O Marxismo, Doutrina Vitoriosa E Imortal
Marx operou uma viragem radical no pensamento social
Karl Marx é um dos gênios mais destacados e um dos maiores pensadores da história da humanidade. Com a ciência que leva seu nome, abriu ao saber humano novos caminhos, desconhecidos até então. Sua doutrina não nasceu no vazio nem foi um produto da casualidade. Foi, pelo contrário, produto da necessidade objetiva da nova força social que estava surgindo e desenvolvendo-se junto com o capitalismo, a classe operária, de contar com sua própria ideologia. No momento de formular sua doutrina, Marx soube apreciar e absorver criticamente as mais valiosas conquistas do pensamento científico de sua época e de todos os tempos. Como sublinhou o camarada Enver Hoxha, o marxismo "é a essência da ciência materialista e do desenvolvimento da sociedade humana, é a síntese do desenvolvimento anterior da filosofia e em geral do pensamento criador da humanidade, a síntese de tudo o que é racional e progressista".
UMA REVOLUÇAO NO PENSAMENTO SOCIAL
O nome de Marx entrou e ficará na história devido a três grandes descobertas que, consideradas em sua unidade dialética, constituem a viragem radical que ele operou no pensamento social.
Assimilando de maneira crítica a herança filosófica do passado, Marx criou com sua concepção materialista da história, a nova filosofia materialista dialética, proporcionando com isso ao proletariado e a seu partido comunista a poderosa arma do conhecimento e da transformação revolucionária da sociedade, e à ciência a teoria e o método mais apropriado de estudo e interpretação do mundo.
Com sua monumental obra O Capital, Marx criou desde o início a economia política científica com sua pedra angular, a teoria da mais-valia, e com isto descobriu todo o segredo da exploração capitalista, esmiuçou o mecanismo interno de funcionamento da sociedade capitalista e argumentou que esta sociedade se dirige inevitavelmente rumo ao precipício e à criação de uma sociedade nova sem opressão nem exploração, rumo à sociedade socialista.
Considerando com olho crítico as doutrinas socialistas anteriores, Marx assentou o socialismo sobre bases científicas, transformou-o de utopia em ciência e deste modo abriu novas perspectivas à luta de libertação do proletariado e das demais massas oprimidas, indicou-lhes o luminoso porvir socialista e comunista.
Marx assentou o socialismo sobre bases científicas, transformou-o de utopia em ciência
MARXISMO – UMA IDEOLOGIA TRIUNFANTE
A época histórica que nos separa da morte de Marx é a época do triunfo de suas idéias. Nenhum ideólogo, nenhum teórico, nenhum filósofo colheu esta sorte. A justeza do marxismo, como ciência universal, válida para todos os países, foi confirmada pela vida. Tanto a vitória da revolução e a construção do socialismo numa série de países, como o retrocesso que ocorreu neles, embora constituam processos opostos, confirmam de fato a mesma coisa: a força e a vitalidade do marxismo. Em vão a propaganda burguesa se esforça por apresentar a traição revisionista como um fracasso do marxismo. Pelo contrário, a restauração do capitalismo numa série de países anteriormente socialistas, mostrou aonde conduz o afastamento dos princípios fundamentais do marxismo. Todo o desenvolvimento da sociedade, das ciências e da prática revolucionária aportaram novos argumentos que provam a veracidade da doutrina de Marx, a justeza de suas conclusões e prognósticos.
Toda a obra teórica e prática de Marx leva o selo da luta inconciliável contra os inimigos abertos e camuflados do proletariado
A história conheceu e conhece Marx não só como pensador genial, mas também como grande revolucionário, como uma pessoa que combateu durante toda a sua vida à frente do movimento operário pelos elevados ideais da liberdade e da libertação social da classe operária e dos trabalhadores de todos os países. Jamais foi um simples estudioso, um pensador de gabinete, mas se lançou por inteiro ao fogo da luta revolucionária, se entregou de corpo e alma à tarefa de materializar suas idéias e conclusões teóricas acerca da missão histórica do proletariado e da revolução socialista. Como assinalou Engels, "A luta era a paixão de Marx. E lutava com tanto ardor, com tanta perseverança, com tanto êxito, que são poucos os que lutaram como ele". O movimento revolucionário da classe operária, a luta por seu êxito político, estavam para Marx acima de tudo. Era precisamente do movimento revolucionário das massas que ele extraía suas conclusões teóricas. Como declarava o próprio Marx, cada passo adiante no movimento operário real é mais importante do que dezenas de programas.
