O Extraordinário Florescimento da Economia Soviética e a Crise Inexorável do Sistema Capitalista
CAMARADAS eleitores: Depois de quatro anos transcorridos desde as últimas eleições, tenho o prazer de me encontrar novamente convosco e de agradecer-vos, de todo coração, a grande confiança que depositastes em mim, as palavras boas e afetuosas com que me acolhestes e que foram pronunciadas em muitas reuniões. Como bolchevique atribuo tudo o que foi dito aqui a nosso invencível Partido de Lênin e Stálin, sob cuja direção obtivemos vitórias de importância histórica mundial.
Do mesmo modo que nas eleições passadas, todos os cidadãos de nosso país, todas as pessoas simples e honradas do mundo inteiro têm os olhos voltados para o homem que o povo designou como seu primeiro candidato a deputado ao Soviet Supremo, o camarada Stálin, o grande artífice do comunismo.
Nas reuniões pré-eleitorais, na imprensa e no apelo do Comitê Central de nosso Partido a todos os eleitores, deu-se o balanço das vitórias obtidas por nosso país nos últimos quatro anos e foram definidas as tarefas do povo soviético. Por isso, ao fazer uso da palavra, não me referi mais do que a algumas questões.
O Poderio Econômico do Regime Socialista
NO PERÍODO do após-guerra, o regime socialista demonstrou, na restauração e fomento da economia nacional, uma capacidade vital e uma força dinâmica tão poderosa quanto no tempo da guerra.
De todos os países capitalistas, são os Estados Unidos os que saíram da guerra com as maiores probabilidades de êxito em seu desenvolvimento. Do mesmo modo que na guerra anterior, os monopólios norte-americanos acumularam fortunas com o sangue e as lágrimas dos povos arrastados a essa conflagração pelo imperialismo criminoso. Não estando em condições de deter a crise crescente, os governantes imperialistas dos Estados Unidos fazem todos os esforços possíveis, inventam toda espécie de recursos novos e velhos, para refrear a agravação da crise, atenuar seus golpes e lançar o peso da mesma nas costas alheias. Os novos «talismãs» inventados para lutar contra as crises — inevitáveis sob o jugo do capitalismo — e as afirmativas tranqüilizadoras dos círculos governamentais podem criar temporariamente a aparência de um alívio da situação e deter, só temporariamente o pânico originado pelo medo das conseqüências da crise.
Mas como diz o ditado popular, nunca houve nem há filosofia que cure dor de dentes, tão pouco os capitalistas têm, nem podem ter, recursos capazes de deter a crise do capitalismo.
Em continuação, o camarada A. I. Mikoián ilustra com fatos concretos as imensas vantagens da economia socialista planificada, que não conhece as crises, o que nos permitiu, à base do cumprimento dos planos qüinqüenais stalinistas, dar um salto gigantesco do atraso ao progresso.
Vivemos hoje num período em que, em nosso país, o problema de «quem vencerá» já foi resolvido, há muito tempo, a favor do socialismo. O problema de «quem vencerá» persiste hoje unicamente em âmbito internacional. A tendência objetiva do desenvolvimento histórico nos oferece a grata perspectiva de que também no âmbito internacional esse problema se resolverá a favor do socialismo. É preciso ter em conta que o poderio econômico de um regime social é determinado tanto pelo nível já alcançado da produção e da técnica, como pelo ritmo de incremento de sua economia.
Nisso atua a mesma lei que foi frisada pelo camarada Stálin durante a guerra: vence o lado cujas forças aumentam de modo incessante e progressivo, e sucumbe o lado cujas forças se debilitam e decaem.
Apesar do efeito favorável da guerra sobre o incremento da economia dos Estados Unidos, o nível da produção desse país teve, em20 anos, um aumento médio anual de cerca de 2%, ao passo que, nesses mesmos vinte anos, o ritmo médio anual do crescimento da produção na União Soviética foi de 20%.
Assim, a ação das leis econômicas do desenvolvimento industrial, num período de 20 anos, demonstra que o ritmo da economia da sociedade socialista é 10 vezes mais forte e mais rápido que o do país capitalista mais poderoso.
Países capitalistas da Europa, como a França e a Bélgica, que sofreram na guerra perdas insignificantes, não podem absolutamente alcançar o nível em que se encontravam 20 anos atrás.
Tudo isso nos diz das vantagens essenciais do regime soviético e nos assegura o triunfo na emulação pacífica com o capitalismo.
Também o novo regime social dos países de democracia popular do Centro e do Suleste da Europa pode demonstrar, num prazo muito curto, o quanto se avantajam ao capitalismo os regimes democrático-populares desses países que tomaram o caminho do socialismo e da colaboração econômica e política com a URSS.
O mundo de hoje está dividido em dois campos: o campo do capitalismo e o campo do socialismo. Os países do campo do socialismo contam com cerca de 800 milhões de habitantes.
A Marcha da Crise Capitalista e a Significação do Plano Marshall
O CAMARADA A. I. Mikoián mostra detalhadamente, à base de exemplos concretos, o agravamento da crise econômica e a expansão do comércio exterior dos Estados Unidos.
Enquanto nos países do campo do socialismo tem lugar um impetuoso florescimento da economia nacional, a economia dos países capitalistas entrou numa fase de crise inevitável. Nos países capitalistas o exército de desempregados e semi-desempregados alcança a cifra de quase 45 milhões de pessoas. Na realidade, só nos Estadus Unidos o número de desempregados e semi-desempregados sobe a quase 18 milhões.
A propósito deve-se notar que somente no mês de janeiro o número de desempregados aumentou de quase um milhão de pessoas. Cresce rapidamente o desemprego nos países «marshalizados» da Europa: na Alemanha ocidental, na Itália e na Bélgica.
Destacam-se com precisão e grande relevo as abomináveis falhas do sistema capitalista. Ao mesmo tempo que formam blocos, concertam pactos militares e preparam uma nova guerra, os capitalistas, diante do perigo, atuam de acordo com o principio de «salvem-se quem puder».
