mês.
Os países escandinavos encontram-se também diante de uma baixa brutal de sua produção industrial. As dificuldades econômicas desses países agravam-se com a pressão exercida pelos Estados Unidos que expulsam do mercado americano os produtos escandinavos e os eliminam lentamente dos mercados europeus.
A situação econômica da Alemanha ocidental caracteriza-se pela aplicação de uma impiedosa racionalização da produção, pelo enfraquecimento do poder aquisitivo da população, pela diminuição do escoamento das mercadorias de grande consumo no mercado interno e pela baixa do nível das trocas comerciais.
Tomando-se como base 1938 igual a 100, vê-se que o índice dos preços passa de 154,8 em junho de 1946 a 190,6 no começo de 1949. O índice do custo da vida é de 125,1 em 1946, 125,9 em janeiro de 1918 e 144,1 em dezembro de 1948. O número dos desempregados aumentou de 239.000 em 1948, a 1.500.000 no momento atual. Além disso, 1,8 milhões de operários trabalham com jornadas reduzidas.
Nos países da América Latina, a política de “boa vizinhança” aplicada pelo capital monopolista dos Estados Unidos provoca uma baixa contínua da produção industrial e agrícola, uma diminuição da exportação, uma queda do comércio exterior e um aumento do desemprego.
Assim é que no Chile, por exemplo, a produção industrial dos dois primeiro meses deste ano caiu de 35%. Na Argentina, a produção de 1948 dos cereais diminuiu de 27% em comparação à de 1947. A produção de café do Brasil diminuiu de 40% em comparação à de 1947. A exportação da carne diminuiu de 30% em comparação aos tempos de antes da guerra; a do algodão e a exportação dos tecidos caiu em 1948, em comparação com o ano de 1947, de 60%.
No México, durante o mesmo período, a exportação do algodão diminuiu de 40%. Para os anos de 1947 e 1948, o déficit do comércio exterior da América Latina com os Estados Unidos representa quase dois bilhões de dólares. O nível dos preços na América Latina aumentou em 1948 em comparação ao ano de 1937 de três a sete vezes.
A situação econômica dos países coloniais e dependentes submetidos à cruel exploração dos estados imperialistas, agrava-se brutalmente. Todos os países do mundo capitalista encontram-se acorrentados à crise econômica que já se iniciou nos Estados Unidos.
A aproximação de uma nova crise econômica conduz ao agravamento das contradições e da luta no seio do mundo capitalista.
As contradições entre a América do Norte e a Inglaterra vão se revelando e se agravando.
A luta entre esses dois países pelos mercados de escoamento dos produtos fabricados, para assegurar mercados às suas exportações de capitais, pelas fontes de matérias primas e de petróleo, pela partilha de colônias e de esferas de influência, forma a contradição fundamental dentro do mundo capitalista.
Em resumo, as divergências entre os Estados Unidos e os países marshalizados agravam-se.
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O mundo capitalista do após-guerra, dilacerado por contradições internas insolúveis, gera condições de vida impossíveis para a classe operária e para todos os trabalhadores e condena-os à miséria, à fome, ao aniquilamento.
Lançando à rua desempregados em massa, diminuindo os salários, agravando as condições de trabalho (reforçamento do “sweating system”) nas fábricas, diminuindo os subsídios de desemprego, o capital monopolista sustentado pelos socialistas de direita e pelos burocratas sindicalistas reacionários, descarrega o principal peso da crise sobre as costas dos trabalhadores.
Esta crise particularmente dolorosa e devastadora para as massas populares não pode, portanto, conduzir os países capitalistas senão para um agravamento de sua situação política interna.
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Notas:
(1) J. Stálin— “Questões do Leninismo”, Informe ao XVI Congresso do PC (b) da URSS, pg. 87, tomo II, E.S.I., Paris. 1939.
(2) — V. I. Lênin — Obras Completas. Informe ao 9º Congresso Pan-Russo dos Soviets, 1922, pg. 126, tomo XXVII, edição russa, Moscou.
(3) J. Stálin — “Cuestiones del Leninismo”, pgs. 670 e 671. Ediciones en Lenguas Extranjeras, Moscou, 1941.