Em julho reúne-se a Assembléia Anual da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência), sob o tema principal “Ética e Ciência”. Princípios conversou em São Paulo com o presidente da SBPC, o cientista e brasileiro militante – mais que geógrafo – Aziz Ab’Saber, sobre esse tema e outras questões, como Amazônia, biodiversidade, Petrobras, privatizações, conjuntura política, latifúndio, soberania nacional. Conversamos, principalmente, sobre as relações entre a ciência, o cientista, a ética e a vida do povo.
José Carlos Ruy e Walter Sorrentino

SBPC – A SBPC é uma sociedade organizada para desenvolver a ciência e estimular cientistas de todas as idades, no plano da produção de trabalhos de interesse para a ciência em geral – pois a ciência não tem fronteiras –, destinados sobretudo ao incentivo da ciência e dos trabalhos científicos no Brasil. Isso cria responsabilidades muito especiais. Não se trata de uma sociedade que, por si própria, se destine a fazer pesquisas e investigações, mas deve estar atenta para estimular os pesquisadores de todas as áreas, sem distinções, para a produção científica. Este é o objetivo da SBPC. É a sua destinação. E isso tem outras implicações. Em primeiro lugar, não aceita que pesquisadores digam que o principal núcleo de produção científica no Brasil é constituído por físicos, biólogos ou qualquer grupo que seja. Entendemos que no Brasil todas as ciências carecem de estímulo. Ciências do universo, da terra, da vida, ciências da economia e da produção material e cultural de espaços ou ciências aplicadas – tudo isto está na nossa meta. Não diferenciamos uma ciência dita hard de uma soft, porque isso seria o caminho da falta de integração das ciências a serviço da sociedade como um todo. Para se fazer um trabalho científico e tentar aplicá-lo, ou empregar o conhecimento científico na sociedade, precisamos conhecer a sociedade que vai receber esse produto. Não adianta nada os cientistas de uma área tentarem nos impingir a idéia de que a ciência dele é mais importante que as outras. Isso faz da SBPC um centro de aglutinação das mais diversas pessoas. Às vezes chegam aqui algumas que não são nem da área científica, mas têm interesses em certos conhecimentos, e tornam-se sócias, vão às reuniões anuais e regionais, para surpresa nossa.

“A SBPC existe para estimular pesquisas em todas as áreas da ciência, do homem ou da natureza”.

Ainda sobre a posição da SBPC, em segundo lugar está a defesa intransigente de recursos para as pesquisas, para investigações bem – ideadas, bem – selecionadas e capazes de servir a determinados ramos. Servir não significa apenas atender às necessidades imediatas da sociedade, mas servir a campos de interesse da sociedade – saúde pública, saneamento básico e, sobretudo, educação.

Para mim a SBPC foi uma responsabilidade não desejada. Eu estava muito contente com minha aposentadoria quando, por razões e argumentos irrespondíveis, fui convidado a ser seu presidente. Isso não estava nos meus projetos. Já tinha sido vice-presidente, depois secretário, e tinha acabado de receber uma coisa que muito me honra: ser o presidente de honra da SBPC. Voltar a um cargo executivo, trabalhoso, que cria conflitos de orientação – os das ciências exatas não concordam com os das ciências humanas, os que querem uma revista em português jamais vão concordar que ela seja feita totalmente em língua inglesa… Para administrar as divergências na SBPC é preciso muita tranquilidade, muito espírito de sacrifício. Felizmente venho me pautando por isso. Mas uma das coisas fundamentais na SBPC é a convocação de pessoas que possam contribuir em diferentes setores para o progresso das ciências, sobretudo para dar à pesquisa científica uma seriedade que caminhe para um plano global.