Em conseqüência da segunda guerra mundial, debilitou-se muito o poderio econômico e a influência política da Inglaterra, da França, da Holanda, da Bélgica e de outros países da Europa. A terra treme sob os pés dos Estados europeus possuidores de um número excessivamente grande de colônias: — não estando agora em condições de dirigi-las, vêm-se obrigados a retroceder sob a pressão dos monopólios capitalistas da América, que adquiriram proporções gigantescas e que, sentindo-se fortes, tendem desenfreadamente a apoderar-se das colônias e a conseguir novos campos para a exportação de mercadorias e a inversão de capitais.
Desencadeou-se por isso uma nova luta pelas colônias e seus mercados e, além disso, essa luta assumiu uma nova forma. O conflito surgido entre as companhias petrolíferas da Inglaterra e as da América do Norte, para dominar os mercados de venda pode servir de exemplo para a luta anglo americana. Com efeito, as companhias petrolíferas norte-americanas começaram a apossar-se dos mercados ingleses nos domínios da Grã-Bretanha. O Governo inglês, a fim de defender as posições de suas companhias petrolíferas, proibiu uma série de colônias suas de comprar petróleo e seus derivados às companhias americanas e obrigou-as a adquirir os produtos das companhias petrolíferas inglesas. Isso é feito a pretexto de reduzir o gasto de dólares na aquisição de petróleo e seus derivados.
As companhias petrolíferas norte-americanas se esforçam por seguir, através do Congresso e do Departamento de Estado, que se obrigue a Inglaterra a retroceder e a abrir-lhes as portas. O assunto chegou a tal extremo que o presidente da Comissão do Congresso, Connaly, interveio ameaçando a Inglaterra de privá-la da ajuda que lhe correspondia segundo o plano Marshall, a menos que aceitasse as exigências dos monopólios petrolíferos norte-americanos.
O expansionismo do comércio exterior dos Estados Unidos manifestou-se no grande aumento do comércio exterior depois da guerra, em comparação com o período de ante-guerra.
A circulação de mercadorias alcançou sua cifra máxima em 1947, checando a 31% da exportação mundial em relação à cifra de l4,1 alcançada em 1938. Nos anos do após-guerra, a exportação excedeu à importação numa quantia que variou de 4,7 a 9,6 bilhões de dólares. É preciso frisar que devido à concorrência de outros países capitalistas, parte da exportação de mercadorias dos Estados Unidos constituiu em, 1948, 22,8% da exportação mundial e que, em 10 meses do ano de 1949, ela se reduziu de 20,5% em comparação com o mesmo período de 1947.
O mal incurável da América capitalista reside em que ela não quer importar mercadorias num valor correspondente às mercadorias que exporta. Ao contrário, ela quer principalmente exportar. Disso resulta uma exportação sem cobertura, que os Estados Unidos compensam sugando o ouro dos países importadores das mercadorias norte-americanos, concedendo empréstimos especiais e com o plano Marshall.
Os elevados preços das mercadorias norte-americanas — uma série de mercadorias importantíssimas são hoje 3 e 4 vezes mais caras que antes da guerra — conduziram ao rápido esgotamento dos recursos em divisas na maioria dos países capitalistas e dos empréstimos recebidos dos Estados Unidos.
Semelhante situação trouxe como conseqüência que, de fins de 1938 a fins de 1949, a reserva de ouro dos Estados Unidos tenha aumentado de 14,5 bilhões de dólares. Na França, pelo contrário, desde, o fim de 1938 a reserva de ouro diminuiu de 2.760 milhões de dólares para 523 milhões de dólares; na Inglaterra, de 3.450 milhões de dólares para 1 590 milhões; na Suécia, de 321 milhões de dólares para 70 milhões; na Holanda, de 998 milhões para 195 milhões.
Como se sabe, a América não é exportadora de ouro, mas é ao contrário, importadora do mesmo, isto é, compra ouro aos outros países que o possuem, mas que necessitam de dólares para pagar o que importam. E como a capacidade aquisitiva do dólar reduziu-se de quase metade relativamente a antes da guerra, o curso artificial do dólar permite comprar, por dólares papel, ouro estrangeiro ao preço de antes da guerra, duas vezes mais barato que seu valor real. Por conseguinte, os Estados Unidos da América ganharam de graça na compra de ouro, sobretudo depois da guerra, 10 bilhões de dólares; por isso os americanos podem fazer um gesto de cavalheirismo permitindo o fornecimento de mercadorias” em forma de «ajuda» pelo plano Marshall.
O governo norte-americano aumenta as despesas militares e outros gastos improdutivos. Por meio de impostos de toda índole, suga do povo americano imensas quantias de dinheiro para pagar os subsídios especiais de exportação.
Em relação com isso, merece atenção o seguinte fato: segundo os dados estatísticos do guia «Lucro de fato sobre o trabalho», editado em Nova York em 1949, os impostos federais, nos Estados Unidos, passaram de 8 bilhões de dólares, em 1941 para 47,5 bilhões de dólares em 1950. Ao lado disso, a renda dos granjeiros dos Estados Unidos reduziu-se em 1949, em comparação com 1948, de 17%, e em 1950 espera-se que essas rendas diminuam de 28%.
Para que necessitam os americanos do plano Marshall? Os monopólios americanos utilizam este plano para dar saída às mercadorias que não encontram saída e que não têm procura no mercado interno; para conter a crise e colocar sob seu domínio a economia dos outros países. Que isso é assim, se vê pelo sistema de fornecimento das mercadorias à Europa ocidental, cuja maior parte consiste em carvão e mercadorias para o consumo rural. Os países da Europa ocidental podem conseguir essas mercadorias em seu próprio território ou em fontes que se encontram na Europa.
Os países europeus necessitam de maquinarias para o restabelecimento de sua economia, mas os monopólios dos Estados Unidos não interessados no restabelecimento industrial dos países da Europa, abstêm-se de fornecer-lhes maquinaria para muitos ramos da indústria.
É sumamente característico o fato de que, num ano e meio, todos os países da Europa ocidental tenham recebido pelo plano Marshall, instalações para a indústria mineira (que tanto necessitam) somente num valor de 31 milhões de dólares e instalações metalúrgicas num valor de 35 milhões de dólares, enquanto que o fornecimento de fumo superou a quantia de 110 milhões de dólares. Antes da guerra, a Europa nunca importou carvão americano. Em 1949, os Estados Unidos da América exportaram, com destino aos países da Europa ocidental, 38 milhões de toneladas de carvão. Os Estados Unidos da América aproveitaram-se do estado de ruína reinante na Europa, para enriquecer de modo inaudito seus monopólios carboníferos e suas companhias de navegação.