Por ser incapaz de opor-se diretamente ao marxismo com suas idéias abortadas, a burguesia procura combatê-lo de dentro, contando com a ajuda dos revisionistas e oportunistas de todas as colorações
Marx via a força da classe em sua organização e sua solidariedade internacionalista. Por isto ele e seu estreito camarada e companheiro de luta Engels, fundaram inicialmente a Liga dos Comunistas e mais tarde a Associação Internacional dos Trabalhadores, conhecida na história com o glorioso nome de Primeira Internacional Comunista.
Marx foi participante ativo, inspirador e dirigente de todo o movimento revolucionário da classe operária, de seus levantes e revoluções. Apoiou com todas as suas energias os comunardos de Paris e os saudou como heróis que tomavam o céu de assalto.
Ao longo de toda a sua vida, Marx deu exemplo de verdadeiro revolucionário que, quando se trata dos interesses da classe operária, sabe impulsionar e inspirar a ação revolucionária, está disposto a assumir todas as responsabilidades e aceitar todos os perigos, fazendo frente com audácia a qualquer ataque do inimigo, sem retroceder nem desfalecer diante de qualquer fracasso do movimento, considerando-os como ziguezagues no grande e amplo caminho da vitória da revolução.
O marxismo nasceu e se desenvolveu como ideologia revolucionária da classe operária em luta contra numerosos inimigos abertos e camuflados, que se esforçaram por afastar a classe operária do caminho revolucionário que conduz à derrocada do velho sistema capitalista e à construção do mundo novo. Toda a obra teórica e prática de Marx leva o selo desta luta inconciliável, é exemplo de rigor científico, de espírito de princípios, de audácia combativa de quem, para defender os princípios não se dobra diante de nada, não tolera nenhum compromisso e está disposto a enfrentar qualquer adversário.
O marxismo é uma doutrina sempre viva, invencível e em contínuo desenvolvimento
Trata-se de um grande exemplo para todos os verdadeiros comunistas e revolucionários, aos quais inspira e ensina que posição devem adotar e como devem lutar nas grandes batalhas que se desenvolvem entre o marxismo-leninismo e a ideologia burguesa e revisionista. A burguesia e os revisionistas empreenderam uma furibunda campanha contra o marxismo-leninismo, utilizando todos os meios, com o fim de negá-lo e despojá-lo de seus valores. O anticomunismo descarado e as tergiversações revisionistas são as duas orientações fundamentais da luta contra o marxismo. Porém, ganha realce o fato de que a burguesia prefere e incentiva por todos os meios a luta contra o marxismo a partir de dentro, contando com a luta dos revisionistas e oportunistas de todas as colorações. Prefere este caminho não só porque considere que é o mais eficaz, mas também porque é incapaz de opor-se diretamente ao marxismo com suas idéias abortadas. Inclusive numerosos e conhecidos ideólogos burgueses, políticos, filósofos, sociólogos e estetas, diante da impossibilidade de rechaçar categoricamente o marxismo, esforçam-se por assumir poses marxistas, por reconhecer-lhe certos valores, mas deturpando-o e deformando-o, despojando-o de seu espírito crítico revolucionário, para convertê-lo em algo inofensivo à burguesia e seu sistema capitalista explorador.
O marxismo harmoniza o reflexo científico da realidade com o espírito de partido proletário
Contudo, todas as vezes que, ao longo da história, os inimigos declararam o marxismo superado, vencido e fracassado, ele saiu cada vez mais forte, se elevou a um nível superior. Assim sucedeu no passado, depois de cada grande polêmica com as teorias pseudo-socialistas, burguesas e pequeno-burguesas dos proudhonistas, lassaleanos e bakuninistas na época de Marx; com as correntes oportunistas dos chefetes da II Internacional, Bernstein e Kautsky, na época de Lênin; com as de Trotsky e Bukharin na época de Stalin. Assim ocorre também no presente na luta contra a maior traição ao comunismo, a dos revisionistas contemporâneos kruschevistas, titistas, chineses e eurocomunistas. A força inquebrantável do marxismo-leninismo, sua vitalidade, radica no fato de que expressa a verdade histórica; reflete as leis objetivas, defende os interesses do proletariado a quem pertence o futuro.