A autoridade e o autoritário – É claro que todos nós, homens, temos os nossos defeitos. Alguns estão sentados nessa fogueira das vaidades muito desenvolvida na Universidade brasileira, outros têm uma certa empáfia na explicação dos fatos e na sua interpretação. Outros são vistos – devido ao vigor com que defendem suas idéias – como autoritários. Eu, por exemplo, toda vez que me acusam de autoritário, digo que tenho razões para rechaçar essa crítica. Há uma diferença entre ser autoritário e tratar com vigor as questões básicas. Eu tenho esse vigor. Não concordo com erros, não concordo com plágios, não concordo com a mediocridade, não concordo com a falta de debates entre pessoas de áreas que deveriam se encontrar. Um sujeito totalmente pusilânime, sem vigor até para defender as próprias idéias e convicções, não existe!

Opção política – Parto do princípio de que todo cidadão tem de ter ideologia. Uma noção, uma filosofia de vida, um pensamento sobre ele, a sociedade e o futuro, com base nas experiências do passado, em toda a trajetória do ser humano. Essa necessidade de ter uma filosofia de vida é que garante a cidadania.

“Pensar no mundo e não saber que tem gente morrendo de fome é ser idiota, passivo, alienado”.

Cidadão não é o indivíduo que tem os mesmos conhecimentos de todas as pessoas de uma sociedade, mas quem atingiu o nível de poder pensar a trajetória do homem na história do planeta. Cada vez que uma pessoa avança nessa direção, estará mais apta a ser um cidadão do mundo. Não pensará, prioritariamente, nos que estão mais próximos. Pensar no mundo inteiro e não saber que existe gente morrendo de fome nas favelas, no sertão do Nordeste ou na beira do Amazonas é ser idiota, é ser passivo, é ser alienado, é ser infértil no campo das aplicações de sua própria ciência.

Então uma posição ideológica ou política é necessária. Eu posso prescindir de uma posição política, posso ter minha filosofia de vida e não estar ligado a nenhum dos partidos que, aliás, são ultra-importantes para o grande debate social e político do país. Porque o cientista pode estar numa posição de tentar assessorar pessoas, grupos, dizer coisas que ele, por sua experiência muito densa, tem o dever de dizer; enfim, puxar a orelha de A, B ou C dentro do corpo geral da sociedade. biodiversidade –

Há um plano concreto que muito me assusta, que interessa a soberania brasileira no presente e no futuro. É o plano da biodiversidade. De certa maneira é outro estilo de guerra. Está havendo uma guerra em plena pátria, a favor da exploração dos produtos naturais, patenteado nos países que têm tecnologia de ponta mais adiantada que a nossa. É uma guerra. Pressiona-se pelas patentes, fala-se mansamente em estratégias para preservação da biodiversidade, o que, aliás, apoiamos. Mas, atenção: apoiamos para o Brasil o que está de acordo com os nossos interesses. Nesse sentido estamos vivendo dias sérios e graves, e a população brasileira não se dá conta de uma coisa que tem repercussões em médio e longo prazos: a vida e toda a sua significação. Estamos vivendo um período de guerra fria em torno de patentes. É de bom senso que uma geração – a nossa geração – garanta o futuro e a harmonia das relações internacionais. Não adianta esperar.

Privatização da Petrobras – Outro dia tive de dizer coisas muito sérias em uma reunião que equivalem a um puxão de orelhas. Lá havia uma pessoa que era intransigentemente favorável à privatização da Petrobras e da Vale do Rio Doce. Aí perguntei qual era o seu argumento, e ela respondeu como quem evidentemente não entende nada de geologia, de um país de escudos, de terrenos muito antigos, com bacias sedimentares relativamente amplas e sem muitos setores com as chamadas armadilhas para aprisionar óleo criado no passado. E também não sabe como é que são as diferentes camadas, se elas puderam gerar ou não elementos gasosos suficientes para criar petróleo. Então não venha me dizer que aqui não se consegue descobrir petróleo porque a Petrobras é incompetente e que os outros países estão produzindo muito etc.

“Diz besteira quem, sem saber nada de geologia, diz que a Petrobras é incompetente”.