O consumidor europeu pagou o carvão americano à razão de 18 a 20 dólares a tonelada, ao passo que, antes da guerra, o carvão procedente dos países europeus custava de 4 a 5 dólares.
Com a legislação sobre o plano Marshall, os Estados Unidos da América estabeleceram abertamente, em benefício dos monopólios de farinha, que pelo menos 25% do trigo recolhido pelos países importadores deve ser entregue em forma de farinha.
Em conseqüência disso, os países europeus, que têm sua própria indústria de moagem, viram-se transformados em importadores de farinha, enquanto os moinhos desse ou daquele país fechavam ou não funcionavam a plena capacidade, para que os monopólios americanos de moagem possam obter lucros dobrados ou triplicados na exportação da farinha. Em 1947, por exemplo, a Itália importou 292.300 tonelada de farinha, 70% da qual procedente dos Estados Unidos, em comparação com as 15.100 importadas em 1938. A Alemanha Ocidental importou, em 1948, 480.000 toneladas procedentes exclusivamente dos Estados Unidos.
Os Estados Unidos enviam macarrões à Itália, país que, antes da guerra, era exportador deste produto. Em 1948, a importação de macarrões americanos pela Itália ultrapassou a cifra de 60.000 toneladas, enquanto as fábricas, italianas não funcionavam a plena capacidade. A fábrica de macarrões de Nápoles, por exemplo, uma das maiores da Itália, funcionava de 6 a 10 dias por mês.
A importação obrigatória de farinha, de acordo com o plano Marshall, arruína a indústria de farinha da Europa ocidental e priva o gado desses países de um alimento precioso como seja o farelo.
A indústria cinematográfica norte-americana, auxiliada por seu governo, manifesta seu expansionismo de um modo particularmente agressivo. Os filmes norte-americanos ocupam 60% do tempo de projeção nos cinemas da Inglaterra, 60% na França, 80% na Itália e 70% na Bélgica, embora a indústria cinematográfica inglesa e francesa possam proporcionar películas de boa qualidade e de sua própria produção. Em todo o mundo capitalista, os filmes norte-americanos ocupam 72% do tempo de projeção.
Enquanto milhões de seres humanos padecem fome, o Governo norte-americano se dedica a destruir os «excedentes» de produtos alimentícios e a reduzir as superfícies de semeadura. O Ministério da Agricultura dos Estados Unidos fez a proposta de destruir 1.360.000 toneladas de batatas, compradas pelo Governo, e a 15 de dezembro de 1949 ordenou a redução da área de plantio do algodão para 1950, de 23%, comparativamente a 1949.
A fim de manter os preços, o organismo oficial dos Estados Unidos, «Commodity Credit Corporation» do Estado de Kansas, encheu de víveres uma gruta de 6,5 hectares, onde apodrecem 20.000 toneladas de ameixas em passa.
É característica a confissão feita pelo periódico «Barrons Weekly» do dia 19 de dezembro de 1949: «Nossas reservas de ovo em pó equivalem ao consumo de 10 anos. Por desgraça os ovos não podem conservar-se muito tempo. A corporação de crédito mercantil destruiu simplesmente 140 milhões de dúzias de ovos frescos, enquanto que as donas de casa têm de cobrir esse gasto pagando os ovos a alto preço no armazém».
Destroem-se os produtos alimentícios para conservar preços elevados no país e assegurar altos lucros aos monopólios, e essa operação tem que ser custeada pela massa de contribuintes.
Essa é uma das demonstrações de destruição consciente, forçada das forças produtivas do capitalismo que se efetua ao mesmo tempo que a destruição originada pelas forças espontâneas da crise.
Em meio a um imenso desemprego, de uma redução de salários e de um brusco agravamento da situação econômica dos trabalhadores, os lucros líquidos dos monopólios norte-americanos e ingleses, depois de descontados todos os impostos, têm aumentado de ano para ano: nos Estados Unidos, de 2,3 bilhões de dólares em 1938, para 21,2 bilhões de dólares em 1948; na Inglaterra (tomado o mesmo período), de 676 milhões de libras esterlinas para 1.275 milhões.
Agora, devido à brusca agravação da situação econômica no período do após guerra, os maiores países capitalistas, e em primeiro lugar dos Estados Unidos, aplicam novamente o dumping em grande escala para apoderar-se dos mercados.
Esse dumping é aplicado profusamente, em primeiro lugar, às mercadorias agrícolas e aos comestíveis. As perdas sofridas são cobertas diretamente pelo orçamento do Estado à custa dos contribuintes. «A agricultura da América do Norte sente a urgente necessidade de um respiradouro na Europa» — diz Brenan, Ministro da Agricultura dos Estados Unidos. O senador Allender expressou-se com franqueza ainda maior, qualificando o plano Marshall de recurso de dumping, ao declarar que a maioria dos senadores votou pelo plano baseando seus cálculos em que «os fundos a ele destinados serão utilizados para nos desembaraçar dos excedentes de cereais».
Segundo comunica o «Wall Street Journal», órgão dos círculos de negócios dos Estados Unidos, do dia 18 de novembro de 1949 o Departamento de Estado e o Ministério da Agricultura dos Estados Unidos, elaboram atualmente um programa de dumping em vasta escala, os norte-americanos se propõem apresentar como uma nova forma de «ajuda» externa.
Esse periódico acrescenta que, segundo esse plano, supõe-se exportação, a preços inferiores ao preço de custo, «de um a dois milhões de toneladas anuais de cereais, frutas, algodão e fumo».
De acordo com a decisão tomada na última sessão do Congresso dos Estados Unidos, as mercadorias agrícolas — que o país possui em excesso — podem ser trocadas a preços baixos por materiais estratégicos estrangeiros.
Ao lado do dumping dos produtos agrícolas, à medida que se aguça entre os competidores a luta pelos mercados, vai tomando maiores proporções o dumping das mercadorias norte-americanas. Na conferência dos países participantes do Acordo de Genebra, sobre o comércio e as tarifas, celebrada em 1949, o representante cubano acusou abertamente aos Estados Unidos de aplicar o dumping dos artigos norte-americanos no mercado de Cuba, em conseqüência do que a indústria têxtil cubana está sofrendo uma crise muito dura.