O marxismo, como teoria das amplas massas trabalhadoras a quem ensina não só como entender e explicar o mundo, mas também como transformá-lo, como teoria que possui como base a prática da vida, à qual considera como único critério da verdade, é uma doutrina sempre viva, invencível e em contínuo desenvolvimento. Isto confere ao marxismo um caráter criador, não permite que murche jamais, mas se mantenha sempre viçoso e vigoroso, capaz de servir à ação em todas as épocas e em todos os países onde vive e luta a classe operária e seu partido marxista-leninista. O desenvolvimento criador do marxismo só pode ser realizado sobre a base de seus princípios e de seus ensinamentos fundamentais e não negando-os como fazem os oportunistas e revisionistas atuais, que especulam com as novas condições e fenômenos, com as mudanças que se operaram no mundo, para declarar o marxismo caduco e superado, ou para negar seu desenvolvimento criador por parte de Lênin e Stalin, contrapondo Stalin a Lênin e Lênin a Marx.
Marx advertiu genialmente para o advento de uma nova época, a das revoluções dirigidas pela classe operária
O marxismo-leninismo é uma doutrina una e indivisível, completa e coerente, em condições de tratar corretamente qualquer problema, de refletir de maneira exata e científica cada processo do desenvolvimento social, econômico, político e técnico. O espírito de partido proletário não só não fere como pressupõe legitimamente a objetividade científica. Os que pretendem acusar o marxismo de "unilateralidade", de "tergiversação da verdade" em nome dos interesses da classe e se arvoram "juízes imparciais", de fato não se situam acima das classes e de seus interesses, mas são representantes das classes reacionárias. O objetivismo que os ideólogos burgueses apregoam não é senão uma expressão da parcialidade burguesa. "Esperar que exista uma ciência imparcial na sociedade do trabalho assalariado – escreveu Lênin – é uma ingenuidade tão insensata como esperar que os fabricantes sejam imparciais na hora de decidir se se deve aumentar os salários dos operários reduzindo os benefícios do capital". Na doutrina marxista se harmonizam de maneira orgânica o reflexo sempre científico, objetivo, da realidade, com o espírito de partido proletário, porque os interesses da classe operária, a classe mais progressista e revolucionária da sociedade atual, correspondem plenamente às tendências objetivas do desenvolvimento rumo ao socialismo e ao comunismo. Esta é a razão por que hoje, depois de 100 anos, o marxismo continua sendo a única doutrina político-filosófica capaz de dar justa resposta aos grandes problemas que a época coloca e servir de guia para as massas trabalhadoras em sua luta pela libertação da opressão capitalista e do jugo imperialista-revisionista.
A REVOLUÇÃO – FORÇA-MOTRIZ DE NOSSA ÉPOCA
A teoria científica de Marx lançou luz sobre todo o processo histórico mundial de seu século e continua iluminando hoje as perspectivas do desenvolvimento humano. A explicação materialista da vida social, a anatomia da economia capitalista, das contradições e chagas do sistema burguês que Marx fez, permitiram, já em meados do século XIX, quando a burguesia acabava de chegar ao poder e as bases do regime capitalista pareciam incomovíveis, advertir de antemão genialmente para o advento de uma nova época, a das revoluções dirigidas pela classe operária. Esta convicção histórica foi proclamada energicamente por Marx no Manifesto do Partido Comunista que concluía com o chamamento: "Os comunistas consideram indigno ocultar suas idéias e propósitos. Proclamam abertamente que seus objetivos só podem ser alcançados derrocando pela violência toda a ordem social existente. Que as classes dominantes tremam ante uma Revolução Comunista. Os proletários não têm nada a perder com ela além dos seus grilhões. Têm, ao contrário, um mundo a ganhar. Proletários de todos os países, uni-vos!"