Não dá para comparar com o Oriente Médio, onde há bolsões fantásticos de óleo embaixo de estruturas acima das quais, por sinal, têm desertos. Mas lá embaixo têm fatos do passado criadores de elementos gráxicos, mares rasos e mil coisas que depois foram prensadas, tiveram um calor especial pelo grau geotérmico, foram reidratadas e formaram produtos densos de elementos, entre eles o petróleo e, em certas posições, o gás. Então se um sujeito que não sabe nada sobre construção geológica do Brasil vem dizer que é incompetência da Petrobras não descobrir petróleo, está dizendo besteira…

Agora, acho que, embora se deva defender de maneira monolítica a Petrobras, também monoliticamente temos de exigir reestruturações, seriedade e ética. Por isso é difícil dar respostas a uma pessoa não preparada para discutir a gênese do petróleo no contexto geológico da parte brasileira da América do Sul – pois do outro lado, na zona pré-andina, a coisa é diferente. Lá houve dobras antigas e dobras mais recentes, há mil outras maneiras de criar armadilhas para o petróleo. Na costa brasileira, descobriram-se reservas muito mais importantes que as da Bacia do Recôncavo, da Bacia de Alagoas e Sergipe ou do Rio Grande do Norte, com um sistema de fossas que teve a progressividade da tectônica quebrada, que fragmentava estruturas recentemente depositadas e criava armadilhas mais importantes para ter bolsões de óleo. Então há uma diferença, fantástica entre o petróleo da plataforma e o da área continental. Por sinal, inteligentemente, os geólogos da Petrobras acabaram descobrindo esse petróleo da plataforma, e os técnicos insistiram em ter tecnologia para explorar petróleo em águas profundas, o que indica o alto grau de sua perceptividade. Esse é um dos motivos pelo qual o monopólio está sendo atacado.

Mas tem mais. Descobriu-se um pouco de óleo na região de Barreirinhas, no médio Amazonas, e depois ficou comprovado que aquilo não tinha valor para produção comercial. Mas o pessoal da Petrobras sempre esteve voltado para as terras mais próximas da região pré-andina, onde foi comprovada a existência de petróleo por explorações etc. O pessoal passou, então, a fazer sondagens na região amazônica, na parte mais ocidental. Numa das áreas onde fizeram investigações geomagnéticas e sísmicas sobre a possibilidade de encontrar alguma armadilha especial de óleo em profundidade, na região de Urucu, no médio Purus, encontraram gás. Instalaram um “polozinho” de transportes, em plena região florestal, em Carauari. A partir dali trabalharam com helicópteros, para não abrir estradas e evitar o início de uma devastação, pois não se deve abrir estradas em certas áreas sem uma previsão de impacto no gerenciamento, sem saber a capacidade produtiva do solo. Quando tentaram multiplicar as perfurações para gás, surgiu óleo. E agora tem mais óleo que gás.

Defendemos a Petrobras porque não somos ignorantes em questões geológicas. Mas também sabemos que há uma transição do automóvel movido à gasolina por um outro padrão tecnológico de veículos. E o que estão fazendo todos os países que já perceberam que, se usarem suas reservas internas, ficarão dependentes da compra de reservas externas, que por sinal terão seus preços gradualmente aumentados.

Esta questão também revela a ignorância fantástica por parte daqueles que, afoitamente, posicionam-se contra a Petrobras e o fato de ela não estar explorando mais suas reservas. O problema nosso é o seguinte: vamos continuar comprando petróleo barato e guardando um pouco do muito pouco que temos, comparado com os países que têm muito. Se os Estados Unidos, a França e a Inglaterra fazem isso, não é porque querem gastar dinheiro com os árabes. Não é por isso, podem ter certeza. A guerra do Iraque foi altamente significativa. Não tenho nada a ver com Sadam Hussein, pois ele jogou o seu povo numa guerra difícil e desigual e quebrou toda a infra-estrutura que aquele povo havia conseguido instalar. Quebrou tudo! No entanto, os que quebraram tudo queriam petróleo barato, e dos outros, protegendo os seus próprios recursos, pois era uma guerra econômica.