A chamada «ajuda» norte-americana já causou a ruína dos países «marshalizados», o estancamento de sua indústria. Isso é compreendido agora até pelos próprios países subordinados e já ficaram para trás os tempos em que muita gente nestes países acolhia com entusiasmo o plano Marshall.
De modo que o arsenal dos monopolistas norte-americanos compreende as seguintes armas para a luta contra a crise crescente:
- Grandes pedidos de caráter militar à indústria e um orçamento de guerra exagerado;
- Dar saída aos artigos desnecessários a título de ajuda pelo plano Marshall;
- A guerra comercial, isto é, o dumping de mercadorias através dos monopólios e corporações capitalistas, cobrindo as perdas diretamente com o orçamento do Estado, à custa dos impostos cobrados à população.
O fato de que, mediante a destruição dos «excedentes» de víveres sejam conservados os preços elevados dos produtos agrícolas no mercado interno, ou que sejam concedidos subsídios, diretamente do orçamento do Estado, às corporações que compram produtos alimentícios e matérias primas a altos preços, no mercado interno, para exportá-los para outros países — tudo isso conduz a um empobrecimento ainda maior da população.
Os imperialistas da América transformaram sua economia numa economia de guerra, isto é, deram à indústria uma orientação unilateral, militar, reduzindo com isso a produção de artigos de amplo consumo para a população. O Governo dos Estados Unidos vê uma saída na corrida armamentista. «Cada vez que as contradições do capitalismo começam a a se aguçar, — disse o camarada Stálin, — a burguesia volta olhos para a URSS, para ver se pode resolver, à custa da URSS esta ou aquela contradição do capitalismo, ou todas as contradições tomadas em conjunto».
Mas esses recursos foram já provados pelos imperialistas de alguns e conduziram à sua derrota completa.
Não há dúvida de que uma nova guerra mundial, a terceira, se os capitalistas impuserem, será o túmulo de todo o sistema imperialista.
A Desvalorização das Moedas do Capitalismo e o Fortalecimento da Moeda Soviética
A GUERRA transtornou — certamente em grau diverso — a circulação monetária de todos os países do mundo. Em alguns paises capitalistas, a circulação monetária desorganizou-se por completo; em outros, houve poderosas inflações e a queda do curso da moeda. O franco francês — que em outros tempos, ainda depois da primeira guerra e até 1936, era uma das divisas mais estáveis e que, por sua estabilidade, podia inclusive competir com o dólar americano, — pode servir agora de exemplo da maior desorganização da circulação monetária e da desvalorização do dinheiro. O franco se viu alquebrado já nas vésperas da segunda guerra mundial e, depois dela, sofreu as seguintes desvalorizações relativamente a 1937, ano de pré-guerra: em 1945, 2,2 vezes; em 1946-1947, 5 vezes e, em outubro de 1949, 14 vezes.
O Governo francês, que representa os interesses do capital financeiro e industrial, submeteu o franco a várias desvalorizações, procurando mantê-lo, depois de cada uma delas, no nível alcançado; mas tudo em vão, por não querer reduzir bruscamente os lucros do grande capital.
Os trabalhistas ingleses, que também herdaram da guerra uma libra esterlina alquebrada, tentaram em vão, durante três anos, fortalecer com diversas medidas a situação de sua moeda. Mas nenhuma delas deu resultado, salvo medidas anti-operárias como o congelamento dos salários e as tentativas de estancar a luta dos operários pelo aumento de salários; isso que foi feito com o auxílio dos sindicatos subordinados aos trabalhistas, resultou num grande serviço para o monopólio capitalista e num golpe contra o bem estar das massas trabalhadoras. Entretanto, a capacidade aquisitiva da libra esterlina continuou a se reduzir, o que levou, em setembro de 1949, a garantir-se a libra esterlina somente em 30%, isto é, sua desvalorização. Isso agravou ainda mais as penúrias sofridas pelos trabalhadores da Inglaterra e conduziu, em primeiro lugar, ao aumento dos preços das mercadorias importadas e, depois, a pouco e pouco, ao encarecimento das demais mercadorias. Daí a elevação geral do preços, a baixa do salário dos operários e o aumento de todos os lucros da burguesia.
O abalo da libra esterlina trouxe consigo a desvalorização da Moeda de mais 23 países, que estavam ligadas, direta ou indiretamente à libra esterlina, e acentuou ainda mais as contradições entre os países capitalistas e, em primeiro lugar, as contradições entre os Estados Unidos e a Inglaterra.
Nas condições do agravamento da crise geral do capitalismo, as desvalorizações não trouxeram, nem podiam trazer, o equilíbrio das balanças de pagamento e a convertibilidade da moeda, ligada às mesmas. A desvalorização não liquidou a carência de dólares, não liquidou os preços múltiplos e, particularmente, a possibilidade de que os preços «em libras» sejam mais altos do que os em «dólares».
A desvalorização não deteve a inflação, que continua nos países do capitalismo, inclusive nos Estados Unidos, onde o valor do dólar se reduziu à metade relativamente a antes da guerra.
Esse quadro de descalabro da moeda estrangeira se observa até nos países capitalistas mais importantes.
É distinta, diametralmente oposta, a situação da moeda soviética.
A União Soviética sofreu da guerra mais do que qualquer outro país. Mas, apesar disso, uma vez terminada a luta, não foi preciso muito tempo para que a moeda soviética se estabilizasse.
Passaram-se apenas dois anos e dois meses e meio desde que se efetuou a reforma monetária. Durante esse período houve três baixas de preço, o que conduziu a um sério fortalecimento da capacidade aquisitiva do rublo e de sua cotação.
As baixas de preço fizeram as massas populares sentir, em seu próprio orçamento, como aumenta rapidamente o valor do rublo soviético.
O rublo soviético fortaleceu-se a tal ponto que seu curso oficial já não refletia o verdadeiro estado de coisas, pois a capacidade aquisitiva do rublo era mais elevada que seu curso oficial.