Esta advertência, que soava como uma profecia em meados do século XIX, constituía uma grande verdade que foi provada pelo desenvolvimento posterior da história mundial. Desde então e até nossos dias, o movimento revolucionário do proletariado pelo socialismo constituiu o fator dominante que determinou o caráter de toda esta época. Os levantes dos operários da Silésia e de Lyon, a insurreição operária de junho de 1848 em Paris, a revolução que conduziu à Comuna de Paris e à Revolução de Outubro, as revoluções socialistas durante e depois da Segunda Guerra Mundial, os atuais movimentos revolucionários e libertadores da classe operária e das amplas massas trabalhadoras em todos os continentes, se apresentam como vagas sucessivas do processo revolucionário de importância histórica mundial, que estão fazendo tremer as próprias bases do velho sistema de escravidão capitalista. Todas elas são provas históricas do que havia previsto e argumentado Marx, isto é, que sem a revolução proletária não se pode derrocar o velho mundo, que as revoluções são poderosas forças motrizes de nossa época, são as "locomotivas da história".
Os ensinamentos de Marx sobre a necessidade da revolução, da derrocada do regime burguês mediante a violência e da instauração da ditadura do proletariado, são mais atuais do que nunca. São uma insubstituível bússola orientadora nas atuais condições, quando o mundo burguês-revisionista mergulhou na sua mais profunda e multilateral crise, quando suas estruturas e superestruturas estão em completa putrefação, quando o descontentamento das massas irrompe em inumeráveis greves econômicas e políticas, em revoltas e lutas armadas. Hoje não há um só continente, nenhuma região e nenhum país do mundo burguês-revisionista onde não ferva o caldeirão da luta de classes, onde não se produzam choques revolucionários. Disto o Partido do Trabalho da Albânia extraiu a conclusão de que o mundo se encontra numa fase em que a revolução não é só uma aspiração e uma perspectiva, mas um problema candente que espera solução.
O traço mais peculiar de nosso mundo é a ampliação e o aprofundamento do processo revolucionário mundial geral. Esta característica não está em absoluto empanada nem pelo processo regressivo ocorrido nos países ex-socialistas onde foi restaurado o sistema capitalista explorador, nem pelos golpes que as forças revolucionárias sofreram em outros países. Uma situação especial deste tipo havia sido prevista em seu tempo por Marx o qual assinalou que a vitória da revolução e a construção do socialismo não é uma marcha triunfal em linha reta, mas que se choca com dificuldades e obstáculos colossais, com vitórias e derrotas, com viragens e ziguezagues através dos quais se abre caminho para o avanço.
A vitória do socialismo é uma necessidade histórica que emana do desenvolvimento objetivo da sociedade humana
Vivemos a época da transição do capitalismo para o socialismo e nenhuma força pode modificar esta tendência. A vitória do socialismo não é simplesmente um bom desejo dos comunistas, mas uma necessidade histórica que emana do desenvolvimento objetivo da sociedade humana. Isto é inevitável. As contra-revoluções ou os fracassos do movimento revolucionário de libertação nestes ou naqueles países podem prolongar durante certo tempo a vida do apodrecido sistema capitalista, mas não podem evitar sua derrota, não podem impedir a marcha da sociedade humana rumo ao seu futuro socialista.