Revisão constitucional – A SBPC é contra a revisão constitucional pela inadequação do momento, pela fragilidade do Congresso, pela decomposição governamental existente no país, pelas sucessivas crises decorrentes da corrupção, pelo fato de os corruptores estarem dentro do processo revisivo. Faço essa campanha pela SBPC, coloco a ideologia a serviço do meu país, da minha sociedade, do meu povo e daqueles que estão mais próximos de mim. Fira a quem ferir.

“A revisão da Constituição ocorre num momento de decomposição do governo e corrupção”.

No momento presente, estamos numa espécie de luta pelo encontro de critérios corretos para a questão das patentes, da biodiversidade, das estatais estratégicas. Nesses campos, como no campo da revisão constitucional, queremos sempre reestruturações e descoberta de diretrizes cada vez mais aperfeiçoadas. Trata-se do Brasil, de sua melhoria e reestruturação. Quem não olhar pelo menos um dia na vida para os meninos de rua da Praça da Sé ou dos cruzamentos, pedindo esmolas ou vendendo uma coisa qualquer, não vai poder colaborar no campo das idéias para resolver nada. E quem teve a oportunidade de estar nos mais diferentes lugares – sertão do Nordeste, fronteira com o Peru e a Bolívia, médio e baixo Amazonas, delta interno do Tocantins, região tocantina, rio Pará, Belém, Jari ou qualquer outro lugar do mundo – é claro que tem mais responsabilidade ainda, porque ganhou o presente de poder estar em contato com outras realidades.

Governo paralelo do PT – Não fui membro do Partido dos Trabalhadores, mas fiz parte do Governo Paralelo, convidado por meu amigo Lula, um sujeito brilhante, que quer aprender desesperadamente, quer sabe ouvir, coisa difícil entre os grandes políticos… Se você pegar um por um dos candidatos à presidência, verá que eles não debatem com ninguém, têm idéias próprias, fabricaram as próprias diretrizes. Fabricaram o “seu” Brasil e a sua vaidade. Se existe fogueira das vaidades na Universidade, entre esses candidatos ela atinge o céu. Bem, o Lula me fez o convite depois de assistir a um debate do qual participei. Era comum na época ouvir o que me disse: “Não sei se devo continuar defendendo o salário dos trabalhadores ou entro no problema do meio ambiente”. Então falei sobre a amplitude do conceito de meio ambiente: meio ambiente da natureza; dos espaços humanizados; das regiões urbanas, entre elas o criado pelo industrialismo; e o ambiente de casa, da rua, do bairro. Depois de nos encontrarmos mais uma vez, já existia o Governo Paralelo e o Lula havia me incorporado a ele.

Amazônia – Meu principal trabalho no Governo Paralelo foi uma proposta para a Amazônia: “Estratégias para o desenvolvimento com o máximo de florestas em pé”. Foi o trabalho mais denso entre as propostas sobre a Amazônia nos últimos tempos. Silêncio total por parte das universidades, silêncio total por parte da base do PT e algumas críticas inoperantes vindas de pessoas que não concordavam com o conjunto, mas que não apontavam os detalhes que consideravam errados. Não adiantava nada discutir, embora a discussão fosse fundamental em termos de política pública para a Amazônia porque, com a entrada de variáveis ambientais, os madeireiros, os mineradores e todos os que a cada dia enriquecem à custa de subsídios estão desesperados em relação aos seus bens e lucros e às imposições do Primeiro Mundo. Imposições de qualidade, exigências para que os produtos não sejam retirados diretamente da biomassa… São muitas as implicações com indústrias que a gente nem conhecia e com outras que estão atuando de maneira errada porque, lá fora, não é possível perceber como se processa o erro.

“A Amazônia foi apresentada como uma região uniforme, passível de ser manipulada à distância”.