Eis aí porque o Governo soviético, ao proceder à baixa de preços de 1.º de março do corrente ano, elevou, ao mesmo tempo, o curso do rublo relativamente às moedas estrangeiras e estabeleceu o câmbio de 4 rublos por um dólar, em lugar de 5 rublos e 30 kopeks. Simultaneamente, realizaram-se mudanças essenciais, de grande importância. Em1936, o curso do rublo soviético foi estabelecido na base do franco francês, que era então a moeda mais estável. Mas logo aconteceu que o franco francês começava a cambalear, e o Governo Soviético estabeleceu o curso do rublo soviético na base do dólar americano. Contudo, posteriormente, a capacidade aquisitiva do dólar se reduziu de mais de 2 vezes e passou a ser uma base pouco segura para estabelecer o curso do rublo soviético. Por isso o governo soviético, tendo agora essa possibilidade, decidiu estabelecer o curso do rublo na base não do dólar, mas do ouro, que é a base mais segura e estável.
O Crescimento do Bem Estar da População da URSS e a Miséria Crescente das Massas nos Países Capitalistas
O CAMARADA A. I. Mikoián expõe minuciosamente os problemas relacionados com a baixa dos preços na URSS e as tarefas do comércio soviético, da indústria local e das cooperativas industriais.
Esta nova e terceira baixa dos preços do Estado para a venda a retalho de produtos alimentícios e artigos industriais têm uma importância histórica, como uma das medidas mais sérias tomadas no período do após-guerra para assegurar o ascenso posterior do bem estar dos trabalhadores de nosso pais.
A decisão do governo a respeito desta questão tem uma grande importância internacional, como brilhante manifestação das vantagens do regime social socialista, manifestação da preocupação stalinista pelo povo soviético.
A melhoria incessante da situação material de todos os trabalhadores é uma lei da economia socialista.
Em nosso país do socialismo vitorioso, como dizia o camarada Stálin:
«o desenvolvimento da produção não está subordinado ao princípio da concorrência e da garantia dos lucros capitalistas, mas ao princípio da direção planificada e da elevação sistemática do nível material e cultural dos trabalhadores».
Nisto reside a vantagem essencial do socialismo em relação ao capitalismo.
Diferentemente da primeira fase da baixa dos preços, quando a população teve que fazer alguns sacrifícios de curta duração devido à troca do dinheiro velho pelo dinheiro novo — sacrifícios que, por certo, foram recompensados largamente nesse mesmo período de baixa dos preços — nesta nova fase da baixa dos preços, a terceira, da mesma forma que na segunda, a população não faz nenhum sacrifício, mas recebe todas as vantagens da baixa sob a forma de renda líquida.
Como se pode observar a baixa de preços não afetou de modo igual a todas as mercadorias. Desperta atenção o sério fato de que, endo a baixa geral dos preços de todas as mercadorias, em média de cerca de 21%, a maior porcentagem das baixas afetou em grande parte as mercadorias de consumo diário. Assim, por exemplo, os preços do pão e da farinha diminuíram de 20 a 30%; os da carne, de 24 a 35%; os das gorduras animais e da margarina, de 30 a 35%; os do sal, de 40 a 50%; os do sabão, de 40 a 50%. Não é preciso ressaltar a importância deste fato.
Seria interessante saber que mudanças e transformações a baixa de preços provocou no caráter da procura da população e no desenvolvimento da circulação de mercadorias. Ainda é cedo para fazer um juízo definitivo sobre esta questão, mas já na primeira semana depois da baixa dos preços, observaram-se fenômenos interessantes neste domínio. De acordo com dados oriundos das 60 maiores cidades do país a quantidade de pão de todos os tipos vendida, em média, num dia, não ultrapassa em mais de 2% a que foi vendida em fevereiro. Mas, diminuiu por parte da população a compra de pão de centeio e aumentou a compra e a procura do pão branco de trigo. De modo que apenas uma parte da economia obtida pela população com a baixa dos preços do pão é empregada para aumentar o consumo do pão branco e a maior parte da economia é dirigida para a compra mais intensa de produtos alimentícios mais valiosos, como, por exemplo, carne, produtos de salsicharia, gorduras animais, conservas, etc., e para aumentar a compra de artigos como relógios, bicicletas, motocicletas, rádios e sabonetes.
Estas tendências correspondem plenamente a uma lei de desenvolvimento e exigem que nossa indústria aumente a produção dos artigos mais procurados depois da baixa de preços, a fim de satisfazer por completo às novas e crescentes solicitações da população.
O poderoso auge da economia socialista trouxe como resultado, apesar das imensas destruições causadas pela guerra, um aumento da renda nacional da URSS que, em pregos comparados, representa a cifra de 36%, em 1949, relativamente a 1940, ano anterior à guerra. As rendas dos operários e dos empregados, de acordo com a comparação dos preços, aumentaram em 1949 de 24% e de mais 30% para os camponeses relativamente a 1940. Isso significa que o salário real dos operários e dos empregados e as rendas dos camponeses kolkosianos ultrapassaram de muito o nível de antes da guerra.
Nos países capitalistas, onde os salários dos trabalhadores estão muito mais baixos que antes da guerra e onde os preços subiram bruscamente, não se conhece nada de parecido. O nível de consumo desceu e continua descendo.
Tomemos por exemplo, a situação dos trabalhadores da Inglaterra. O governo trabalhista «congelou» os salários, isto é, não permite aumento, procura deter e tornar mais tolerável a subida dos preços, mediante a concessão de subsídios para os artigos de grande consumo. Em 1948 foram gastos com este fito mais de 500 milhões de libras esterlinas. Mas esse truque do governo trabalhista é desmascarado pelo fato de que os recursos empregados para subsidiar os preços das mercadorias são arrancados aos trabalhadores mediante o aumento dos impostos, que subiram mais de duas vezes relativamente a antes da guerra; os impostos cobrados representam mais de 35% dos salários dos trabalhadores.
Apesar do sistema de subsídios, desde que os trabalhistas se encontram no poder, os preços das mercadorias aumentaram. O pão, por exemplo, de 26%; a carne, de 43%; o açúcar, de 25%. Segundo comunica o Ministério do Comércio da Inglaterra, os preços dos artigos industriais se elevaram, em comparação com 1938, de 45%, e os dos comestíveis, de 119,3%. Na Inglaterra existe até hoje o sistema de racionamento dos produtos alimentícios mais importantes, ou seja, do açúcar, da carne, das gorduras, dos ovos, do chá e de outros comestíveis.