A realidade atual do sistema capitalista, com suas crises contínuas, joga por terra toda a propaganda burguesa e revisionista sobre o “capitalismo popular” e sobre a “sociedade de consumo”
Frente à revolução que cresce e ameaça por todas as partes, a burguesia, o revisionismo, a reação não permanecem de braços cruzados nem esperam passivamente sua própria morte. Para defender seu regime burguês-revisionista valem-se dos mais diversos meios: do terror e da mais brutal repressão, da demagogia e das calúnias, do anarquismo e do oportunismo. Especulam intensamente de maneira especial com as mudanças que se operaram na sociedade capitalista atual, com o aumento do peso específico do capitalismo de estado, com o progresso técnico-científico, com o desenvolvimento das empresas multinacionais e de outros organismos internacionais e, baseando-se nisto, proclamam "caducos" os ensinamentos de Marx concernentes à luta de classes, à revolução violenta, à ditadura do proletariado etc., substituindo-os por todo tipo de receitas reformistas de conciliação de classes. As mudanças que se operaram no capitalismo atual não alteram em absoluto suas características fundamentais enquanto regime opressor e explorador baseado na propriedade privada capitalista sobre os meios de produção e onde domina a grande burguesia monopolista. A análise profunda e científica que Marx fez do regime capitalista em sua genial obra O Capital, assim como as conclusões revolucionárias que dela extraiu têm plena vigência e conservam toda a sua atualidade. V. I. Lênin, defendendo e desenvolvendo ainda mais a teoria econômica de Marx, mostrou que a outra fase do capitalismo, o imperialismo, não é em absoluto um novo regime, como seus apologistas pretendem apresentá-lo, mas o regime capitalista que alcançou sua fase superior e última, que se transformou em um capitalismo parasitário e em decomposição, na ante-sala da revolução proletária. As idéias de Marx e Lênin sobre o capitalismo e o imperialismo são cotidianamente confirmadas por toda a prática da sociedade capitalista atual. Em sua obra fundamental O Imperialismo e a Revolução, o camarada Enver Hoxha explicou e argumentou, generalizando um grande número de fatos e fenômenos novos, que as características do imperialismo descobertas por Lênin se mantiveram e se tornaram ainda mais essenciais, que se agravaram e recrudesceram as contradições entre o trabalho e o capital, as metrópoles e os povos oprimidos, entre os próprios estados imperialistas e social-imperialistas, o que conduz ao debilitamento do imperialismo e cria as condições para a aproximação e a vitória das revoluções proletárias.
A realidade atual do sistema capitalista, com suas crises contínuas, com o estancamento e a queda da produção, com o desemprego crônico e a enorme inflação, com a alta dos preços, com os déficits sem precedentes na balança comercial e de pagamentos, com a crise de divisas e a crise energética, com as dívidas internas e externas e outros fenômenos similares, joga por terra toda a propaganda burguesa e revisionista sobre o "capitalismo popular", sobre a "sociedade de consumo" etc., e confirma o que Marx havia previsto, isto é, que as chagas do capitalismo são incuráveis, que só podem ser evitadas com a desaparição da ordem capitalista.
A revolução avança como um processo mundial que une numa só corrente as revoluções proletárias, as revoluções democráticas, as lutas de libertação nacional e os movimentos democráticos antiimperialistas pela paz, a independência e o progresso social
Certamente, a derrocada do regime capitalista não pode produzir-se por si só. As leis do desenvolvimento social que converteram numa necessidade objetiva a substituição do capitalismo pelo socialismo, abrem caminho mediante a atividade revolucionária da classe operária e das massas trabalhadoras, dirigidas e inspiradas pelo partido marxista-leninista. A burguesia jamais renuncia voluntariamente à dominação, à riqueza e aos privilégios, por isto sua derrocada violenta é uma lei geral da revolução proletária.
As prédicas revisionistas e oportunistas acerca da denominada "via pacífica", do "compromisso histórico" ou da "alternativa democrática"; acerca das "reformas estruturais", da "ampliação da democracia burguesa", da "participação nos governos burgueses" etc. não são caminhos para a transformação do regime capitalista e a transição ao socialismo, mas receitas e pregações antimarxistas dos lacaios da burguesia a serviço desta, a fim de enganar a classe operária e as demais massas trabalhadoras, afastá-las da revolução e conservar intato o regime capitalista.
É certo que em nossa época a ideologia reformista de conciliação de classes que os partidos revisionistas e social-democratas difundem deixou marcas em diversas camadas da classe operária dos países capitalistas, burgueses e revisionistas. Mas, o amadurecimento das condições objetivas para a revolução trará consigo, sem dúvida nenhuma, o rápido desengano da classe operária destes países em relação às ilusões reformistas e a aproximará ainda mais das idéias revolucionárias do marxismo-leninismo. Como ressaltou o próprio Marx: "Não se trata de onde este ou aquele proletário ou o conjunto do proletariado vê seu principal objetivo neste momento. Trata-se de que é o proletariado na realidade e que está obrigado historicamente a agir de acordo com seu próprio ser”.