Há uma questão de escala em relação à Amazônia. Nossas universidades e cientistas não estão preparados para entender de escala. Fazem comparações insuficientes – que a Amazônia, com quatro milhões de quilômetros quadrados de área florestal, é maior que um determinado conjunto de países. Isso não diz nada! É preciso ter noção sobre o que lá está acontecendo e com que velocidade, qual a área de apossamento real pelos particulares. Na Amazônia, o avanço da fronteira fundiária foi muito maior que o avanço da fronteira agrícola. Com o ensejo de encontrar alguma economicidade, iniciou-se um ciclo de atividade agropecuárias, um monótono ciclo econômico, criaram-se pastagens onde havia florestas. Um dos grandes erros do governo foi não perceber que estava doando a Amazônia para as classes burguesas e especulativas do país, possibilitando a compra de terrenos por brasileiros ou grupos multinacionais. Até que um dia alguém da área militar reparou que o governo tinha vendido quase toda a boca da Amazonas para o milionário Ludwig, do Projeto Jari.

Mas voltemos à questão da escala ter um milhão de hectares na Amazônia, duzentos mil, ou dois milhões e seiscentos mil… Vejamos o que representa isso. Um milhão de hectares são dez mil quilômetros quadrados de área. Dez mil quilômetros quadrados são três vezes a área metropolitana da Grande São Paulo. É quase toda a Bacia do Paraíba do Sul. O que o Ludwig conseguiu, estendendo sua área muito além do que comprou, foram dois milhões e qualquer coisa de quilômetros. São neo-sesmarias dentro da Amazônia, possibilitadas por um governo que dizia defender a soberania nacional em todo o território.

Quando iniciei meu trabalho sobre a Amazônia deparei com sérias obsessões. Passaram ao Banco Mundial a idéia de que a Amazônia era uma extensão de terras sem dono, um lugar onde não existia gente, nem tradições. Parecia oportuno fazer planejamentos pensando no grande número de recursos da região. Desde os anos 1960, a Amazônia foi apresentada ao mundo como uma região uniforme e monótona, pouco compartimentada e desprovida de diversidade fisiográfica e ecológica. Um espaço passível de manipulação por planejamentos feitos à distância, ou sujeito a obras faraônicas, vinculadas a um falso conceito de desenvolvimento.

Socialismo – A história da teoria socialista e das aplicações do socialismo a diversos níveis e em diversos tempos mostra que há uma dificuldade entre a teoria e a aplicação. Isto é uma realidade. Mesmo porque os homens são sempre homens, e a marcha dos acontecimentos históricos acaba por deformar ou aperfeiçoar – no geral deforma – teorias e utopias. É o caso das dificuldades enfrentadas, por exemplo, na União Soviética, e que redundaram no quadro que todos nós sabemos hoje. As teorias socialistas e as utopias foram sempre combatidas pela mística da defesa do capital e do capitalismo como o regime fundamental para dirigir o nossos destinos. Nesse sentido, foi muito difícil para um país como a Rússia, em 1917, que saiu de uma estrutura e de uma funcionalidade relativamente arcaica, entrar em conflito com nações em que o capitalismo já estava arraigado devido à incorporação de tecnologias e infra-estruturas modernizantes. Durante a implantação dessas infra-estruturas modernizadoras na Rússia foi necessário construir uma indústria militar gigantesca, que prejudicou a destinação de recursos para outras áreas. Não tinha outra saída.

A aplicação do socialismo não é fácil. Contudo, o ideal de justiça social que o socialismo difundiu e implantou no mundo é definitivo. Pois quem não estiver associado ao ideal de justiça social, para dar fim à desigualdade entre os homens, é um pulha da história, porque a utopia nunca vai desaparecer.

* Geógrafo e presidente da SBPC.

EDIÇÃO 33, MAI/JUN/JUL, 1994, PÁGINAS 34, 35, 36, 37, 38