O consumo médio, por pessoa, dos produtos mais importantes é hoje muito ma;s reduzido que antes da guerra; por exemplo, o consumo de carne se reduziu de 28%, o da manteiga de 40%, o do toucinho de 55%, o do arroz de 50%, o do açúcar de 10%.
As massas trabalhadoras da Inglaterra compreendem isso perfeitamente; se fosse de outro modo, o Partido Trabalhista não teria obtido resultados tão vergonhosos nas eleições para o parlamento inglês. O pseudo-socialista governo inglês perdeu o apoio das massas populares porque nas questões de política interna, na verdade, põe em prática a política de classe dos capitalistas e, na política externa, nas questões da paz,e relativamente à União Soviética, realiza a política ditada pelos conservadores, embora o parado trabalhista deva seus êxitos nas eleições de 1945 ao fato das massas terem acreditado em suas duas palavras de ordem; a promessa de realizar medidas socialistas dentro do país e de manter a amizade com a União Soviética em política externa.
Piora cada vez mais a situação dos trabalhadores nos demais países «marshalizados» da Europa Ocidental devido à continuação da alta de preços e à queda dos salários.
Nos programas apresentados à Comissão do plano Marshall, os países capitalistas da Europa reconhecem serem incapazes de alcançar o nível de consumo da população, de antes da guerra, nem sequer em 1952 quando vão ainda continuar a receber ajuda norte-americana. E, quanto ao que virá depois… têm até medo de predizê-lo.
Ao conservar-se os preços altos para a venda no varejo dos artigos de consumo diário, diminui o salário dos operários norte-americanos. Segundo dados do Ministério do Trabalho dos Estados Unidos, de outubro de 1948 a setembro de 1949, o salário dos operários da indústria carbonífera reduziu-se de 29%; o dos operários da indústria de mineração, de 14%; da indústria de fundição de aço, de 14%; da indústria de construção de máquinas, de 8%.
À luz desses fatos destaca-se brilhantemente a superioridade de nosso regime socialista, que garante um crescimento ininterrupto do bem estar material do povo.
Todos os presentes recordam as palavras pronunciadas pelo camada Stálin às vésperas das eleições anteriores:
«Sem falar já que brevemente será abolido o sistema de talões de racionamento, dar-se-á atenção especial ao aumento de produção de artigos de amplo consumo, à elevação do nível de vida dos trabalhadores, por meio da baixa sistêmica dos preços de todas as mercadorias…»
Todos se convenceram agora de que o Partido Bolchevique, o grande Stálin, não dizem palavras que o vento leva. Entre os bolcheviques não há nem pode haver palavras desligadas dos fatos.
Mas não é próprio de nós, bolcheviques, nos contentarmos com o já alcançado. Não podemos nem devemos ocultar nossos defeitos; padecemos ainda de defeitos consideráveis, sobretudo no domínio da circulação de mercadorias.
A Melhoria do Comércio Soviético
PARA liquidar os defeitos do comércio, devemos nos guiar pela clássica indicação feita pelo camarada Stálin já em 1934, no 17.º Congresso do Partido Comunista Bolchevique da URSS, no qual ele indicou com força particular o caráter intolerável do palavreado esquerdista acerca de que, segundo parece, o comércio soviético é uma etapa já ultrapassada; de que devemos organizar a troca direta de produtos; de que o dinheiro será abolido dentro em breve, uma vez que, segundo parece, se converteu num simples símbolo de contabilidade. O camarada Stálin pôs em ridículo esse palavreado esquerdista pequeno-burguês e indicou que o dinheiro continuaria existindo em nosso país, inclusive até o coroamento da primeira etapa do comunismo. Em continuação, disse: «eles não compreendem que a troca de produtos só pode substituir ao atual sistema como resultado de um comércio soviético perfeitamente organizado».
As tarefas responsáveis que se impõem ao comércio soviético em relação à baixa de preços exigem que o pessoal de todos os escalões do aparelho comercial compreenda e saiba pôr em prática as decisões do Partido e do Governo sobre o comércio, e que, além disso, tenha a capacitação necessária para seu trabalho. É preciso arrancar pela raiz o preconceito de que comerciar é uma coisa fácil e simples.
Os órgãos comerciais devem assegurar a preparação e o aperfeiçoamento de todo seu pessoal: desde os vendedores até os funcionários dirigentes.
A preparação e o aperfeiçoamento dos quadros do comércio é feita, no momento presente de modo extremamente insatisfatório e marcha a reboque das crescentes exigências que se apresenta ao comércio.
É preciso organizar a planificação científica nas organizações comerciais. A planificação do comércio tem suas particularidades, seu caráter específico. Esta planificação deve levar em conta às grandezas que sofrem freqüentes oscilações, a correlação entre a oferta e a procura, as necessidades do consumidor, as particularidades nacionais e locais e as condições climatéricas. A planificação do comércio, mais do que qualquer outra planificação, deve ser flexível, operativa, dinâmica. Eu diria que o homem que planifica o comércio deve estar dotado de uma rica intuição criadora, uma intuição comercial sui generis para levar em conta, como se deve, estas particularidades.
É um grande defeito do comércio a falta de lojas, cujo número não alcançou ainda o nível de antes da guerra.
Em fins de 1949, a rede de lojas especializadas do Ministério do Comércio da URSS representava, relativamente ao ano de 1940, 85% das lojas de comestíveis e 83,3% das lojas de artigos industriais.
Por isso, a tarefa de 1950 é não só alcançar, mas superar o número de lojas que havia antes da guerra, sobretudo as especializadas, dotar as lojas e armazéns de comestíveis de instalações para refrigeração, sem o que é impossível conservar a qualidade dos produtos e assegurar o comércio normal. Dispomos de grandes possibilidades para ampliar a rede comercial.
O Governo da União Soviética, já a 4 de dezembro de 1933, aprovou o decreto sobre a construção obrigatória de locais para comércio nos prédios novos.
Devido à grande construção de casas residenciais, nos andares térreos dos novos edifícios construiu-se grande número de lojas comerciais. Mas ainda hoje acontecem casos em que estes locais são postos à disposição das organizações comerciais antes de se terminar neles os trabalhos de construção, o que atrasa muito sua entrega à exploração.