Em que pese a traição revisionista, as perspectivas da revolução são cada vez mais claras e mais amplas. A revolução avança como um processo mundial que une numa só corrente as revoluções proletárias, as revoluções democráticas, as lutas de libertação nacional e os movimentos democráticos antiimperialistas pela paz, a independência e o progresso social. A frente deste movimento se coloca cada vez mais a força mais viva, mais ativa e mais revolucionária da sociedade atual, a classe operaria com seu partido marxista-leninista.
Nesta questão os revisionistas deformam a idéia genial de Marx sobre a missão histórica do proletariado e seu papel hegemônico na revolução socialista, pregando que este papel pode ser igualmente desempenhado por outras classes, forças e partidos da sociedade burguesa. Por sua parte, os ideólogos burgueses pretendem provar que o proletariado deixou de ser uma classe revolucionária, que se integrou no sistema capitalista, que a atual sociedade burguesa se desproletarizou etc.
A história de nossos dias, assim como a do passado, evidencia que nenhuma classe ou camada social pode substituir o proletariado enquanto a força dirigente principal dos processos revolucionários voltados para a transformação progressista da sociedade. Apesar das mudanças ocorridas no desenvolvimento da economia e na estrutura social da sociedade capitalista, as condições gerais de existência, de vida e trabalho do proletariado, que fazem dele a classe mais revolucionária da sociedade, continuam sendo hoje as mesmas que Marx analisou.
Marx concebia a revolução proletária como o único caminho para fazer desaparecer não só a exploração do homem pelo homem, como também qualquer outra opressão social e nacional. Acentuava que unicamente a revolução proletária e a construção do socialismo podem solucionar justamente a questão nacional, enquanto qualificava os movimentos de libertação como aliados naturais do proletariado. Manifestava-se energicamente contra toda forma de opressão nacional e de chauvinismo burguês. Uma nação que oprime outra, assinalava Marx, não pode ser livre.
Os ensinamentos de Marx sobre a questão nacional e os movimentos de libertação adquirem uma grande atualidade em nossos dias, quando o imperialismo norte-americano e o social-imperialismo soviético, em sua desenfreada corrida por esferas e zonas de influência, pela hegemonia e a dominação mundial, aplicam a política da expansão e das agressões, do colonialismo e do neocolonialismo, violam a liberdade e a independência dos povos, tratam de submetê-los e escravizá-los em favor de seus interesses. Estas duas superpotências se converteram hoje nos maiores e mais perigosos inimigos dos povos de todo o mundo. São elas que provocam e incitam a guerra, que preparam em todos os aspectos uma nova carnificina mundial.
No socialismo desaparecerão gradualmente todas as ilusões e os preconceitos idealistas e religiosos, burgueses e pequeno-burgueses
O FUTURO DA HUMANIDADE É O SOCIALISMO CIENTÍFICO
O objetivo final de Marx era a nova sociedade sem opressão nem exploração, a sociedade socialista. Em nome deste objetivo conclamava a classe operária a lançar-se à revolução e instaurar a ditadura do proletariado. Marx rechaçou todas as formas anteriores do socialismo utópico e, baseando-se em sua doutrina econômica e filosófica, descobriu as leis objetivas que torna indispensável a sociedade socialista, mostrou as vias reais e concretas que conduzem a ela, definiu sua fisionomia e seus traços característicos.
Marx concebia a futura sociedade socialista em toda a sua complexidade, em todos os seus aspectos e elementos constitutivos, econômicos e políticos, materiais e espirituais. No plano político via a sociedade socialista sob a direção da classe operária e de seu Partido Comunista; no plano econômico como uma sociedade baseada, tanto na cidade como no campo, na propriedade social sobre os instrumentos e os meios de produção, assim como no controle social sobre a distribuição e a produção; no plano das idéias, como uma sociedade em que desaparecerão gradualmente todas as ilusões e os preconceitos idealistas e religiosos, burgueses e pequeno-burgueses, e dominarão a concepção do mundo e a moral comunistas.
Marx advertia o proletariado para que a construção da nova sociedade socialista não seria um processo tranqüilo e espontâneo, mas resultado de uma acerba luta de classes, da luta do proletariado vitorioso contra a burguesia derrocada, mas não vencida, contra todos os remanescentes e resquícios da velha sociedade, que não podem desaparecer imediatamente. Marx tinha presente essa luta de classes quando defendia e argumentava teoricamente que todo o largo período de transição do capitalismo ao comunismo será o período de dominação da ditadura revolucionária do proletariado.
Para Marx, todo o largo período de transição do capitalismo ao comunismo será o período da ditadura revolucionária do proletariado
Marx não pensava que a construção da nova sociedade socialista seria resultado de um só golpe e viria em breve tempo. Ele via a criação da sociedade comunista como um processo relativamente prolongado, composto de uma série de etapas nas quais distinguia duas grandes e principais fases: a primeira, o socialismo, em que todos trabalharão segundo suas possibilidades e serão remunerados de acordo com o trabalho realizado; e a segunda, uma fase superior, o comunismo, em que todos trabalharão consoante sua capacidade e serão remunerados conforme suas necessidades. Estes ideais da futura sociedade socialista e comunista se transformaram para gerações inteiras de revolucionários proletários de todo o mundo numa inesgotável fonte de inspiração e abnegação na heróica luta pelo derrocamento do regime de escravidão capitalista e pela construção da nova sociedade da justiça social, da igualdade e do trabalho criador livre, sem opressores nem exploradores.
Marx formulou as leis gerais que regem o trabalho e a luta pela construção da sociedade socialista, leis que têm o valor de verdades universais
Na concepção de Marx acerca da sociedade socialista não há nenhuma fantasia ou utopia. Ainda que a prática social daquele período lhe proporcionasse muito pouco material para penetrar nos detalhes e para falar dos caminhos e dos ritmos concretos do desenvolvimento socialista em cada país, Marx, com seu rigor científico e revolucionário, formulou e argumentou as leis gerais que regem o trabalho e a luta pela construção da sociedade socialista, leis que têm o valor de verdades universais, que são indispensáveis para todo país que penetre no caminho do socialismo. Estas leis foram confirmadas e materializadas mais adiante na prática revolucionária da construção socialista na União Soviética nos tempos de Lênin e Stalin e na dos demais países que ingressaram no caminho do socialismo após a Segunda Guerra Mundial. Os que negaram e abandonaram estas leis retrocederam ao capitalismo, enquanto que ali onde elas foram defendidas e aplicadas com fidelidade, como na Albânia, o socialismo marcha adiante vitorioso.
A Albânia socialista, com seus êxitos, sua estabilidade e suas luminosas perspectivas de futuro é um majestoso monumento da doutrina de Marx, um brilhante exemplo da força e da vitalidade de suas idéias. A atual realidade socialista de nosso país adquire o valor de exemplo concreto de uma verdadeira sociedade socialista, o valor de um desmascaramento implacável dos pseudo-socialismos dos revisionistas contemporâneos, independentemente das etiquetas que lhes ponham, como "socialismo desenvolvido", "socialismo de auto-gestão", "socialismo democrático e pluralista" ou "socialismo maoísta".
Como têm ressaltado nosso Partido e o camarada Enver Hoxha: "Hoje não é necessário inventar novos 'socialismos', a questão de saber o que é o socialismo, o que representa e o que realiza, como se alcança e se edifica a sociedade socialista, há muito que foi esclarecida. Existe uma teoria e uma prática do socialismo científico. A teoria é a que nos ensinam Marx, Engels, Lênin e Stalin. Quanto à prática do socialismo, encontramo-la na rica experiência da edificação do socialismo na União Soviética, na época de Lênin e Stalin, e encontramo-la hoje também na Albânia, onde a sociedade nova é edificada de acordo com os ensinamentos do marxismo-leninismo".