Vedes amiúde, nas cidades, casas novas já habitadas, cujos andares térreos, destinados a lojas, permanecem vazios à espera de serem utilizados para o comércio.
É preciso melhorar o trabalho das lojas soviéticas. Queremos que o comprador receba artigos de qualidade superior, e isso significa que é preciso ter um número suficiente de armazéns, boa preparação e distribuição das mercadorias entre os centros comerciais.
É preciso acelerar a construção de armazéns e remover por completo este problema durante o período 1950-1951, aumentar consideravelmente o envasilhamento dos produtos alimentícios, aplicando a mecanização dos processos, a fim de satisfazer aos pedidos dos compradores e facilitar o trabalho dos vendedores.
Ao estudar a procura da população, as organizações comerciais devem, de modo organizado e sistemático, exercer influência na indústria, para ampliar o sortimento dos artigos manufaturados. É preciso aproveitar ao máximo meios tais como os contratos econômicos entre as organizações comerciais e industriais, as encomendas e pedidos feitos de antemão pelo comércio à indústria.
Chegou o momento em que é preciso pensar com muita seriedade em como organizar a propaganda comercial e desenvolvê-la. Certamente, nesse domínio, não visamos a «alcançar e superar» aos capitalistas, onde o anúncio é um recurso empregado para enganar descaradamente ao consumidor. Mas devemos desenvolver nossa própria propaganda comercial soviética, culta e avançada, devemos impulsionar a propaganda comercial.
À medida que o nível cultural da população se eleva, que melhora seu bem estar e aumenta a abundância de toda espécie de artigos de venda nos mercados, se elevam, naturalmente, as exigências da procura em relação à oferta. O que ontem ainda, parecia tolerável e não dava motivo a queixas, já não é tolerado hoje nem o será amanhã por nosso consumidor.
É preciso que todo empregado do comércio demonstre uma atitude atenta e solícita para com as exigências dos consumidores.
Cada empregado do comércio — seja ele vendedor, chefe de seção ou gerente de loja — é um agitador e um propagandista das mercadorias soviéticas junto à população.
O empregado do comércio deve realizar uma agitação que tenha por fim introduzir nos hábitos da população o consumo de mercadorias novas e melhores estimulando assim o aumento da procura e a educação dos gostos do consumidor. Para esse fim, ele deve possuir a preparação correspondente e dominar os conhecimentos necessários. O elevado papel do vendedor nos obriga a nos preocuparmos mais com seu preparo e educação, para que ele esteja à altura de cumprir a missão honrosa que lhe impõe o comércio soviético.
Os êxitos conseguidos no desenvolvimento da agricultura depois da guerra colocam grandes tarefas diante das cooperativas de consumo. O comércio rural tem por missão satisfazer não só à procura dos artigos de uso pessoal, mas também às necessidades da aldeia kolkosiana em materiais de construção e reparação, como também em artigos de uso corrente e artigos necessários para a produção.
Agora, quando desaparece o velho antagonismo entre a cidade e a aldeia, quando o antigo abismo cultural entre a cidade e a aldeia vai entrando no domínio do passado, é preciso nos ocuparmos seriamente com mercadorias tais, como, por exemplo, livros, aparelhos de rádio, bicicletas, motocicletas, máquinas fotográficas, vitrolas, etc.
Para resolver isto com êxito, é preciso:
Em primeiro lugar, melhorar o trabalho de seleção dos empregados do comércio, realizando de fato o princípio stalinista sobre a seleção dos quadros;
Em segundo lugar, melhorar a educação política e a preparação profissional dos empregados do comércio e dos funcionários das lojas que devem compreender que, em nosso país, são construtores do comunismo, «agentes de nossa obra bolchevique revolucionária» (Stálin);
E, em terceiro lugar, melhorar o controle da conservação da propriedade socialista no comércio do Estado e das cooperativas. Sem uma contabilidade bem organizada, sem o controle nas empresas comerciais, todas as nossas palavras sobre a conservação da propriedade socialista podem se transformar em palavras vãs. Numa economia como o comércio, cada kopek soviético deve ser contado no seu devido tempo e seu gasto deve ser submetido a um controle muito rigoroso.
O Trabalho da Indústria Local e das Cooperativas Industriais
O AUMENTO da circulação de mercadorias está diretamente vinculado ao trabalho da indústria local e das cooperativas industriais chamadas a produzir, em primeiro lugar, artigos de amplo consumo, objetos práticos e de uso doméstico, materiais para construções locais e de consertos e organizar os serviços para a população.
Seria completamente errado pensar que, devido ao enorme incremento da grande indústria, a indústria local e as cooperativas industriais deixem de ter importância na URSS. Ao contrário, o desenvolvimento da grande indústria supõe também o incremento da produção da indústria local.
O camarada Stálin, no discurso pronunciado no XVII Congresso do Partido, ressaltou especialmente a importância e a necessidade de fomentar a indústria local e as cooperativas industriais. Fixou-se a tarefa de conseguir que o volume da produção da indústria local e das cooperativas industriais fosse, pelo menos, duas vezes maior, que se ampliasse e melhorasse o seu sortimento.
Apesar dos êxitos obtidos, é preciso reconhecer que o ritmo do desenvolvimento da indústria local e das cooperativas industriais é insuficiente.
Ainda não foram cumpridas as tarefas traçadas pelo Partido.
A isso deve-se acrescentar que se observa um atraso particular na produção de materiais de construção e na ampliação da rede de oficinas de reparação de calçado, de roupa, de móveis, de utensílios domésticos, e na organização de empresas para prestar toda espécie de serviços à população.
Para desenvolver como se deve a indústria local e as diferentes cooperativas industriais é preciso melhorar a organização do trabalho nestas empresas e nos artéis, descobrir seus defeitos e corrigi-los, fazer com que a experiência das empresas e dos artéis de vanguarda se torne patrimônio das demais.
Durante o período da guerra e imediatamente depois dela, a população, em vista da falta de mercadorias, comprava também artigos de má qualidade, e alguns artéis e empresas fabricavam mercadorias assim e viviam tranqüilas.
Agora, que a produção dos artigos de amplo consumo aumentou em proporções imensas, que melhorou a qualidade dos artigos, é natural que já não haja quem deseje comprar mercadorias de qualidade deficiente, de modelo antiquado, mal acabadas, de variedade inadequada, etc.