Iluminados pelos ensinamentos de Marx, Engels, Lênin e Stalin, nosso Partido e o camarada Enver Hoxha vêm fazendo frente vitoriosamente há várias décadas, à maré revisionista, rasgando uma após outra as máscaras dos traidores do marxismo e infringindo-lhes sucessivas derrotas políticas e também no campo das idéias. O camarada Enver Hoxha, em suas numerosas obras político-filosóficas de grande valor teórico e prático, de transcendental importância para nosso povo e para todo o movimento comunista e operário internacional com uma férrea lógica marxista-leninista e trazendo à tona numerosos dados e fatos, pôs a nu toda a demagogia dos revisionistas, desmascarou todas as suas concepções e práticas antimarxistas e anti-socialistas e defendeu com ardor os princípios e os ensinamentos fundamentais de Marx, Engels, Lênin e Stalin. O Partido e o camarada Enver Hoxha defenderam a teoria da luta de classes e da revolução violenta contra a conciliação de classes, contra a via pacífica, parlamentar e reformista dos revisionistas contemporâneos. Refutaram suas teorias sobre o partido e o Estado de todo o povo e defenderam os ensinamentos do marxismo-leninismo sobre o partido revolucionário da classe operária, sobre a ditadura do proletariado e a democracia proletária.
Desmascararam as teorias e as práticas revisionistas sobre o pluralismo econômico, político e ideológico no socialismo e defenderam os ensinamentos de Marx e Lênin sobre a economia socialista baseada na propriedade social dos meios de produção, no papel dirigente e indivisível do partido comunista e a concepção marxista do mundo como a única ideologia dominante no socialismo. O Partido e o camarada Enver defenderam também o princípio da planificação socialista da economia e da remuneração segundo o trabalho, o princípio do centralismo democrático e do apoio nas próprias forças, contra as leis do mercado, contra a exploração e a criação de camadas burguesas privilegiadas, contra o centralismo burocrático e o liberalismo anárquico, contra a dependência das ajudas e dos créditos estrangeiros escravizantes. Defenderam o internacionalismo proletário contra o chauvinismo de grande Estado, a paz e a segurança dos povos contra a política imperialista de agressão e de guerra.
O Partido do Trabalho da Albânia e o camarada Enver Hoxha souberam fazer novas e importantes generalizações, enriquecer e desenvolver a doutrina de Marx
Na grande luta de princípios contra os inimigos e os renegados do marxismo e no verdadeiro espírito do marxismo-leninismo, nosso Partido e o camarada Enver Hoxha souberam fazer novas e importantes generalizações, enriquecer e desenvolver ainda mais a doutrina de Marx em todos os seus aspectos e suas partes constitutivas.
Em aberta e inconciliável luta com a política agressiva e hegemonista do imperialismo norte-americano e do social-imperialismo soviético, o camarada Enver Hoxha defendeu e desenvolveu ulteriormente a estratégia e a tática revolucionárias marxistas-leninistas, elaborou uma justa linha de defesa da liberdade e pelo desenvolvimento da luta de libertação e revolucionária dos povos.
Nosso Partido e o camarada Enver Hoxha vêm dando uma valiosíssima contribuição à doutrina marxista-leninista sobre a construção da sociedade socialista, sobre sua organização e transformação econômica e política, administrativa e militar, educativa e cultural, para evitar o surgimento do revisionismo e a restauração do capitalismo, garantir e defender as vitórias da revolução frente a qualquer inimigo ou traidor interno e externo, levar sempre adiante a imortal obra de Marx, a grande causa do socialismo e do comunismo.
Este é o grande mérito histórico de nosso Partido e do camarada Enver Hoxha, que têm sabido manifestar sua fidelidade ao marxismo-leninismo não com palavras e prédicas, mas com fatos, defendendo-o ardentemente, desenvolvendo-o de maneira criadora e aplicando-o às condições concretas de nosso país e do atual desenvolvimento mundial. Este é o marxismo vivo, criador e operante. Assim nós, os comunistas albaneses, temos concebido o marxismo, não como um dogma, mas como um guia para a ação, não como uma teoria abstrata, mas como uma arma de combate, não como uma doutrina iluminista, mas como uma grande força que transforma o mundo.
Porque é assim o marxismo é invencível.
* Foto Çami é candidato ao Birô Político do CC do PTA e 1° Secretário do Comitê do Partido na Região de Tirana.
EDIÇÃO 8, MAIO, 1984, PÁGINAS 17, 18, 19, 20, 21, 22, 23, 24, 25, 26