Devido a isso, numa série de artéis e empresas se acumularam mercadorias que não têm saída, e se afastaram da vida. Os artéis e as empresas da indústria local mais organizados e mais eficientes modificam rapidamente seu trabalho, produzindo, em vez das mercadorias pouco solicitadas, artigos de boa qualidade necessários ao mercado e diminuindo, também, os preços.
Por isso é preciso nos ocuparmos dos artéis e das empresas que manifestam diversas debilidades e que não podem se refazer com suas próprias forças.
É preciso ajudá-los e orientá-los o quanto antes pelo caminho acertado de produzir o que a população necessita, de qualidade correspondente e a preços baixos. Então, a indústria e as cooperativas locais poderão reforçar ainda mais o ritmo de seu desenvolvimento.
Devem acelerar ainda mais seu desenvolvimento, o trabalho de mecanização de serviços para a população, a organização de toda espécie de reparações, de calçado, de roupa, de utensílios domésticos, de lavagem e limpeza química da roupa; o trabalho dos artéis de construção e reparação das casas residenciais. É preciso assegurar um trabalho eficiente, preciso e consciente de todas essas empresas de serviços para a população. Nesse sentido ainda resta muito por fazer.
A recente baixa dos preços deve impulsionar também a indústria local e as cooperativas industriais a melhorar ainda mais seu trabalho.
A redução do preço de custo da produção é também uma questão da maior importância. A recente baixa de preços é resultado do aumento da produtividade do trabalho e da baixa do preço de custo da produção, o que foi conseguido pelos cidadãos soviéticos como resultado da emulação socialista. É sabido que, em 1949, o preço de custo da produção industrial, em preços comparativos, baixou, relativamente a 1948, de 7,3%.
É preciso ter em conta que, ao elevar a produtividade do trabalho e reduzir o preço de custo, preparamos as condições para pôr em prática a política do Partido de continuar baixando os preços também no futuro. Por isso a tarefa de elevar a produtividade do trabalho e de reduzir o preço de custo da produção é uma tarefa do Estado e de todo o povo; todo o povo tem interesse em seu cumprimento.
Para isso é preciso:
Melhorar por todos os meios a organização do trabalho; introduzir a racionalização na produção, aparelhar e equiparar a indústria;
Economizar as matérias primas, os materiais e o combustível, e reduzir os desperdícios de produção;
Aumentar a produção por unidade de matéria prima;
Reduzir, até liquidar por completo, a produção defeituosa.
O coletivo de cada empresa tem a possibilidade de cumprir e superar o plano de redução do preço de custo e de aumento da produtividade do trabalho.
As Tarefas da Agricultura da Armênia
EM CONTINUAÇÃO, o camarada A. I. Mikoián se detém nas debilidades manifestadas pelas organizações soviéticas e do Partido da Armênia no domínio da agricultura. Cita fatos em que, em condições idênticas, uma série de kolkoses obtém elevadas colheitas de algodão, fumo, uva, beterraba e boa produção de leite, enquanto muitos outros kolkoses obtêm colheitas pequenas e reduzida quantidade de leite.
Por que não se traçam o Partido Comunista da Armênia e suas organizações soviéticas a tarefa de conseguir que num prazo breve todos os kolkoses alcancem o nível das colheitas dos kolkoses de vanguarda?
Isto permitiria, com a mesma superfície de plantio de algodão, quase duplicar a entrega de algodão ao Estado, triplicar a entrega de fumo e, num prazo muito curto, a partir deste ano, superar os índices de antes da guerra e alcançar índices mais elevados na viticultura e no cultivo do algodão.
O camarada A. I. Mikoián indica que, apesar do cumprimento do plano de criação de gado e dos êxitos conseguidos nesse domínio, há um sério atraso na produtividade do gado, sobre tudo do gado leiteiro.
Permiti-me que confie em que o Partido Comunista da Armênia saberá reunir em torno de si os trabalhadores e educá-los no espírito bolchevique, como ensina o camarada Stálin, para desarraigar de seu ambiente o nacionalismo, fortalecer o espírito do internacionalismo, a amizade e a solidez de sua união com as Repúblicas irmãs da Transcaucásia — Geórgia e Azerbaijão — e com todas as Repúblicas da União Soviética, encabeçadas pelo primeiro povo entre povos iguais: o povo russo.
Novos e Maiores Êxitos na Marcha para o Comunismo
CAMARADAS: V. I. Lênin, o grande criador de nosso Partido e do Estado Soviético nos ensinou que nos dias de triunfo da revolução não se deve esquecer nunca as tarefas não resolvidas que figuram na ordem do dia. Isso mesmo nos é ensinado pelo camarada Stálin, que concita ao Partido e ao povo a não se contentar com o que já foi alcançado. Não há nada mais deplorável do que os partidos que se envaidecem.
Tais partidos sucumbem, mas nós iremos viver e triunfar na luta e no trabalho, e não é próprio de nós nos envaidecermos.
Nosso povo se torna cada dia mais intolerante para com os defeitos e os erros cometidos no trabalho dos organismos do Estado soviético; para com os que substituem a iniciativa do povo por uma torrente de papéis oficiosos e pelo burocratismo.
O povo soviético está hoje, mais do que nunca, coeso em torno de seu grande Partido. Os cidadãos soviéticos irão às urnas eleitorais cheios de contentamento por terem cumprido seu dever e cheios de justo orgulho pelo florescimento de sua Pátria. Ao votar pelo experimentado bloco dos comunistas e dos sem partido, votarão por um florescimento ainda maior de sua grande Pátria, pela realização dos grandes objetivos da construção do comunismo, pela paz no mundo inteiro, pelo grande Partido dos bolcheviques, temperado em combates históricos, pelo grande artífice do comunismo, o camarada Stálin.
Chegamos às presentes eleições com grandes vitórias de importância histórica mundial. Os eleitores podem estar certos de que o bloco do comunistas e dos sem-partido, sob a direção do camarada Stálin, chegará às próximas eleições com êxitos ainda maiores do que os de hoje.
Viva o bloco stalinista dos comunistas e dos sem partido!
Viva nossa Pátria socialista!
Viva o grande Stálin, genial continuador da obra imortal de Lênin!